Notícias
Vídeos

Renault Duster Oroch traz aprimoramentos em relação ao SUV e melhor relação de marchas


Reforços na estrutura da cabine, suspensão e nova relação entre as marchas são a aposta da picape para otimizar seu desempenho. A proposta da Renault com sua primeira picape promete agradar os consumidores

Por: Vinicius Montoia - 03 de dezembro de 2015

Duster Oroch tem visual mais agradável que o do SUV

Você já pensou em indicar para um cliente uma picape grande, mas ficou com receio por conta do tamanho do veículo, que é difícil de lidar nas cidades e não indicou uma picape compacta porque não atendia às necessidades, certo? Pois bem, a Duster Oroch traz uma proposta que pretende mudar o conceito desse segmento. A primeira picape da história da marca também chega para ser a primeira derivada de um SUV compacto, o Duster. E a marca conseguiu se antecipar à Fiat, que pretende trazer a Toro, derivada do Jeep Renegade, até fevereiro de 2016. Ainda não saíram as versões 4x4 e nem a automática, mas o conceito de um novo estilo de picape pode agradar muita gente. 

Assim como nas picapes médias, estepe fica embaixo da caçamba

Caçamba tem capacidade para 650 kg de carga

Fabricada em São José dos Pinhais (PR), a Oroch foi desenvolvida pela RTA (Renault Tecnologia Américas), que tem o objetivo de desenvolver produtos voltados às necessidades e ao perfil do consumidor latino-americano. Como resultado deste desenvolvimento, o modelo traz suspensão traseira multilink em todas as versões, entre-eixos 15 cm maior em relação ao Duster, deixando a picape com espaço interno de um carro de passeio, com bastante espaço para cabeça e pernas. E o bom é que o banco não é tão ereto quanto nas demais picapes dos outros segmentos citados. No total, foram 4.800 horas de desenvolvimento e 720 mil km de testes na França, Brasil e Argentina, segundo a marca. O nome Oroch vem de uma tribo localizada no sudeste da Rússia que, no censo de 2010, contabilizou apenas 596 habitantes.

A Renault Duster Oroch será vendida em três versões e com duas opções de motores, o 1.6 16V Flex e 2.0 16V Flex que equipam o SUV Duster. Ambos recebem nota “A” em consumo no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV). O câmbio pode ser manual de cinco (atrelado ao motor 1.6) ou seis marchas (combinado com o propulsor 2.0) e com relações específicas, que você confere na tabela no final da reportagem. A redução das relações se deu em 4% no modelo 2.0 e em 7% no 1.6.

Esta proposta da Renault nos faz indagar: porque uma picape derivada de SUV compacto? No Brasil, as picapes são responsáveis por 80% do mercado de comerciais leves e por 13% do mercado total, com aproximadamente 450 mil veículos vendidos em 2014. Estes números evidenciam a importância destes modelos no mercado nacional. As vendas de picapes compactas cresceram nove vezes entre 2010 e 2014 em comparação com os veículos de passeio. No mesmo período, o volume de vendas das picapes cabine dupla aumentou 50%. Na América Latina, em 2014, o mercado de veículos utilitários representou 1,2 milhão de unidades e se consolidou como um dos mais importantes e concorridos da região.Um a cada três veículos utilitários comercializados no mundo é uma picape.

Há espaço suficiente para três adultos no banco traseiro

ESPAÇO INTERNO

A picape tem 360 mm a mais no comprimento em comparação com o Duster. No total, são 4.693 mm de um para-choque ao outro e 2.829 mm de entre-eixos, números que garantem espaço bom tanto nos bancos dianteiros quanto no traseiro. Cinco passageiros viajam de forma agradável. Quem se acomoda nos assentos dianteiros tem 85,6 cm de espaço para cabeça, mais do que em picapes compactas. No banco traseiro são 87,7 cm de espaço para cabeças. O espaço para joelhos é de 15 cm.

