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JAC T5 desembarca no Brasil e tem mesmo motor do J5, com 127 cv e 15,2 kgfm de torque


SUV compacto chega primeiramente com câmbio manual de seis velocidades e é o primeiro modelo da marca a trazer controle eletrônico de estabilidade

Por: da redação - 20 de maio de 2016

A JAC Motors apresentou mais um produto para completar a sua linha de produtos para o mercado brasileiro: um SUV compacto tem motor de quatro cilindros em linha 1.5 16V VVT JetFlex que desenvolve 125 cv com gasolina e 127 cv com etanol, ambos a 6.000 rpm; e 15 kgfm de torque tanto com gasolina quanto com etanol, a 4.000 rpm. Este já é um propulsor conhecido, utilizado no sedã J5.

Já o câmbio é manual de seis marchas, nesse primeiro momento. No segundo semestre chegará o câmbio CVT, afinal, a marca sabe que nesse segmento é necessário fornecer mais conforto para o proprietário desse tipo de veículo. Com o preço partindo de R$ 59.990, o veículo chinês mostra no DNA que a competitividade em tamanho e custo-benefício são características intrínsecas dos carros da terra de Mao Tsé-Tung.

O SUV compacto demonstra que os chineses estão perto de alcançar outro patamar, pois o veículo é muito versátil, tem diversos equipamentos fundamentais para os motoristas mais exigentes e ainda oferece espaço interno maior do que muito sedã médio por aí. O porta-malas, por exemplo, é capaz de suportar até 600 litros de bagagem, segundo a JAC. Ou seja, maior do que os bagageiros de Honda HR-V (437 litros), Ford EcoSport (362 litros) e Renault Duster (475 litros). E por falar em tamanho, o modelo tem 4,32 m de comprimento, 1,76 m de largura e 1,62 de altura, com distância entre-eixos de 2,56 m. Um Renault Duster tem também 4,32 m de comprimento, mas o romeno é 6 cm mais largo, 6 cm mais alto e seu entre-eixos é 9 cm maior que o chinês. O trabalho da JAC no modelo chama atenção, pois o T5 consegue oferecer bagageiro maior do que o modelo da Renault, que tem o mesmo comprimento, é maior e mais largo. 

INTERIOR

O veículo oferece bom campo de visão: frontal, lateral e traseiro. Não há nenhuma coluna que atrapalhe o motorista em demasia. Os bancos dianteiros foram bem desenhados e oferecem conforto, principalmente quando revestidos de couro (opcional). O volante, semelhante ao dos veículos da GM, também equipa o T5 e, no veículo avaliado por nós, tinha comandos de rádio. O veículo vem equipado com sistema multimídia da Foxconn, que tem função mirror link, com a qual é possível espelhar a interface do celular na tela de oito polegadas do sistema. Contudo, o multimídia não é tão intuitivo quanto deveria ser, mas sua aparência é agradável. Além disso há também conexão bluetooth e entradas USB e auxiliar.

O espaço traseiro é surpreendente. Explico: há 600 litros de espaço para bagagem, o que, teoricamente, rouba espaço dos ocupantes. Mas isso não acontece no T5, pois até mesmo indivíduos altos não batem o joelho no banco dianteiro e nem no teto. Há espaço para cinco ocupantes com conforto. Já o acabamento não é dos melhores, apesar de já estar acima dos rivais conterrâneos. Na foto abaixo é possível perceber que o acabamento ao redor do rádio, onde constantemente estabelecemos contato visual e de toque, a rebarba não fez questão de se esconder. O plástico utilizado nas portas e painel não é de toque macio, mas muitos concorrentes do  T5 também não trazem esse tipo de requinte para o consumidor de veículos que custam de R$ 60.000 a R$ 70.000.

DIRIGIBILIDADE

O motor 1.5 apresenta o mesmo antigo problema: boa potência e torque, mas a giros altíssimos. Ou seja, é sempre necessário elevar muito a rotação do motor para ter o resultado esperado do veículo. O que pode elevar consideravelmente o consumo de combustível do SUV. Contudo, a marca fez questão de colocar a sexta marcha, para deixá-lo mais econômico. Não tivemos oportunidade de medir o consumo em nosso trecho de testes, mas a JAC garante que o seu selo é “A” no programa de eficiência energética do Inmetro, com 6,8 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada quando abastecido com etanol ou 8,1 km/l e 12,2 km/l com gasolina.

