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Mulheres reparadoras, veja como está o cenário atualmente!


Desmistificando aquela história de que somente os homens entendem de veículos, fomos conversar com Évelin Gelsli para desvendar este universo da mulher reparadora

Por: Da Redação - 08 de março de 2020

Em 2002 Évelin Gelsli trabalhava como frentista em um posto de combustível. Nesta profissão também não era comum encontrar mulheres, porém Évelin desenvolvia esta tarefa com alegria e apesar de acordar cedo todos os dias  ia trabalhar com um sorriso no rosto.

Com esta disposição positiva Evelin descobriu que gostava de automóveis e lhe despertou a vontade de trabalhar com veículos, sentimento que consolidava a cada atendimento.

Com esta disposição e algum treinamento, conseguiu o posto de  trocadora de óleo nos veículos.

O fato de começar a trabalhar sob o capô do motor deu certeza de que era isso que ela deseja fazer profissionalmente. 

E foi rápido, já em 2003 decidiu seguir seu sonho e se matriculou em curso de mecânica. Porém, como a remuneração no posto era insuficiente para suas necessidades, decidiu abandonar momentaneamente a companhia do posto e foi trabalhar num shopping na área administrativa de uma loja. Porém continuou frequentando o curso de mecânica. 

“Meus parentes e amigos me perguntavam: porque mecânica automotiva? Afinal existem tantas áreas de trabalho mais condizentes com a mulher, e eu respondia: é o que me faz feliz!”, explicou. 

Évelin se formou no curso de mecânica, mas não conseguiu trabalho numa oficina, muito mais por sua própria insegurança, achava que não seria contratada por ser mulher.

Até que um dia criou coragem e foi apresentar-se na Mecânica Scopino, na zona Norte da  cidade de São Paulo.  No momento da entrevista estava nervosa e pensava: será que vão me contratar? Será que eles gostariam de ter uma mulher na oficina? 

Para sua surpresa apesar do nervosismo saiu-se bem na entrevista e foi contratada!

Este momento teve grande importância na vida de Évelin, pois viu seu sonho se concretizar.  Porém os próximos passos também ensejaram dúvidas e incertezas: afinal os meus colegas vão me aceitar? Os clientes vão se sentir seguros com um mulher consertando seus veículos? Eu vou me adaptar à rotina da oficina?

Mais uma vez nossa guerreira Évelin se subestimou e já no  primeiro mês de trabalho toda a sua insegurança caía por terra. Ela era uma reparadora habilidosa, reconhecida pelo proprietário da empresa, seus colegas e a maioria do clientes. Enfim Évelin era um sucesso!

Segundo Gelsli, no começo, alguns clientes ainda ficavam curiosos e um pouco inseguros com seu trabalho, porém, por meio do diálogo e segurança nas respostas e questionamento desses clientes, a percepção mudou e hoje eles têm certeza de que mecânica automotiva também é assunto de mulher.

E se enganam aqueles que acham que ela não consegue conciliar família e carreira, pois ela é casada e tem uma filha.  Todos os dias, Évelin faz questão de buscar a filha na escola e levar à natação,  e ressaltou: “Meu orgulho é quando ela fala para as coleguinhas: Minha mãe é reparadora. Nossa, isso não tem preço”.

Sabemos que hoje no Brasil existem outras mulheres reparadoras, porém o exemplo da luta, determinação e paixão da Évelin provavelmente se encaixa no desafio das outras reparadoras.

Aliás, o exemplo da Évelin tem uma mensagem ainda maior e universal,  e se estende a todos aqueles que seguem seus sonhos e seus corações.

“Eu amo ser reparadora, e se tivesse que escolher outra profissão não saberia qual. Se eu não amasse o que faço estaria infeliz, o desafio de ser reparadora me faz amar”, completa Évelin com um largo sorriso no rosto.