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Eletrônica e sofisticação no menor carro da Fiat


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Por: Alexandre Akashi - 09 de novembro de 2010

 

A primeira informação que o leitor precisa saber a respeito do novo Fiat 500 (lê-se Cinquecento, 500 em italiano) é que o motor deste pequeno e compacto veículo urbano tem 1.4l de capacidade volumétrica, e não 479cc como o 500 dos anos 1950, que serviu de inspiração para os designers da Fiat.


Mas então, por que se chama Cinquecento? Uma homenagem a um dos maiores sucessos da montadora, que foi produzido de 1957 a 1975 e projetado por Dante Giacosa, designer italiano autor de outros tantos sucessos, como o Topolino, de 1936.
No Brasil, a Fiat apresentou ao novo 500 em 2009, em duas versões, Sport e Lounge, ambos com motor 1.4l 16v gasolina, de 100cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 13,4kgfm a 4.250rpm, com duas versões de câmbio: manual de seis velocidade e Dualogic (automatizado) de cinco velocidades.


A versão avaliada nesta reportagem é a Lounge, com câmbio manual. A diferença para a versão Sport é pequena; alguns poucos detalhes como teto fixo de vidro, ar-condicionado automático digital, banco do motorista com regulagem de altura, banco do passageiro com porta-objetos, retrovisores externos elétricos com calotas cromadas, frisos cromados, interior Lounge e volante exclusivo em couro com comandos do rádio.

Powertrain
O motor, como dito anteriormente, é um quatro-cilindros em linha com 1.4l de capacidade volumétrica, quatro válvulas por cilindro (16v), o mesmo que equipa o Punto T-Jet, porém sem o turbocompressor. Na Europa há uma versão Abarth do modelo, com motor T-Jet de 140cv de potência a 5.000rpm e torque máximo de 206Nm a 2.000rpm. Segundo a Fiat, esta versão apimentada faz de 0-100km/h em apenas 8,1 segundos.


Existem ainda outras opções de motorização que não estão disponíveis para o consumidor brasileiro, sendo duas a gasolina (1.2l e 0.9l turbo com multiair) e duas diesel (ambas de 1.3l, uma de 75cv e outra de 95cv). Infelizmente o consumidor brasileiro ainda não tem acesso a estas versões, pois a Fiat não demonstrou, por enquanto, interesse em aumentar a gama de modelos importados.
Acoplado ao motor 1.4l, está o melhor câmbio manual de todos os veículos que a Fiat já comercializou no Brasil. Com seis velocidades à frente e uma a ré, as trocas de marchas são suaves e precisas, ale de ser muito bem escalonado, o que permite extrair toda potência e torque do motor tornando o 500 um carro muito divertido de dirigir.


Infelizmente este câmbio não é compatível com outros modelos da Fiat, porém seria bastante interessante se houvesse algo similar no Punto T-Jet, por exemplo, uma vez que a troca de marchas é a única parte que pode melhorar muito no hatchback esportivo.

 

Torque e potência
Durante o período de teste com o 500, analisamos o rendimento do motor em dinamômetro, oferecido pela oficina Design Mecânica, de Campinas, dos irmãos André e Carlos Bernardo, ambos membros do Conselho Editorial do jornal Oficina Brasil.
Na avaliação do especialista em injeção eletrônica André Bernardo, o Fiat 500 entrega o que promete. “No dinamômetro, em todas as medições, o carro apresenta bem as características de um motor 16v, pois o torque melhora  bastante em altas rotações”, avalia André.
Ao todo, realizamos mais de 15 puxadas no dinamômetro, e em todas a potência nominal do motor foi acima de 100cv de potência. Na melhor passagem, medimos potência máxima de 102,9cv a 6.187rpm, com torque máximo de 13,4kgmf, a 4.893rpm. Na roda, a potência máxima revela pelo dinamômetro foi de 90,3cv a 5785rpm.

