Notícias
Vídeos

Uma avaliação completa do mercado de reposição por quem mais entende de frota


Nesta edição trazemos, com exclusividade, um compilado de dados e informações sobre o mercado de aftermarket automotivo assinado pela principal empresa dedicada ao estudo de frotas do Brasil, a Fraga Inteligência Automotiva, com mais de 35 anos de atuação. Este rico conteúdo aponta os principais aspectos que influenciam a demanda de nosso mercado, que nasce na frota circulante, assim como temas cruciais como catálogos de aplicação e tendências para o futuro

Por: Da Redação - 17 de agosto de 2021

Para compor este inédito conteúdo solicitamos à equipe da Fraga Inteligência Automotiva que abordasse os sete assuntos que consideramos cruciais para entendermos condições presentes e futuras no ambiente do aftermarket automotivo de linha leve e comercial leve.

Nestas sete tópicos é possível mergulhar com profundidade em dados e informações de uma fonte confiável, experiente e de vanguarda como a Fraga inteligência de Mercado, que são essenciais para o dia a dia dos executivos e empresários atuantes na cadeia do mercado de reposição.  

1. Idade média da frota de linha leve e comercial leve e projeção - Entre 2012 e 2016, as vendas de veículos novos para o mercado interno, na linha leve, foram impactadas por uma grande e constante redução em seus volumes, motivada entre diversos fatores por uma desaceleração da economia brasileira.  

Entre 2017 e 2019 a indústria automobilística esboçou uma ligeira reação (bem aquém dos volumes de outrora), todavia em decorrência da pandemia da COVID-19, os volumes despencaram. O total emplacado no ano de 2021 iguala a marca obtida no ano de 2006, marcando o ano como o de pior desempenho dos últimos 14 anos. 

Entre outros reflexos, o desempenho da indústria automobilística na última década elevou a idade média da Frota Brasileira em Circulação. No ano de 2018 a média de idade dos veículos com circulação nacional era de 10,23 anos, em 2021 será de 10,84 anos e até 2025 o processo de envelhecimento se manterá, elevando esta média para 11,52 anos.  

No curto prazo, este processo deverá ser positivo para o mercado de reposição independente, que se beneficiará de uma frota mais suscetível a reparação e com serviços de melhor rentabilidade.  

Veja ao lado a evolução real e prevista da idade média dos veículos Brasileiros 

2. Conceito de “frota reparável” e projeção - Apesar do fraco desempenho da indústria automobilística, abordado acima, a Frota Brasileira de veículos em circulação mantém-se com crescimentos positivos.  

Entre os anos de 2018 e 2020, o total de veículos em circulação teve um crescimento positivo de 3% no período. Quando analisamos a evolução da Frota fora do período de garantia das concessionárias (acima de 3 anos de uso) o desempenho é ligeiramente inferior, mas ainda positivo. No mesmo período esta faixa de veículos, a qual denominamos “Frota Reparável”, cresceu 2,91%.  

Veja ao lado a evolução real e prevista da Frota brasileira de veículos em circulação e da Frota Reparável.

3. Evolução por faixas de idade - Em relação ao mix dos veículos em circulação, com o aumento da idade média da Frota, nota-se algumas importantes transformações, que são de fundamental importância tanto para aqueles que se dedicam a analisar e cuidar do mix de produtos das indústrias e agentes comerciais, quanto aos profissionais que traçam as estratégias comerciais das companhias do segmento.  

Costumamos analisar de forma generalista que existem alguns perfis etários na frota brasileira e que estes perfis possuem algumas características, comportamentos e representatividade bem particulares. 

Os veículos de 0 a 3 anos de uso são mais suscetíveis a realizar suas manutenções em concessionários ou oficinas mais profissionalizadas, tendem a optar por produtos genuínos ou de fornecedores OE, esta faixa de idade, que em 2018 representava 19,88% da Frota Brasileira, até 2025 representará 21,24% do mercado.  

Já os veículos com idade entre 4 e 10 anos, costumeiramente são considerados o principal target do segmento de reposição independente e das grandes marcas do segmento, uma vez que possuem como característica ainda terem proprietários de bom poder aquisitivo e já quase não sofrem concorrência dos concessionários, essa faixa de idade sofrerá uma drástica redução de sua participação no mix da frota, em 2018 representavam 45,49% e até 2025 representarão 27,84% do total dos veículos em operação.  

Veículos de 11 a 20 anos por sua vez já começam a tensionar as disputas por preço e qualidade do produto e serão a fatia com maior crescimento na representatividade da Frota passando de 21,84% do total em 2018 para 36,60% em 2025, enquanto a fatia dos carros com mais de 20 anos, que já são mais suscetíveis a compras de produtos de baixa qualidade ou seminovos sairá de 12,79 em 2018, para 14,32 em 2025.   

Essas características apesar de serem caricaturas e representarem um comportamento médio, devem ser aprofundadas nas análises de cada fabricante ou agente comercial, pois além da questão “comportamental” ainda existem os ciclos de troca de cada um dos componentes, o que deve alterar as percepções dos mesmos.

4. evolução por mix de modelos  - Outro ponto de atenção refere-se ao processo de pulverização da Frota Brasileira em circulação.  O gráfico acima demonstra quanto representa cada faixa de veículos no ranking ABC da frota circulante. Os veículos de Curva A estão representados pelo 1º ao 10º mais popular em relação à Frota Circulante, os veículos de curva B são representados neste gráfico por aqueles que ocupam entre a 11ª à 50ª posição do ranking de maiores frotas no país. Já os veículos de curva C são considerados todos que estão acima da 51ª posição no ranking da Frota Circulante.