Ao volante a situação já é mais complicada, assim como na maioria dos Renault. É difícil encontrar a melhor posição para guiar, mesmo com o ajuste do banco e da altura da coluna de direção. E, apesar da boa visibilidade proporcionada pela janela traseira da cabine, os retrovisores laterais são muito estreitos. O volante não tem boa empunhadura e os comandos do sistema multimídia ficam em posição abaixo do ideal. Na posição correta de dirigir, com as duas mãos no volante, é impossível visualizar o GPS sem dar aquela desencostada do banco, o que não é indicado para trafegar nas melhores condições de segurança. Entretanto, na versão avaliada, 2.0, há controle do rádio e piloto automático.

Caçamba tem capacidade para 650 kg de carga

Há também algumas falhas de acabamento, como peças mal encaixadas e rebarbas nas portas, como é possível ver na imagem abaixo. A diferença entre a proteção plástica do banco do motorista e do passageiro chega a ser escandalosa. O espelho de cortesia, localizado no parassol, não tem tampa. 

CAÇAMBA

A caçamba comporta 683 litros (na Fiat Strada cabine dupla são 680 litros e 705 kg), São 1.175 mm de largura e 1.350 mm de profundidade. Para ajudar no transporte de carga existem oito anéis de fixação (cada um suporta 50 kg), que podem ser rebatidos quando não estão em uso. A proteção de plástico já vem de série e a tampa da caçamba suporta até 80 kg. A capacidade de carga é de 650 kg. Uma semelhança com as picapes médias é o local de instalação do estepe, que fica embaixo da parte traseira do veículo.

DESENVOLVIDA NO BRASIL

O conjunto de suspensões tem o mesmo conceito do Duster 4x4, mas com peças novas e reforçadas. Este conjunto traz mais robustez para o veículo de carga, mas sem deixar o veículo rígido. O conforto dele é realmente como o de um veículo de passeio, independentemente da caçamba estar completamente cheia ou vazia.

A suspensão traseira multilink independente é MacPherson, que traz molas helicoidais com barra estabilizadora. O veículo também recebeu, comparando com o Duster, reforço na coluna traseira, assoalho e parede da cabine (em concha para abrigar melhor cargas como motos e bicicletas). As molas e amortecedores foram redesenhados e as cargas também são diferentes das do SUV, e também mudaram as longarinas.

MOTORES

A oferta de motores segue a linha Duster, com os confiáveis 1.6 16V e 2.0 16V. Ambos receberam evoluções em torque e potência em maio deste ano. Nos testes realizados pelo Jornal Oficina Brasil, o veículo com motor 2.0 conseguiu média urbana de 5,3 km/l e rodoviária de 7,3 km/l, ambas com etanol.

O motor 2.0 16V tem 148 cv a 5.750 rpm quando abastecido com etanol e 143 cv a 5.750 rpm quando abastecido com gasolina. A oferta de torque é de 20,9 kgfm a 4.000 rpm, quando abastecido com etanol, e 20,2 kgfm a 4.000 rpm com gasolina. Mesmo com a opção da sexta-marcha, as rotações não são tão baixas como deveriam. A 100 km/h, por exemplo, o motor trabalha a 2.600 rpm com a última engrenagem engatada, o que não traz benefícios para o consumo de combustível nem para o conforto acústico na cabine. Para se ter noção, a 120 km/h o propulsor está a 3.100 rpm. Nós pudemos testar o veículo em seu lançamento em uma pista no Rio de Janeiro e a velocidade máxima atingida foi de 170 km/h.

Já o motor 1.6 16V oferece 115 cv a 5.750 rpm com etanol e 110 cv a 5.750 rpm com gasolina. Em torque, são 15,9 kgfm a 2.500 rpm, quando abastecido com etanol, e 15,1 kgfm a 2.500 rpm com gasolina.

Para reduzir o consumo, há funções como o EcoMode, que pode ser acionada por meio do botão localizado no painel central, mas o veículo deixa muito a desejar nessa condição. Este modo limita a potência e o torque do motor, além de reduzir a potência do ar-condicionado, o que permite uma redução de 10% no consumo de combustível.