Eletrônica
O Fiat 500 é pequeno, curto e fácil de dirigir por contar com uma extensa lista de recursos eletrônicos, como freios antibloqueante (ABS) com sistema de estabilidade (ESP), controle de tração (ASR) e auxílio em rampa (hill holder), que mantém os freios acionados por 3 segundos sempre que o motorista para totalmente o veículo em um aclive ou declive, impedindo assim que o carro dê aquelas famosas escorregadinhas para trás no momento da partida.


Além disso, no sistema de segurança é equipado com sete air bags: dois na frente, dois window bags, dois side bags e um knee bag, que evita lesões aos joelhos do motorista em caso de impacto. A direção é elétrica com um dispositivo batizado pela Fiat de Dual Drive. Ao selecionar o botão Sport, no console, a direção fica mais pesada, e responde com mais agilidade ao comando.
O botão Sport faz, no entanto, muito mais do que isso. Muda o mapa de aceleração do carro e o torna muito mais ‘esperto’, apesar de as curvas de torque e potência permanecerem as mesmas. Assim ocorre que no modo Sport, o acelerador responde muito mais rápido ao comando, privilegiando arrancadas e também retomadas de velocidade.


Outro dispositivo que o Fiat 500 tem de série e que chamou muita atenção é o sensor de estacionamento. Com pouco mais de 3,5m de comprimento, este poderia ser item totalmente dispensável, porém, como se trata de um veículo de nicho, o equipamento está presente em todas as versões.


No motor, o veículo apresenta todos os sensores possíveis e imagináveis, para permitir o melhor aproveitamento energético do combustível. Para rodar no Brasil, a Fiat realizou algumas alterações no projeto original, para que os 22% de etanol contida na nossa gasolina não prejudicasse o desempenho e não corroesse os componentes diretamente ligados ao combustível.


Vale ressaltar que o 500 já apresenta sistema de diagnose OBD2, com duas sondas lambdas, uma para corrigir a queima e outra para avaliar a eficiência do catalisador. Assim, é recomendável a utilização de combustível de qualidade, para evitar eventuais falhas de combustão.

Manutenção
Na oficina, nossa primeira curiosidade era saber se os sistemas eletrônicos embarcados eram facilmente detectados por algum aparelho de diagnose, assim como os parâmetros do motor.


Com auxílio de um Bosch KTS 570, foi possível identificas os módulos do ABS (ESP 8.0 var.2), air bag (AB Siemens EP-Proxi), áudio (Áudio/telemática 4.0), da direção elétrica (Direção assistida 5.0), da Eletrônica central (ZE 4.1 HVAC), sistema de gerenciamento do motor (Motronic ME 7.9.10), painel (Painel instrumentos 4.1), do sensor de estacionamento (Sist.aux.estacionamento 2), ar-condicionado (A/C automático 4.1) e reset do intervalo de manutenção.
“É muito interessante este acesso ao diagnóstico do sistema do sensor de estacionamento”, afirma André Bernardo, da Desgin. De fato, o equipamento de diagnose mostrou bastante versatilidade neste veículo, sendo possível realizar diversos testes dos sistemas de eletrônicos embarcados.


As leituras do funcionamento do motor também não apresentaram dificuldades. O equipamento mostrou diversos parâmetros, desde os básicos, como tempo de injeção, tensão de alimentação, temperatura do ar aspirado, do óleo do motor, rotação do motor, posição da borboleta, tensão de sonda lambda, entre outros, até, posição da alavanca do câmbio, nível do tanque de combustível, tempo de funcionamento, temperatura do catalisador, entre outros.


No elevador, descobrimos que o Fiat 500 é de manutenção muito simples. O sistema de suspensão e câmbio é apoiado em subchassi de fácil remoção, e os componentes de troca mais frequente, como filtro de óleo e de ar, e alguns dispositivos e sensores são bastante acessíveis, apesar do pequeno compartimento do motor.


Assim, com toda a eletrônica embarcada no veículo, o diagnóstico é bastante simplificado com o uso do scanner, e a engenharia da Fiat conseguiu com o pouco espaço, montar o carro de manutenção simples. Porém, o 500 é importado da Europa, assim como os principais componentes e peças de reposição. Assim, o custo deve ser compatível com o preço do veículo: a partir de R$ 61.420, na versão avaliada.