Como fica evidente no gráfico os veículos de curva A, que até os anos 1990 representavam quase 60% da Frota Brasileira, deverão representar 32% até 2025. Os de curva B passarão a representar 40,60% do mercado até 2025 e os de curva C, popularmente denominados de “cauda longa”, que até os anos 90 não passavam de 2,5% da Frota, serão responsáveis em 2025 por mais de 27% do mercado Brasileiro.

Essas transformações acendem um sinal amarelo aos fabricantes e agentes comerciais, que precisarão estar cada dia mais atentos com a formação de seu mix de produtos, disponibilidade de estoque e velocidade de incorporação de novos itens. 

5. Carros elétricos híbridos, afinal quando o aftermarket sentirá estes efeitos? 

Na contramão das transformações dissertadas até aqui, a eletrificação dos veículos no Brasil não tem empolgado e até mesmo se tornado viável até o momento. 

Atualmente a representatividade dos automóveis híbridos ou elétricos é insignificante, seja pela falta de oferta de veículos nacionais economicamente competitivos desta categoria, falta de incentivos para desenvolvimento e produção no Brasil ou simplesmente pela falta de apelo desta tecnologia em solo brasileiro.  

Nos últimos anos, frequentemente o país tem enfrentado racionamentos de energia elétrica e aumento de tarifas, ocasionada principalmente pela necessidade de geração de energia termoelétrica, que além de poluente e não renovável é mais cara do que a fonte principal de geração energética no país (hidroelétrica).  

Por outro lado, mais de 65% dos veículos em circulação no Brasil são Flex, ou seja, possuem como alternativa um combustível de baixo índice de emissão de gás carbônico.  

Outra característica interessante é que 34% dos automóveis leves do Brasil são de baixa cilindrada, ou seja, possuem motorização igual ou menor do que 1.0L.  

Todas essas características tornam invariavelmente a frota Brasileira como uma das mais “limpas do mundo” (se não a mais limpa), motivo pelo qual o apelo ambiental também não será suficiente para provocar uma grande transformação dos hábitos dos consumidores brasileiros.  

6- Os novos arranjos da cadeia comercial com o surgimento de atacarejos locais, regionais e até nacionais, distribuidores nacionais, regionais vendendo direto para a oficina, redes de varejos, peças oriundas de “desmonte”etc...Esta nova configuração da cadeia comercial tem relação ou impacto com a diversificação da frota?  

Toda essa nova configuração, tem trazido graduais transformações na forma de se fazer negócios no aftermarket brasileiro.

A necessidade de elevar os níveis de atendimento do mercado tem intensificado o processo de surgimento e crescimento das redes de varejo, que possuem como característica grande proximidade com o principal cliente do mercado de reposição (oficinas mecânicas) e ao mesmo tempo pela pressão do aumento de portifólio estão sendo atendidos diretamente por grande parte dos fabricantes.  

Este é um movimento sem volta. que liga um sinal de alerta aos grandes atacadistas do setor, que deverão cada vez mais investir na fidelização de seus clientes tradicionais ou até estender de forma mais transparente o atendimento as oficinas e até explorar mais o atendimento b2c através de iniciativas digitais que ainda são tímidas nesta direção.  

7. Catálogos Digitais 

Outro ponto de fundamental atenção é a questão do avanço das tecnologias digitais no mercado de reposição. Com a pandemia, ficou escancarada a necessidade dos fabricantes e agentes comerciais disponibilizarem meios de consulta de produto e compras em canais distintos do tradicional e fundamentalmente apoiar o canal tradicional com a eficiência e produtividade que as soluções digitais oferecem.  

Neste sentido, estamos sendo desafiados desde 2017, por alguns dos maiores players do mercado de reposição automotiva, para desenvolver soluções de uma das principais “dores” dos agentes comerciais no que tange à padronização de catálogos do mercado de reposição. Em decorrência desta situação foram direcionados esforços para padronizar e organizar as informações de catálogo que contam hoje com mais de 400 mil produtos e 500 marcas atuantes no mercado brasileiro.

Este desafio resultou no que seria hoje nossa “Master de Produtos” uma base que se tornou a principal fonte de dados de informações técnicas para 64 fabricantes e 40 distribuidores e tem impactado mais de 2.500 pontos de vendas espalhados pelo Brasil. 

Para acelerar esse processo transformador, lançamos este ano o Intelliauto, plataforma de gestão de conteúdo on-line que serve como link entre indústrias de autopeças, distribuidores, varejistas e oficinas mecânicas.  

O “Intelliauto” é uma plataforma que possibilita que as indústrias de autopeças tenham maior produtividade ao gerenciar seus catálogos e ainda possibilita que abasteçam o restante da cadeia de valor com informações atualizadas e confiáveis sobre seus produtos, para que todos possam acessar e buscar as informações e adicioná-las em seus catálogos eletrônicos, plataformas de e-commerce, marketplace, sistemas de vendas B2B, lista de preços e sistemas internos de vendas. Além de tornar o mercado mais seguro, o Intelliauto agiliza e aumenta as possibilidades de sucesso dos fabricantes em: lançamento de novos produtos; correções e enriquecimento de dados, centralização e organização de informações , redução de devoluções e garantias.