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Aula 54 - Administrando sua automecânica: Descarte de Peças sem contaminação


O lixo limpo, gerado na oficina, pode ser revendido quando possível, e pode gerar um pequeno retorno financeiro para a empresa, e dependendo da região que a oficina atua, mas o seu armazenamento deve ser em local e bem sinalizado

Por: Pedro Luiz Scopino - 15 de julho de 2021

Nem sempre de peças de valor estamos falando, há muito material gerado pela oficina que pode e dever reciclado ou até mesmo vendido. Lembram da nossa última aula quando abordamos os três Rs? Reduzir, Reciclar e Reutilizar.

A peça ou embalagem sem contaminação, quando não tem valor comercial ou que não pode ser separada para a reciclagem, pode ser descartada no lixo comum (siga sempre as regras municipais). Nada que tenha uma gota de óleo, ou uma mancha de graxa pode seguir o mesmo caminho. Há programas municipais como o “Jogue limpo!” em São Paulo capital, no qual algumas oficinas cadastradas no programa, como a Auto Mecânica Scopino”, recebem mensalmente um caminhão de recolhimento das embalagens de óleos, fluidos, aditivos, de água desmineralizada, etc, pesa e nos devolve um comprovante e uma etiqueta com o valor pesado. Todo esse processo é pago pela própria indústria do óleo refinadora  e de outros componentes.

Toda coleta ou venda deve ser registrada e controlada!

Algum material tem valor comercial, como o papelão, alumínio, vidros, ferro fundido e até algumas peças tem valor comercial. Quem já não recebeu uma ligação telefônica com a seguinte pergunta: “O senhor aí da oficina, tem catalisador velho para vender? ”, sim, eu recebo quase todos os dias a mesma pergunta.

Algum item tem valor de revenda, e esse valor deve entrar no fluxo de caixa da empresa!

Então essa peça ou material que tem valor comercial, tem que entrar no fluxo de caixa da empresa. 

É o certo. Afinal de contas há despesas fixas ou até mesmo variáveis para cuidar do meio ambiente, ou seja, há sim despesas para dar o correto destino a materiais contaminados, e é um alto custo, diga-se de passagem, e essa “pequena” venda de material sem contaminação deve entrar no fluxo de caixa da empresa. Reforço esse assunto, pois pelas consultorias que faço no Brasil inteiro, vejo empresas fazerem um “churras com breja”, ou trazendo para um termo mais coloquial, um churrasco com cerveja para os funcionários. Entendo que devemos motivar os colaboradores, mas essa venda de peças ou embalagens deve ser relacionado como entrada no fluxo de caixa da empresa.

Devemos separar esse material em local apropriado e identificado.

Já que existe algum dinheiro neste material a ser descartado, nada mais correto do que armazenar em local adequado, fechado, seco e bem isolado. Se tem algum valor envolvido deve ser sinalizado e ter acesso controlado. Há peças com alto valor no mercado, como radiadores, baterias e catalisadores. O ideal seria com algumas peças o próprio fabricante dar um desconto pela compra da peça nova ao devolver a substituída, como ocorre com baterias. Mas isso ainda não é uma regra geral nos fabricantes de peças.

CONCLUSÃO

Há materiais que tem algum valor comercial, são materiais de descarte, após a sua substituição ficam “sobrando” na oficina. Primeiro e muito importante: as peças substituídas são do Cliente, então devemos ter na ordem de serviço da empresa uma assinatura autorizando o descarte das peças, exemplo:

(  ) Sim. Autorizo o correto destino das peças e não quero ficar ou levar as mesmas comigo. Assinatura: o CLIENTE assina.

Assim as peças ficam com a oficina, temos que pagar caro para dar destino às peças contaminadas com óleo e/ou graxa e poder vender, por um valor bem baixo, as peças que ainda têm algum valor comercial.

Mas ainda acredito, que em um futuro não muito distante, as oficinas reparadoras de veículos vão ter que cobrar uma TAXA DE DESCARTE, isso mesmo, para que a empresa possa dar o correto destino às peças substituídas, pois está cada vez mais caro dar destino correto às peças contaminadas (nossa próxima aula) e cada vez é mais baixo o valor recebido pelas peças que têm algum valor comercial.

Pensem nisso! Mas não se esqueçam, que além de ser mecânico, tem que ser gestor. Transforme a sua empresa uma oficina forte! Faça a gestão da sua empresa, ela é muito importante e vital para a vida empresarial!

Abraço a todos e até o próximo mês e $UCE$$O!