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NGK fala sobre a evolução das velas de ignição e anuncia lançamento para o mercado de reposição


Hiromori Mori, Consultor de Assistência Técnica da NGK do Brasil fala tudo sobre as velas de ignição

Por: Da Redação - 18 de janeiro de 2018

Ao longo dos últimos anos, as velas de ignição passaram por uma grande transformação, com novos materiais e tecnologia. Essas mudanças são resultado de uma demanda do setor automotivo, que está modernizando seus motores e busca, cada vez mais, uma queima otimizada afim de melhorar o desempenho dos veículos e diminuir as emissões tóxicas.

A entrevista abaixo é uma boa oportunidade de explicar essas mudanças aos reparadores, esclarecendo de que forma essas novas tecnologias influenciam no dia a dia das oficinas e dos veículos.

Qual é a importância dos materiais nobres na fabricação das velas de ignição?

O uso de materiais nobres nas velas de ignição propiciou uma grande evolução no componente. Atualmente, os metais nobres mais utilizados são Platina e Irídio. Estes insumos, por serem altamente resistentes, permitem diminuir o diâmetro do eletrodo da vela, possibilitando uma melhora significativa em sua ignibilidade e, consequentemente, um melhor desempenho ao veículo.

Qual é o desempenho das velas de eletrodos com desenhos diferenciados (em V, diâmetros mais finos)?

O desenho da ponta ignífera da vela é de fundamental importância em seu desempenho. As velas Green Plug, por exemplo, que possuem desenho em “V”, desenvolvidas pela NGK na década de 80, foram amplamente utilizadas pela indústria automobilística nas décadas seguintes. Essas velas possuíam como diferencial o fato de possibilitar que a centelha ocorresse nas laterais dos eletrodos, aumentando a energia de frente da chama, propiciando uma melhor queima do combustível, além de reduzir a emissão de gases poluentes.

Hoje, com a evolução tecnológica das velas, a tendência para o setor automotivo é o uso dos componentes especiais com materiais como Platina e Irídio e ponta do eletrodo com diâmetro muito mais fina. As velas de platina, G-Power, por exemplo, tem diâmetro de 0,6 milímetros. No caso das Iridium, esse valor varia de 0,4 até 0,6 milímetros contra um diâmetro de 1,9 até 2,3 milímetros das velas convencionais.

Essa característica das velas especiais faz com que esse tipo de peça tenha mais energia para iniciar a combustão, resultando em uma melhor queima da mistura ar/combustível. A condição, aliada ao fato da vela ter maior facilidade para gerar centelha, possibilita ainda que o veículo tenha um melhor desempenho, com respostas ágeis em aceleração e melhor retomada de velocidade.

O controle de emissões também depende do desempenho das velas de ignição?

Com controles de emissões de poluentes cada vez mais restritos com o passar dos anos e com regulamentações específicas para cada país, os projetos automotivos precisaram se atualizar e isso inclui os sistemas de ignição. As velas de ignição têm total influência na forma como a queima de combustível ocorre na câmara de combustão. Por isso, os motores mais modernos estão migrando para velas especiais, de Platina e Irídio, que são altamente tecnológicas. Esses componentes, além de melhorarem as condições de queima, possibilitando uma redução na emissão de poluentes, também possuem a tecnologia necessária para suportar as condições críticas às quais as velas são expostas nos motores atuais.

O uso de combustíveis múltiplos fez as velas evoluírem?

O uso de múltiplos combustíveis, em veículos flex, não afetou na evolução das velas de ignição. A partir dos anos 2000, quando houve um grande número de conversões para GNV, o mercado buscou uma vela mais eficiente para a queima do combustível, encontrando na vela Green (com corte em V) uma vela com melhor performance para estas especificações.

Como as velas contribuem com a dissipação do calor?

Se analisarmos o perfil de uma câmara de combustão, a única peça pontuda é a vela de ignição. A vela precisa possuir essas pontas para facilitar a centelha. As pontas também colaboram para que haja uma tendência de acúmulo de calor na ponta da vela. Cabe a ela dissipar parte desse calor para o cabeçote e, posteriormente, para o sistema de arrefecimento do motor.

Qual é a diferença de uma vela comum e uma de competição?

Basicamente a função da vela é a mesma em ambos os casos: conduzir a alta tensão para dentro da câmara de combustão e transformar a alta tensão em uma centelha que irá queimar a mistura ar/combustível. A diferença básica está na resistência à vibração mecânica e na dissipação térmica, que é maior nas velas de competição. A NGK, além de estar presente no mercado original e de reposição, possui a mais completa linha de velas para esse fim.

