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Vela monopolar rastreante – esse é o nome da vela de ignição com apenas um eletrodo


Temos mecânicos que fazem mais do que consertar carros, eles inventam. Em parceria, o inventor Arthur Graff e o mecânico e engenheiro Fábio Sakura desenvolveram e patentearam esta vela inovadora

Por: Da Redação - 17 de outubro de 2019

A vela monopolar rastreante, denominada comercialmente como ECOVELA, tem a característica de liberar a faísca de ignição para disparar livremente dentro da câmara de combustão, rastreando sempre a mistura não queimada, obtendo assim, uma combustão mais completa, reduzindo as emissões de poluentes, principalmente hidrocarbonetos, obtendo ganho de energia que é observado no melhor desempenho e redução no consumo de combustível.

A vela como conhecemos tem o eletrodo central que dispara a centelha para o eletrodo massa cuja abertura pode ser ajustada. 

Vela Monopolar Rastreante

A vela de um polo não tem o eletrodo massa e a centelha é disparada na cabeça do pistão.

Para isso acontecer é preciso manter o eletrodo central afastado o suficiente para que a centelha seja disparada na direção do pistão quando ele estiver no movimento de subida e comprimindo a mistura de ar e combustível.

A projeção do eletrodo central é um dos elementos importantes para este projeto, mas para melhorar a qualidade da centelha, o eletrodo central recebe uma ponta de tungstênio que garante a durabilidade e eficiência.

Vela Monopolar Rastreante

Observando a história do desenvolvimento da vela de ignição, é natural que este componente passou por muitas evoluções de desenho e materiais mais nobres. As aplicações estão em todos os veículos automotores, desde motos, carros de produção em massa, carros de corridas, carros da Fórmula 1 e até aviões. Uma curiosidade: as velas de ignição dos aviões recebem inspeções e passam por uma limpeza com o uso de uma máquina específica para a limpeza de velas.

As velas que são mais sofisticadas, como as utilizadas em carros da Fórmula 1, possuem o funcionamento padrão, em que a centelha parte do eletrodo central para o eletrodo massa, claro que a qualidade dos materiais aplicados na fabricação são superiores aos que encontramos nos carros comuns. A intensidade da centelha também é diferente nestas aplicações especiais e é aqui o ponto importante para mencionar que a vela de um eletrodo é capaz de fazer.

A centelha gerada pela vela de um eletrodo é intensa e é isso que faz a diferença na queima completa do combustível e a consequente redução de emissões de gases poluentes e economia de combustível, isso agrada a todos. 

Vela Monopolar Rastreante

A comprovação destes resultados foi obtida com o uso de equipamento de análise dos gases e dinamômetro.

Vale esclarecer que o motor não tem sua potência elevada, mas a sua eficiência de trabalho é logo percebida na macha lenta, nas arrancadas, nas retomadas mesmo engatado com marchas mais altas.

Analisando o conjunto que envolve a atividade da vela e da centelha, ficou claro que a bobina de ignição vai trabalhar mais e o seu tempo de vida útil ficará comprometido.

Como esta vela não tem o eletrodo massa, ela vai disparar na cabeça do pistão por milhões de vezes e isso pode provocar erosão em algum ponto na superfície do pistão.

Olhando para os benefícios e para os efeitos que esta vela apresenta, está claro que é preciso mais pesquisas, mais investimentos para ampliar o desenvolvimento e adequar o seu uso.

Os fabricantes atuais de velas de ignição investem muito em seus laboratórios na busca pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento destes componentes, mas a história mostra que cada um deles fez uma longa caminhada para ocupar hoje as posições de mercado.

Registros datados de 1839 relatam que Edmond Berger inventou uma vela de ignição, mas não fez o registro da patente e nesta época os motores de combustão interna estavam nos seus passos iniciais.

O engenheiro belga Jean Joseph Étienne Lenoir desenvolveu o primeiro motor de combustão interna comercialmente bem sucedido em 1858 e também desenvolveu o sistema de ignição por faísca, tudo isso está registrado na patente que ele sabiamente providenciou.

Em seguida surgiram nomes que até hoje são bem conhecidos no mercado automotivo. Albert Champion, francês, era um ciclista que imigrou para os Estados Unidos em 1889 e para se sustentar começou a fabricou e vender velas de ignição e sua história passa pela Buick, GM e poucos sabem que na marca AC DELCO, as letras AC são as iniciais do nome Albert Champion.

A fabricante Bosch desenvolveu o primeiro magneto de alta tensão do mundo em 1901, que substituiu os sistemas de ignição da época, como tubos de incandescência e chamas nuas.

Com o avanço do motor a gasolina, em 1902, a Bosch recebeu uma patente de sua vela de ignição e isso marcou o início da história de sucesso.

No final do ano de 1936 a NGK iniciou suas atividades para a fabricação de velas de ignição e como tinha domínio no elemento cerâmico, o crescimento da empresa foi ampliado com novas fábricas em outros países, consolidando a marca forte que conhecemos hoje.