Em perímetro urbano o ruído das rotações não incomoda. A 100 km/h com a quinta marcha engatada o motor trabalha a 2.550 rpm, enquanto que se for utilizada a sexta engrenagem o giro cai para 2.250 rpm. Já a 120 km/h com a quinta velocidade o giro está em torno de 3.000 rpm, e com a sexta em 2.700 rpm. Já na cidade, a 50 km/h, em quarta marcha o propulsor estabelece apenas 1.600 rpm, acusticamente confortável. Segundo a JAC, as primeiras marchas e o diferencial têm relações curtas para ajudar nas arrancadas.

O modelo testado apresenta potência máxima a 6.000 rpm e seu corte de giros acontece a 6.300 rpm, o que evidencia que os 127 cv basicamente não serão alcançados pelo consumidor comum, mesmo com o comando variável de válvulas que esse motor 1.5 possui. Segundo a montadora o T5 acelera de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos e ele alcança velocidade máxima de 194 km/h.

O SUV recebeu aprimoramentos na suspensão para ficar mais rígida e se adequar ao gosto do consumidor brasileiro. Ou seja, ele tem boa estabilidade em rodovias em altas velocidades, mas na cidade percebemos algumas batidas muito secas dos amortecedores em algumas imperfeições. 

REDE

As concessionárias vêm passando por um péssimo momento no Brasil, basta ver o grande número que foi fechado em 2015. Por isso, Sérgio Habib, proprietário da SHC e responsável pela JAC Motors aqui no país, afirmou com exclusividade ao Jornal Oficina Brasil que está nomeando algumas oficinas independentes para atender o consumidor desse tipo de veículo: “me interessa vender peças de reposição, inclusive através de rede não oficinal. O custo das peças com o dólar batendo na casa dos R$ 4,00 subiu, é fato. Mas agora estabilizou. Nós fechamos algumas revendas pelo Brasil, porque o concessionário não ‘sobreviveu’. Estamos trabalhando, nesses locais onde não há concessionárias JAC, com rede de assistência Bosch. Por exemplo: o reparador que é Bosch em Manaus (AM) pode consertar JAC e compra peças de nós. As oficinas que nós nomeamos são autorizadas Bosch e o cliente pode ficar tranquilo, pois não perderá a garantia”, afirma.

Já em relação às concessionárias fechadas e à falta de peças da montadora chinesa, Sérgio analisa que o Brasil ainda está longe de voltar a se recuperar: “Nos Estados Unidos fechou-se um terço da rede, quando a crise estourou em 2008. E os americanos demoraram oito anos para se recuperar, lá também foi brutal. No sistema de distribuição de autopeças no Brasil há alguns distribuidores regionais e os varejistas bem implantados nacionalmente. Eu diria que as concessionárias não conseguem ter um preço para brigar com o mercado paralelo. São peças originais, mas elas são mais caras, o que faz restringir em pouco volume de vendas”, afirma. Segundo Sérgio Habib, peça da JAC não falta: “Nós temos um grande centro de distribuição. Peça de reposição tem! Apresentamos cerca de 95% de índice de atendimento e tudo parte praticamente do nosso galpão com 12 mil m²”, conclui.

VERSÕES

O T5 apresenta três pacotes: pack 1, que custa R$ 59.990, pack 2 por R$ 64.990 e o completo pack 3, com preço já na casa dos R$ 69.990. No modelo básico já há ar-condicionado automático e digital, trio elétrico, alarme, sistema que monitora a pressão dos pneus (TPMS), sensor de estacionamento, abertura interna do porta-malas e do tanque de combustível, computador de bordo, faróis com regulagem de altura e acendimento automático e banco do motorista com ajuste de altura.

Já no pacote 2 de opcionais acrescentam rodas de liga-leve 16 polegadas, faróis de neblina dianteiros e traseiros, rack de teto, assistente de partidas em rampa (HSA) e o controle eletrônico de estabilidade.

No pacote topo de gama adicionam os bancos revestidos de couro, kit multimídia e câmera de ré.