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Hatch da marca chinesa deixa à mostra materiais com aspecto frágil e cabine pouco aconchegante


A despeito das falhas no acabamento, o motor 1.4 de 113 cv empolga e torna o modelo bastante ágil em trechos urbanos. Para se ter noção, o motor dele tem a mesma potência que o propulsor 1.5 do Chery Celer

Por: Vinicius Montoia - 14 de julho de 2015

O JAC J2 ganhou motorização flex, 1.4 16V VVT, com 113 cv com etanol e 110 cv quando abastecido com gasolina, ambos alcançados aos 6000 rpm. A novidade desse motor é que ele não necessita de tanquinho de gasolina para partidas a frio. A tecnologia denominada JetFlex é produzida pela Delphi e aquece os bicos injetores para deixar o etanol na temperatura ideal no momento de ligar o propulsor. A nova calibração do sistema de injeção e ignição eletrônica garantiu o ganho de 2cv em relação ao modelo que só aceitava combustível derivado do petróleo. Isso não quer dizer que houve mudança na taxa de compressão, que continuou em 10,5:1.

A tampa do cofre do motor tem bom ponto de sustentação

O carrinho é o de entrada da marca e tem preço de R$ 37.990 em versão única, com seis anos de garantia. O hatch é bastante compacto, pois ele tem apenas 3,53 metros de comprimento, 1,64 m de largura e 1,47 m de altura. O seu entre-eixos de 2,39 m é razoável, levanto em conta as dimensões do veículo. E isso só foi possível porque as rodas foram posicionadas nas extremidades do carro, proporcionando bom espaço para os passageiros do banco de trás. O que caracteriza o J2 como um veículo mais voltado para trechos urbanos, além do seu tamanho, é a capacidade de apenas 121 litros do seu bagageiro. É muito pequeno, mesmo para uma simples viagem de um final de semana. Para ter uma noção, o Chery QQ, outro chinês compacto, oferece porta-malas de 190 litros.

O painel de instrumentos é mal encaixado. Isso é resultado do projeto que fez com que o volante e painel se movimentassem juntos quando o usuário vai colocar o volante na altura idealPor fora as mudanças são quase imperceptíveis, pois foram apenas no para-choque traseiro. Na parte interna os problemas foram minimizados, mas ainda persistem. Além de todos os ruídos provenientes do acabamento de plástico rígido – comum na categoria dos compactos de entrada -, o J2 tem painel mal encaixado. O que faz falta para o motorista é o indicador de temperatura do motor, que não é um item nos mostradores. E por falar neles, falta capricho: os números são pequenos, assim como as circunferências do conta-giros e do marcador de nível de combustível.

Os mostradores são pequenos e não há ponteiro para verificar a temperatura do motor. O volante cobre parcialmente algumas informações quando o motorista está na posição ideal para dirigirJá os mostradores de velocidade são quase cobertos pelo volante que, apesar de oferecer ajuste de altura, é quase inútil. Esta função está no veículo só para constar na lista de itens de série, porque não ajuda o motorista em quase nada no momento de encontrar a melhor posição para dirigir. O volante fica muito baixo, para os mais altos a peça quase bate no joelho.

O rádio, assim como nos outros modelos da JAC, não tem conexão bluetooth, mas há entrada USB. O porta-luvas não tem tampa e a maçaneta interna transmite fragilidade. O curioso dessa peça é a semelhança com a que é utilizada nos veículos da Mini.

É necessário adaptador para USB

O ar-condicionado é bastante eficiente e esfria a pequena cabine rapidamente, mas as saídas não ajudam muito aos passageiros do banco traseiro. A começar que no centro do painel não há saídas para o motorista e passageiro da dianteira. A única existente fica acima do rádio e está direcionada para os ocupantes do banco de trás, com ventilação fraca, o que explica sua ineficiência. A intenção é boa, mas a execução não.

No centro a manopla do câmbio tem engates mais precisos que o do J6, avaliado no mês passado pelo Oficina Brasil. Porém, continuam igualmente ruidosos e longos.

O acabamento é precário: o porta-luvas não tem tampa / A alavanca para ajustar a altura do volante é extremamente rígida e a diferença entre a posição mais baixa e a mais alta é quase insignificante. É só para dizer que o carro oferece mais esse item de série

DESEMPENHO

Espaço na parte de trás é razoávelPor causa do seu peso baixo, apenas 915 kg, o J2 tem relação peso/potência de 8,1 kg/cv, tornando o hatch muito ágil na cidade. Além de ultrapassar os 190 km/h de velocidade máxima, o veículo acelera de 0 a 100 km/h em apenas 9 segundos, de acordo com a montadora chinesa. Levar o hatch a altas velocidades é tarefa fácil, mas o volante com assistência elétrica ainda precisa de melhor calibração para ficar mais rígido em velocidades maiores, para transmitir maior segurança. Entretanto, a empunhadura da peça é boa.

Os pedais continuam muito moles, principalmente o da aceleração. De uma coisa não dá para reclamar no J2: estabilidade. Ele gruda no chão em curvas fechadas e a sua agilidade na cidade é comparável aos modelos Smart, com a vantagem de poder carregar mais três pessoas e ser bem mais barato. Mesmo abusando é difícil perder o controle. As retomadas de velocidade são eficientes, o que torna fáceis as ultrapassagens. Com isso, a viagem se torna um pouco mais agradável, pois na lista de equipamentos de série também há vidros, travas e retrovisores elétricos e sensor de estacionamento.