Notícias
Vídeos

Renault Master 2.5 diesel com defeito no sistema de injeção depois da troca do cabeçote


Uma das características dos motores diesel é a sua robustez, mas como tudo tem limites, não basta reparar o cabeçote e deixar outros componentes como a bomba de alta pressão e injetores sem a correta verificação

Por: Antônio Gaspar de Oliveira - 14 de setembro de 2022

As oficinas sempre estão dispostas a atender os clientes e fazer os reparos nos seus veículos, mas é preciso ter alguns cuidados para que o serviço seja executado de forma correta e não pela metade. 

Muitas vezes esta decisão parte do cliente, só que a responsabilidade é da oficina que está executando o serviço e é aqui que entra o conhecimento técnico e as orientações necessárias para convencer o cliente sobre as consequências de um serviço feito parcialmente. A realização do diagnóstico para identificar um defeito é apenas uma etapa, pois existe a possibilidade de ter mais de um defeito e o diagnóstico é finalizado somente quando se encontra a causa de cada um dos problemas que o veículo apresenta.

Foi o que aconteceu com um Renault Master 2012 que estava com funcionamento irregular do motor e a primeira oficina que avaliou o defeito do motor achou que era apenas o cabeçote que estava causando o problema de mau funcionamento.

Existe uma grande diferença quando alguém diz que acha que o defeito pode ser no cabeçote, primeiro porque quem diz que acha, na verdade não sabe se o defeito está realmente no cabeçote. 

Esta situação é extremamente delicada para a oficina, pois o serviço pode não dar certo e o cliente retira o veículo e leva para outra oficina, que vai fazer um diagnóstico criterioso e se cercar do máximo de cuidados para ter a certeza que o serviço será bem feito e que vai resolver o problema do mau funcionamento do motor.  

A visão do Renault Master com frente toda desmontada já passa uma dimensão do tipo de serviço que está sendo executado, mas em alguns tipos de serviços, é melhor ter o acesso livre aos componentes do que ficar fazendo sacrifício nos espaços apertados no compartimento do motor. 

Na segunda oficina que atendeu e removeu toda a frente do veículo, foi realizado o diagnóstico com precisão e ficou constatado que o motor tinha problemas no sistema de injeção. 

Quando falamos de sistema de injeção, não basta trocar os bicos injetores, é preciso analisar todo o conjunto, começando pelo tanque de combustível, filtro, bomba de alta pressão, common rail e injetores.

Neste caso o cliente só não aprovou a limpeza do tanque, mas ficou a observação sobre a possibilidade de ter sujeira interna que poderia comprometer os componentes depois do serviço realizado.

A localização da bomba de alta pressão, que fica na lateral esquerda do motor, não oferece facilidade de acesso, por isso que é melhor remover a frente, mesmo que demore um pouco mais, mas o trabalho será realizado com muito mais facilidade e rapidez, tanto na remoção quanto na instalação dos componentes. 

Esta bomba de alta pressão é fornecida pela Bosch e na entrada dela tem uma outra bomba de baixa pressão, que atua com pressão de combustível entre 2 e 4 bares. Esta bomba puxa o diesel do tanque e transfere para a bomba de alta pressão, que envia para o common rail e depois para os quatro injetores que alimentam cada cilindro do motor 2.5 Renault diesel G9U.

O módulo de controle do motor determina o valor de pressão de injeção necessário para que o motor funcione corretamente e, em seguida, controla o regulador de pressão e verifica se o valor da pressão está correto, analisando o valor transmitido pelo sensor de pressão localizado no tubo common rail.

Também determina o tempo de injeção necessário para injetar a quantidade certa de diesel e o momento em que injeção deve começar, controlando eletricamente cada injetor individualmente após determinar esses dois valores.

O fluxo de combustível injetado no motor segue alguns parâmetros:

• Duração do controle de cada injetor;

• Velocidade de abertura e fechamento dos injetores;

• Curso da agulha;

• Fluxo hidráulico nominal do injetor;

• Pressão do common rail, que é controlada pelo módulo de injeção.

O combustível, que vem do tanque através de um tubo, quando chega próximo ao filtro passa por uma bomba manual de borracha que serve para fazer a sangria do sistema. 

Após a desmontagem, limpeza e troca do reparo da bomba de alta pressão, foi montada e instalada na bancada de testes para os ajustes e comprovação do seu funcionamento, conforme o plano de testes da Bosch. (Fig.12)

Os quatro bicos injetores também foram revisados e testados, comprovando a eficiência em todas as condições.

Desta forma, o sistema de injeção está com seus componentes restabelecidos e o que se espera é que após a instalação no motor, tudo volte a funcionar adequadamente, inclusive com a instalação do filtro de combustível novo e de qualidade comprovada. 

Na oficina que oferece serviços com garantias e quer sempre ver o cliente satisfeito com o serviço, não há espaço para aplicação de peças duvidosas, que podem comprometer todo serviço por causa da qualidade da peça, mesmo que o lucro seja menor, não compensa correr riscos de perder o cliente, aplicando peças mais baratas e de qualidade inferior.

Aproveitando que o Renault Master estava com frente desmontada, foi executado mais um serviço para garantir o desempenho do motor. A turbina foi removida e ficou constatado o consumo de óleo devido a desgastes e folgas excessivas.

Após a realização de reforma na turbina, foram recuperadas todas as características de funcionamento deste componente importante, que contribui com a eficiência do sistema de injeção eletrônica de diesel do Renault Master.

Com o sistema de injeção instalado e funcionando corretamente junto com o turbocompressor, o carro voltou a ter o rendimento que é característico deste modelo e o cliente retornou ao trabalho mais confiante com o carro, que foi devidamente reparado com critério e competência aplicada no serviço executado e nas peças instaladas.