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Volkswagen Jetta 2.0, com apenas 120 cv, deixa a desejar em desempenho e consumo


Veículo concorre com carros com motor de 2,0 litros que entregam, no mínimo, 20 cv a mais. Sua potência é menor do que o motor 1.6 do grupo PSA Peugeot-Citroën

Por: Vinícius Montoia - 15 de outubro de 2015

O novo Volkswagen Jetta chegou ao mercado com três versões e duas opções de motor no início do ano. Entretanto, nós ainda não havíamos testado a unidade com motorização com aspiração natural, aquela que desenvolve 120 cv com etanol. Aqui apresentamos os equipamentos e o teste da versão Comfotline, intermediária, com câmbio Tiptronic de seis marchas que custa inicialmente R$ 75.490.

Versão testada não tinha LED no contorno dos faróis

EQUIPAMENTOS

Diferentemente da foto, que mostra a versão Highline com LED e faróis de neblina, a Comfortline não tem esses equipamentos. Os faróis são com lâmpadas alógenas e não há LED na lanterna traseira. Assim como a Trendline (modelo básico), ele tem direção hidráulica, ar-condicionado, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, alarme, apoia braço com tomada de 12V e saída de ar-condicionado para o banco traseiro, além de porta-luvas refrigerado, volante com ajuste de altura e profundidade, controle de tração (ASR) e quatro airbags (dois laterais e dois frontais).

O interior tem uma das melhores posições de dirigir do segmento

Adiciona-se à versão intermediária volante revestido em couro com aletas para trocas de marcha e comandos do computador de bordo e rádio, piloto automático, tela colorida de 6,5 polegadas sensível ao toque e seis alto-falantes.

IMPRESSÃO AO DIRIGIR

Se não fosse pela baixíssima potência do motor 2.0, o que é incompreensível para o consumidor, oferecer um motor com cilindrada de 1.984 cm³ com tão baixa cavalaria frente às tecnologias apresentadas, por exemplo, no up! TSI. O Jetta poderia ser mais respeitado se oferecesse apenas o motor 2.0 turbo para todas as versões, pois aí entrega a potência (211 cv) que o modelo merece. Não que sua reputação seja ruim, mas ele consegue oferecer menos do que o Peugeot 208 1.6 que você viu na reportagem anterior. Ao menos em torque o Jetta consegue ultrapassar o francês. Mas nem isso o torna um veículo ágil, pois são 70,9 kg/kgfm em sua relação peso/torque frente aos 70,3 do 208. E a relação peso/potência fica ainda pior: o Jetta tem 10,8 kg para cada cavalo, enquanto que o hatch de entrada da Peugeot tem 9,4 kg/cv.

O sedã, em nossos testes, teve consumo elevado para a potência que entrega. Foram 6,3 km/l com etanol em perímetro urbano e 8,9 km/l em rodovias, utilizando o ar-condicionado em ambos os trechos. E por falar em rodovia, o motor apresenta boa relação com o câmbio, pois a 120 km/h o propulsor trabalha a apenas 2.600 rpm em sexta marcha. A 100 km/h o giro cai para apenas 2.000 rpm na mesma marcha. Em 80 km/h registramos 1.700 rpm com a última engrenagem engatada. Já a 60 km/h, com a quinta, a rotação fica em torno de 1.100 rpm. Com tudo isso dá para garantir conforto a bordo do sedã, mas isso não significa baixo consumo, como você viu acima.

Entretanto, o sedã continua entregando muito prazer ao dirigir. Não fosse a reputação dos demais sedãs do mercado – me refiro a Honda Civic e Toyota Corolla – O Jetta seria o grande favorito do consumidor e ele apareceria muito mais nas oficinas deste país. Digo isso porque o sedã apresenta ótimo equilíbrio em velocidades altas. Ele é aquele tipo de veículo que foi projetado para proporcionar muito mais do que tem dado ao condutor: parece ter sido desenhado para entregar diversão e muita velocidade, arrancadas de grudar a cabeça no banco, deixar o estômago gelado. Mas, na verdade, o Jetta com 120 cv não chega à metade dessas sensações.

O acabamento é como todo Volkswagen: sóbrio e sem deixar rebarbas. Tudo está no seu devido lugar e de fácil acesso, principalmente os comandos do volante. A direção proporciona boa empunhadura e o painel é de fácil leitura, além de mostrar todas as funções do computador de bordo.

A nossa versão tinha a cor metálica Azul Silk, que custa R$ 1.144. Com o mesmo preço existe à disposição do consumidor a Cinza Platinum e a Prata Sargas. As cores sólidas, que não adicionam custo ao valor final do veículo, são a Branco Puro e a Preto Ninja. Há também uma perolizada, Preto Mystic, que custa R$ 1.691. Além disso havia também teto solar (R$ 4.210) e o pacote Exclusive que, por R$ 5.862, adiciona ar-condicionado de duas zonas, espelho retrovisor interno eletrocrômico (antiofuscante), retrovisores externos com acionamento elétrico, revestimento dos bancos em couro sintético Native, rodas de liga-leve de 17 polegadas, sensor de chuva e crepuscular e botão para partida (Start&Stop). Tudo isso deixou a versão avaliada R$ 11.216 mais cara, totalizando R$ 86.706.