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Nissan Versa ganha motor de três cilindros e quer conquistar maior fatia do mercado


Com o mesmo motor do March, sedã compacto é o segundo carro da marca japonesa produzido no Brasil e promete ter o menor custo de revisão da categoria

Por: Vinícius Montoia - 13 de abril de 2015

Um mês depois de lançar o March com motor de três cilindros, a Nissan mostra que quer ganhar ainda mais espaço no mercado nacional. Dessa vez é a hora do Versa, sedã compacto, ganhar motor 1.0 - antes só era vendido com motorização 1.6. O propulsor é o mesmo que você conferiu no March, na edição passada, que tem 77 cv e 10 kgfm de torque. O carro já está nas concessionárias de todo o país desde o dia 23 de março e os preços variam de R$ 41.990 a R$ 54.990.

O Versa é o segundo modelo produzido no complexo industrial de Resende, no Rio de Janeiro. Ele chega com novo design externo (exceto pelas lanternas traseiras que não sofreram alteração) e mudanças importantes na parte interna.

EXTERIOR
Agora a grade está de acordo com a identidade visual da marca. O “V” no capô acompanha a grade até o final e é possível ver os mesmos elementos no Sentra e Altima, sedãs maiores da marca, e a grade cromada está presente em todas as versões. O farol agora tem o formato de bumerangue e está maior. Ele continua com os 4,49 metros de comprimento, 1,69 m de largura e 2,60 m de entre eixos.

Esta última medição mostra o quanto ele pode oferecer de conforto no espaço para os ocupantes do banco de trás, pois ele é apenas 6 cm menor que o sedã médio Honda Civic. O bagageiro continua com 460 litros de capacidade.

Interior da versão Unique tem tela multimídia de sérieINTERIOR
Agora o Versa conta com o mesmo volante do irmão maior, o Sentra. Apesar de o interior estar parecido com o do hatchMarch, o rádio da versão 1.0 é mais refinado. Os comandos de ar-condicionado permaneceram os mesmos, mas todo o painel foi redesenhado. Os mostradores são novos e na versão 1.6 o acabamento das saídas do centro são em black piano.

As portas são parcialmente cobertas por tecido em algumas versões e agora há os opcionais dos bancos e volante em couro. O sistema multimídia NissanConnect passa a equipar o Versa, mas somente na nova versão topo de linha Unique 1.6. Esse sistema funciona de forma simples: o proprietário registra o seu carro, baixa o aplicativo no seu smartphone e pode interagir com o Facebook e Google.

A direção tem assistência elétrica progressiva em todas as versões, aquela que fica mais suave em velocidades reduzidas, facilitando manobras, e enrijece em altas velocidades, proporcionando maior segurança em estradas. O câmbio manual é de cinco marchas e, por enquanto, não há previsão para a vinda de um câmbio automático.

“Nós estamos estudando para saber se temos condições de trazer um câmbio automático. Eu pessoalmenteopto pelo CVT, pois é um câmbio bastante confortável, mais econômico e faz parte da identidade da Nissan”, disse Jean-PhillipeTery, gerente de produto da marca. “Não sabemos quando traremos, pois, depois de descobrirmos se é viável a implantação desse câmbio, temos um tempo para o desenvolvimento do produto. Tem mercado para ele, isso não se discute, mas precisamos de uma conclusão positiva”, disse o gerente.

A posição de dirigir é fácil de achar. Porém, nenhuma versão traz o ajuste de distância da direção, apenas altura. Os bancos passam a ter abas laterais maiores, favorecendo a dirigibilidade em estradas sinuosas. A altura do banco pode ser ajustada em até 40 mm. Enquanto o painel das versões 1.0 é igual ao do March, com iluminação laranja, o das versões 1.6 conta com luz branca e instrumentos com maior nitidez.

MOTORIZAÇÃO
O propulsor 1.0 oferecido no Versa é derivado do HR12, 1.2 utilizado na Europa. Esse motor sofreu mudanças para se adequar ao mercado brasileiro, entre elas está o sistema FlexStart, produzido pela Bosch. Abaixo de 15°C o etanol é aquecido antes de ser injetado no cilindro por lanças aquecedoras, instaladas em câmeras individuais de aquecimento, acionadas e monitoradas por Unidade de Controle de Aquecimento. A vantagem do sistema é a melhor queima do etanol, economia de combustível e a eliminação do tanquinho de gasolina.

Esse 1.0 entrega 77 cv a 6.200 rpm e 10 kgfm de torque a 4.000 rpm, seja abastecido com gasolina, seja com etanol. Segundo a montadora, o Versa 1.0 acelera de 0 a 100 km/h em 16 segundos e sua velocidade máxima é de 162 km/h. De acordo com a Nissan, o Versa 1.0 faz 8,5 km/l com etanol na cidade e 10,4 km/l na estrada. Com gasolina a média urbana sobe para 12,6 km/l e 15,2 na estrada.

