A empresa vencedora da licitação para fiscalizar e gerir o processo de inspeção ambiental veicular em São Paulo, a Controlar, firmou parceria com o Senai Ipiranga (referência em cursos profissionalizantes, principalmente os ligados à área automotiva), para treinar a equipe de colaboradores e fiscais.
O quadro de profissionais contratados pela Controlar é o mais variado, na maioria dos casos com algum histórico de dedicação ao segmento automotivo. Temos como exemplo ex-funcionários de grandes montadoras, indústrias de autopeças, reparadores, técnicos em eletrônica, entre outros perfis. Certamente o critério para escolha da mão-de-obra foi exemplar.
Uma série de turmas já foi treinada e outras estão em andamento, a fim de atender a demanda de veículos que desde o primeiro dia do mês começou a aparecer nos postos autorizados do grupo.
Por enquanto, o curso Mecânica Automotiva Inspeção de Emissões Veiculares do Senai Ipiranga está disponível apenas aos colaboradores contratados pela Controlar. Este é um treinamento que futuramente terá grande valia para o reparador, devido ao repasse de informações oficialmente utilizadas nos locais de inspeção. Desta maneira, o reparador ficaria por dentro dos critérios, regras e conceitos adotados pelo programa.
Em visita ao Senai, pudemos acompanhar a linha de inspeção destinada a treinamentos, que reproduz as que encontramos em São Paulo. Vamos aprender agora algumas dicas sobre os itens que o reparador deverá inspecionar no veículo do cliente, antes de encaminhá-lo a linha da Controlar.
Na primeira etapa são verificados os seguintes itens do veículo: compatibilidade com o cadastro do DETRAN com relação à cor, combustível e categoria.
Itens que influenciam a emissão de gases poluentes ou trazem algum dano ao meio ambiente tais como:
• Funcionamento irregular do motor
• Vazamentos aparentes
• Vazamentos ou alterações no sistema de escapamento
• Vazamentos ou alterações no sistema de admissão de ar
• Retirada ou alteração de componentes originais que influenciam na emissão
• Emissão de função azul ou quantidade demasiada de fumaça
Na segunda etapa o veículo entra no setor de análise de gases, onde são efetuadas as medições de acordo com metodologia normativa adotada pela Controlar.
A análise
Se analisarmos os parâmetros divulgados pela Resolução Nº7 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), podemos perceber que as margens de tolerância estão folgadas para o reparador que aplicar à risca a manutenção preventiva. Nesta edição, o Ford Fiesta que passou pela matéria Avaliação do Reparador apresentou índice máximo de CO de 0,40% após a manutenção e o valor limite estabelecido pelo já citado Conama 7, ratificado pela Portaria Nº 04 da SMVA-G/2009, publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo em 10 de janeiro, é de 1%. (* vide tabela).
1 Primeiro o sistema solicita a placa do veículo
2 Em seguida é necessário o preenchimento dos dados do veículo, como Renavam, quilometragem, cor, etc
3 Neste exemplo podemos conferir um veículo que foi rejeitado devido a incompatibilidade de placa, renavam ou cor
4 Se o cadastro estiver ok, o sistema dará início ao questionário sobre a identificação visual de avarias
5 Mais questionamentos sobre as condições visuais gerais do veículo
6 Após aprovado na inspeção visual, o veículo seguirá para a 2ª fase (análise dos gases)
7 O equipamento realizará a interpretação das emissões através do opacímetro
8 Sensor de rotação do tipo indutivo, pertencente ao equipamento da Controlar
9 Sonda do analisador conectada a saída do escapamento
10 Equipamento em ação
11 Após o teste, se aprovado o veículo receberá o selo com numeração individual, que ficará registrada no sistema da Controlar, e o certificado de aprovação é emitido na hora
Enquanto o curso for restrito à comunidade da Controlar, o que nos resta é a atualização profissional em outras opções disponibilizadas pela instituição.
Além desta novidade, o Senai Ipiranga já disponibiliza a toda comunidade reparadora o curso sobre Identificação de Procedência de Veículos. O foco deste treinamento é a capacitação quanto à identificação dos códigos pertinentes ao histórico e registro do veículo junto aos órgãos governamentais. Através deste treinamento o reparador poderá encontrar mais uma oportunidade de negócios. Hoje temos no mercado várias empresas que prestam serviços de atestar a procedência de um veículo.
Muitas vezes o cliente confia somente em seu reparador. Por que não oferecer uma análise profissional ao invés daquela "olhadinha" de favor o qual somos solicitados antes da compra de um veículo, por exemplo? O custo médio para esta avaliação gira em torno de R$ 70,00 a R$ 140,00 nos postos cadastrados pelo Denatran. Temos que ter consciência que a emissão de laudos oficiais somente poderá ser efetuada por empresas autorizadas pelo já citado Denatran.
Com um pouco de criatividade o reparador poderá prestar mais este serviço. A oficina que oferecer o maior pacote de serviços ao cliente é a que se destacará das demais. O universo automotivo se reinventa a cada dia, com novas tecnologias, novos veículos, novas opções de produtos, e por que continuamos a oferecer os mesmos serviços, como se nada houvesse evoluído? Pense nisso!
Matéria da edição Nº216 - Fevereiro de 2009