Os carros híbridos precisam de velas especiais?

Sim. A tecnologia utilizada nos motores a combustão interna dos veículos híbridos é mais moderna, por isso, geralmente esses modelos de veículos utilizam velas especiais.

Já é possível imaginar um cenário futuro sem uso da vela de ignição?

No estágio atual das novas tecnologias não há perspectivas de mudanças significativas nos motores a combustão nos próximos anos. O uso de veículos elétricos, mesmo em países onde o tema está mais avançado, ainda é um grande desafio para a sua massificação.

Quais são as principais vantagens dessa nova tecnologia aplicada às velas de ignição?

A tecnologia de velas especiais traz grandes vantagens aos veículos. Dentre os principais benefícios podemos citar: a melhor eficiência de queima, melhor resposta ao acelerador, partidas mais rápidas e a melhor estabilidade de marcha lenta. Outra vantagem é o prazer ao dirigir, onde o motorista percebe rapidamente uma melhora na aceleração nas retomadas de velocidade.

Qual a diferença de vida útil das velas se comparado às convencionais?

A NGK possui no mercado de reposição duas linhas de velas especiais: a G-Power, de Platina, e a Iridium IX, de Irídio. Ambos os produtos têm como diferencial o ganho de performance. As velas G-Power, por exemplo, possuem ótimo desempenho e durabilidade similar a das velas convencionais. Já as velas Iridium são o que há de mais tecnológico no mercado e aliam desempenho superior a ótima durabilidade.

O custo destas velas será competitivo?

A NGK possui em seu portfólio opções para todos os tipos de consumidores. A linha Iridium IX, por exemplo, tem alto grau tecnológico, maior vida útil e desempenho elevado. Já a G-Power é uma linha com relação custo benefício excelente, apresentando desempenho similar às velas Iridium, mas com preço mais acessível.

Vocês acham que o cliente irá perceber e absorver o valor agregado dessas velas?

Sim. Acreditamos muito no potencial das velas especiais, especialmente da G-Power por seu ótimo custo benefício. Assim como ocorre em outros mercados onde a vela G-Power já atua, aqui no Brasil ela vem apresentando uma boa aceitação.

Velas com longa durabilidade (acima de 30.000 km) não correm o risco de sofrerem ataques de agentes externos, como os resíduos de combustível não queimado, principalmente se considerarmos a péssima qualidade dos combustíveis?

Em alguns locais do Brasil há um problema crônico em relação à qualidade do combustível. O que podemos afirmar é que combustíveis fora do padrão afetam todos os componentes que entram em contato com ele, não somente a vela. O dano provocado depende do tipo de contaminante, concentração e logicamente ao tempo em que o componente ficou exposto. Lembramos que o uso de combustíveis de má qualidade não é recomendado pelas montadoras, nem tão pouco pelos órgãos regulamentadores. Caso o cliente tenha alguma desconfiança com relação à qualidade do combustível, ele deve consultar a ANP (Agencia Nacional do Petróleo).

Outra recomendação importante é que os reparadores façam sempre que possível a inspeção visual da vela de ignição. Por ser um componente que está dentro da câmara de combustão, a vela pode revelar muito sobre o estado do motor e, até mesmo, sobre a qualidade do combustível utilizado. É uma análise rápida, mas que pode trazer diagnósticos importantes sobre o veículo.

Essa tecnologia aplicada nos carros novos é facilmente absorvida pelo cliente porque o próprio carro já tem um novo conceito. Ou seja, o valor das velas será atribuído a essa tecnologia. No entanto, nos carros mais antigos, o cliente sabe que a vela original que custa muito menos e atende perfeitamente a necessidade do motor. Isso não será uma barreira?

A vela de ignição convencional desenvolvida para determinado motor realmente atende às suas necessidades. A proposta das velas especiais, porém, é oferecer aos usuários do mercado de reposição que buscam uma melhor performance e não querem fazer grandes transformações no motor, uma forma fácil e acessível de melhorar o desempenho do veículo por meio dessas velas mais tecnológicas.

Acreditamos muito no potencial desses produtos, pois recebemos muitas consultas de usuários procurando opções de velas de ignição que melhorem o desempenho do veículo. Foi para atender a essa demanda que disponibilizamos no aftermarket as linhas Iridium IX e G-Power, produtos que atendem a uma grande gama de modelos que saíram de fábrica com velas convencionais.