Já o motor 1.6 entrega 111 cv a 5.600 rpm e 15,1 kgfm de torque aos 4.000 rpm. O desempenho de 0 a 100 km/h é de 10,4 segundos e a velocidade máxima de 187 km/h. Esse propulsor apresenta médias de 8,6 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Com gasolina a média em perímetro urbano é de 12,4 km/l e a média rodoviária fica em 14,8 km/l.

VERSÕES
O Versa terá cinco versões. As mais em conta, denominada apenas de “1.0” custa R$ 41.990 e já vem com direção elétrica progressiva, banco do motorista com regulagem de altura, controle eletrônico de frenagem (EBD), assistência de frenagem (BA), computador de bordo, ar-condicionado, ajuste de altura da direção, retrovisores com regulagem elétrica, vidros dianteiros elétricos e alarme. Na 1.0 S, por R$ 44.990, são adicionados o rádio CD Player com entrada USB, auxiliar, iPod, conexão bluetooth e quatro alto-falantes e rodas de liga leve aro 15”.

A 1.6 básica é a SV, custa R$ 46.490, e tem os itens da versão 1.0 S, exceto pela roda de liga leve 15”, que nessa versão básica com motor 1.6 é de aço 15”. Além disso, entre os seus itens de série está a abertura interna do porta-malas, maçanetas internas cromadas, painel de instrumentos com iluminação branca e porta-malas com iluminação.

Na versão 1.6 SL (49.490) são acrescidos acabamento dos bancos em camurça, banco traseiro rebatível, vidros traseiros elétricos, revestimento das portas em tecido, rodas de liga leve 15” e todos os cintos traseiros de três pontos.

Na nova topo de linha, Unique, que sai por caros R$ 54.990, o Versa tem os equipamentos da SL mais acabamento em black piano no painel central, maçanetas externas e friso do porta-malas cromados, ar-condicionado automático e digital, rádio com tela de 5,8” colorida e multifunção, câmera de ré, rodas de liga leve 16”, acabamento cromado nos faróis de neblina, fixação para cadeirinhas de criança (Isofix e Latch), revestimento dos bancos, manopla do câmbio, direção e portas em couro e retrovisores externos com indicação de direção.

DIRIGIBILIDADE
No dia de lançamento do modelo tivemos contato com duas versões. A primeira a ser testada, 1.0, jádeixa claro que o Versa não é um sedã derivado do March, apesar de ter peças e conjunto motriz compartilhados. Ele é muito mais estável que o hatch, transmite maior segurança em curvas acentuadas e a resposta dos freios, com o veículo vazio, são boas. O motor de 77 cv parece ter sido bem ajustado ao modelo, mas como a maioria dos três cilindros, funciona melhor em rotações mais altas, acima dos 2.800 rpm, quando estão disponíveis 9 kgfm de torque. Ele tem relação de peso/potência de 13,7 kg/cv. Já o peso/torque tem relação melhor que o 1.6, de 105,6 kg/kgfm.

Já o modelo 1.6 anda muito bem, tem relação de peso/potência de 9,8 kg/cv e peso/torque de 108,8 kg/kgfm. Ele tem bom fôlego nas retomadas e, apesar de ter sido testadocom apenas um passageiro e sem bagagem, transmite segurança nas frenagens e parece aguentar com valentia uma viagem com cinco pessoas e porta-malas lotado.

Nos dois modelos os engates do câmbio de cinco marchas ainda são um desafio para a Nissan, pois ele são longos, ruidosos e pouco precisos. Mas desde a versão de entrada é muito fácil de estacionar o sedã, graças à direção elétrica, que no modelo 2015 foi aprimorada para o mercado brasileiro, ficando mais macia em manobras de baixa velocidade e ainda mais rígida na estrada. Mas se a Nissan quer alcançar os líderes do segmento, precisa trazer logo o câmbio automático e pensar em uma estratégia para conquistar o reparador independente, para que sua marca seja vista da mesma forma como as japonesas Honda e Toyota são consideradas por aqui.

ASSISTÊNCIA
A Nissan oferece três anos de garantia sem limite de quilometragem para o Versa e dois anos de assistência 24 horas gratuita, além de, segundo a marca, ter o menor custo de revisão do segmento. A mão-de-obra é grátis na primeira revisão e nas demais o valor já está incluído. Após 60.000 quilômetros o valor das 6 revisões do Versa chegará a R$ 1.854, tanto para o 1.6 quanto para o 1.0.

Para o setor de oficinas independentes, segundo Tai Kawasaki, diretor de pós-vendas da Nissan, “peças de giro tem em concessionária. Quando é alguma peça específica, aí o mecânico tem que fazer o pedido e o prazo é de até cinco dias para ser entregue. Já para a concessionária é de 48 horas”. O estoque de peças em seu armazém em Resende, que custou R$ 70 milhões de investimento, é de 680 mil unidades, o que corresponde a6 meses de demanda do mercado. Segundo Kawasaki, “98% das peças são de pronto atendimento”.