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Agora com motor que aceita etanol e gasolina, JAC J6 ainda não conquistou o brasileiro


Apesar da melhora no acabamento e da lista de equipamentos de série, ainda falta câmbio automático e capricho para vender mais

Por: Vinícius Montoia - 15 de junho de 2015

Os faróis têm regulagem de altura, mas as lâmpadas são halógenasLançado em 2011, a minivan já está há quatro anos no Brasil, mas ainda não conseguiu emplacar bom número de vendas. Para se ter noção, em Janeiro desse ano foram apenas 29 veículos comercializados. Em dezembro de 2014, quando ainda vigorava o IPI reduzido, foram 55 unidades.

Foi no aspecto visual que ele ganhou pontos positivos. O motorista tem um volante com boa empunhadura, parecido com os que se encontra nos carros da Chevrolet. Mas os mostradores, apesar de agora não ofuscarem a visão à noite, ficaram com números muito pequenos e é difícil de enxergar a velocidade na primeira olhada.

Ainda falta esmero no acabamento. E não podemos esquecer que é um veículo que custa quase R$ 70.000A cabine continua com rebarbas, apesar do desenho que segue o estilo dos veículos coreanos, com linhas contínuas. O rádio ainda não oferece conexão bluetooth, o que faz muita falta para o motorista atender o telefone em segurança sem ter de tirar as mãos do volante. Ao menos ele conta com entrada USB, vidro automático com one touch nas quatro portas, sete lugares, ar-condicionado digital, direção hidráulica e os obrigatórios airbag duplo e freios com ABS. Os faróis têm regulagem de altura, mas são com lâmpadas halógenas.

Falta a capa que cobria o motor, pois agora há uma mangueira para o reaproveitamento dos vapores de óleo lubrificante

Vantagem: a tampa do capô tem amortecedores, proporcionando maior segurança e comodidade na hora de mexer no cofre do motor

A grande novidade da linha 2015 é o motor 2.0 16V VVT Jet Flex, que passa a entregar 160 cv com etanol e 155 cv quando abastecido com gasolina. É o mesmo motor do SUV T6, também novidade da marca. No modelo 2015 o propulsor passou a incorporar o comando variável, numa tentativa de melhorar seu torque em baixas rotações. Mas, não deu muito certo. Por conta de seu peso de 1.500 kg, que gera uma relação de peso/torque de 73,1 kg por 1 kgfm. O torque é de 20,5 kgfm com etanol. A potência, que teve aumento de 19 cv no novo motor, é mais perceptível em altas rotações (6.000 rpm) e não deixa a desejar.

Em versão única por R$ 66.990, o J6 oferece sete lugares. Com as três fileiras de banco, o porta-malas tem 198 litros de bagagem. Quando se retira a última fileira de bancos ele passa a contar com 720 litros só para as malas. Ao rebater a segunda fileira, a capacidade aumenta para 2.200 litros.

O porta-malas tem 720 litros de espaço quando não há a terceira fileira de bancos. Quando se rebate a segunda fileira a capacidade sobe para 2.200 litros

Os cuidados da montadora para mostrar ao mercado brasileiro que ela pode oferecer um veículo de qualidade são visíveis: há iluminação no parassol, no porta-malas, volante revestido em couro e com comandos de rádio e regulagem de altura (assim como o banco do motorista), entre outros. A direção hidráulica não é muito precisa, por isso é necessário um pouco de cuidado em altas velocidades. A sensação é de que há folga, mas basta se acostumar.

Também houve melhorias nos pedais do acelerador e freios, que ficaram mais rígidos. Antes eles eram tão moles que passavam a impressão de algo não estava funcionando corretamente. No entanto, por conta do mal acabamento (plástico rígido), o isolamento acústico não é o trunfo do J6. Muito do que acontece no cofre do motor é ouvido na cabine, tornando a viagem cansativa.

Os números do painel são de difícil visualização / As rebarbas e peças mal encaixadas se espalham pelo habitáculo

A manopla de câmbio de cinco marchas continua ruidosa e com engates a serem melhorados. A JAC falha ao não oferecer uma versão com câmbio automático para o modelo. Já a suspensão é um item elogiado, pois a traseira é Dual Link com molas helicoidais e a dianteira independente McPherson. Ou seja, a minivan é bastante confortável, mas balança muito em nossas ruas esburacadas. A falta de rigidez do sistema de amortecimento traz certa insegurança na estrada, principalmente se levarmos em conta que o veículo tem 1,66 m de altura. O comprimento é de 4,55 m e a largura de 1,77 m.

O espaço para as pernas é suficiente na fileira do meio. Mas na última só é possível colocar crianças ou pessoas com menos de 1,70 m

O espaço traseiro, como é possível ver nas fotos, é suficiente para cabeça e pernas na segunda fileira de bancos. Mas na terceira só é possível levar pessoas pequenas ou crianças. A 100 km/h, com a quinta marcha engatada, o motor trabalha em 3.000 rpm e a 70 km/h, 2.000 rpm.

Segundo a JAC a velocidade máxima do modelo é de 183 km/h e ele faz a prova de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos. Nada mal para uma minivan. Entretanto, ainda falta encontrar melhor equilíbrio para conquistar o consumidor brasileiro.