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Oficina independente “H Office” foi escolhida para avaliar Honda Fit Twist


A oficina independente “H Office” especializada na marca Honda, recebe por mês aproximadamente 80 carros para manutenção e está no mercado há 4 anos.

Por: Da Redação - 15 de junho de 2013

O reparador Rodrigo de Souza Masso, técnico na oficina, conta que trabalha com a japonesa há 7 anos e que apesar da falta de informações técnicas, gosta muito de reparar os carros Honda. “A maioria das manutenções são preventivas e rápidas, com isso o giro também é rápido e de bom valor agregado.”

Rodrigo fala que possui experiência com Honda Fit e que a maior dificuldade que enfrenta com este veículo diz respeito às proteções laterais internas dos paralamas dianteiros, pois é necessário tirá-las para efetuar reparos no quadro de suspensão ou para manutenções em que precisa remover o protetor de cárter.

Ao ser questionado sobre casos de difíceis soluções que já se deparou na oficina, o reparador conta que quando o cliente não troca as velas no período correto, elas travam no cabeçote  e em alguns casos a rosca da vela quebra lá dentro, e é preciso removê-lo para retificar as roscas das velas que danificaram. 

Ele diz que como o cabeçote é de alumínio no momento do aperto dos parafusos mesmo torqueando com o torquímetro a rosca espana causando atrasos no serviço.

Rodrigo também relembra que quando precisa efetuar um diagnóstico na linha de pressão de combustível, principalmente no momento de medir a vazão de combustível pelo retorno, encontra dificuldade em colocar o equipamento de diagnóstico, pois os locais são escondidos e há a necessidade de se desmontar diversas peças até o acesso.

Ele diz que não há muita diferença entre o Twist e o New Fit. “Em minha opinião, o Twist será um veículo que vai se dar muito bem no mercado, tanto para o reparador como para o proprietário”.

Motor

O Fit Twist conta com o mesmo motor 1.5 16V SOHC I-VTEC Flex de 115/116cv que equipa as outras versões do modelo. Também como nos outros, há a opção de escolha das transmissões manual de cinco marchas e a automática também de cinco marchas com Shift Hold Control (controle de nível de inclinação e curvas), função que proporciona melhor desempenho e confortoque, por meio da leitura dos comandos do motorista e de sensores de inclinação, o seleciona automaticamente a marcha mais adequada, oferecendo assim melhor desempenho sempre. Possui taxa de compressão de 10,4:1, diâmetro de cilindros de 73mm e curso de 89,4mm. O sistema de injeção utilizado é o multiponto PGM-FI (Programed Fuel Injection). 

“Os clientes costumam reclamar que no Fit Flex o consumo de combustível é muito elevado se comparado à versão anterior somente a gasolina. Isso ocorre porque neste sistema de injeção existe uma estratégia que se denomina ‘aprendizado do sistema de combustível’, no qual o software, através de sensores, identifica qual tipo de combustível o veículo possui no tanque. Assim, se o condutor não for atento e mantiver o tanque com quantidade de gasolina e etanol em equilíbrio durante muito tempo, o software assumirá esta condição como padrão, tornando consumo posteriormente em ambos os combustíveis elevados”, explica Rodrigo.

O reparador ainda fez uma importante observação sobre o sistema de arrefecimento.  “Na versão anterior havia um eletroventilador para o condensador e outro para o radiador, já neste, são dois com duas velocidades para ambos, sendo o condensador e o radiador sobrepostos, o que permite assim uma melhor troca de calor”. 

“A válvula EGR utilizada nos New Fit não costumam apresentar carbonização no sistema de recirculação de gases, como ocorria na versão anterior, sendo esta a grande causa de reprovações na inspeção veicular”, enfatiza.

Rodrigo afirma que para efetuar a troca do filtro de óleo do motor é necessário fazer a remoção do protetor de cárter. “Dá para trocar sem a retirada do cárter, porém, não o retirando, este pode ficar sujo de óleo e causar incômodo ao cliente dando a sensação de vazamento”, completou.

“Em caso de reparo no motor de partida se faz necessária a remoção do coletor de admissão, obtendo assim acesso mais amplo a este componente. Também pode ser feito por baixo do veículo. Se removermos o sensor de detonação e as mangueiras de água do radiador também haverá acesso, um pouco menor que o anterior, mas fica como opção ao reparador”. 

“Havendo necessidade de reparo, não podemos nos esquecer de desligar os cabos da bateria, pois se ocorrerem curto circuito, os danos causados ao módulo poderão ser irreversíveis”, alerta Rodrigo.

“Outra dificuldade é no momento das trocas de velas, pois o espaço para o manuseio das ferramentas é muito pequeno. Além da ‘churrasqueira’ ter sua remoção inviável. O aperto deve ser efetuado com torquímetro e recomenda-se que sejam torqueadas entre 18 e 20Nm”, orienta.

Rodrigo informa que a tomada de diagnóstico se encontra entre o pedal do acelerador e o console central. 

“Nas revisões de 40.000km em 40.000km é recomendada a regulagem das válvulas”, alerta.

LUBRIFICAÇÃO

Rodrigo deu uma importante dica sobre a lubrificação do veículo. “O lubrificante indicado para estes motores é o 0W20 sintético ou o 10W30 mineral, mas este último já não é mais vendido nas concessionárias, porém, em motores com mais de 30.000km rodados costumo utilizar o 10W30 de outros fabricantes”. 

 FREIOS

Através do diminuto cofre do motor podemos observar que o conjunto do ABS do Fit possui fácil acesso . 

Com relação a este sistema, o reparador Rodrigo adverte: “os modelos Honda utilizam fluido de freios DOT3  e, usar o de outra especificação que não seja esta, poderá causar danos ao sistema de freio e também ao de embreagem, já que possuem assistência hidráulica e compartilham do mesmo fluido para funcionarem adequadamente. Em hipótese alguma deve ser utilizado o fluído DOT4, pois, para este sistema de freio, ele age como corrosivo do sistema”.

Ainda neste sistema, Rodrigo acrescentou: “as pastilhas de freios dianteiras destes modelos duram menos que nas versões anteriores, principalmente quando o veículo possui transmissão automática, onde nestes a média não ultrapassa 20.000km de durabilidade”.

 SISTEMA DE COMBUSTÍVEL

Os filtros cânister e de combustível  neste modelo possuem fácil acesso pela parte inferior do veículo, bem diferente do anterior, onde estes eram localizados dentro do tanque.

A recomendação do fabricante é que o filtro de combustível seja trocado a cada 10.000km e, no momento da troca, não se deve esquecer de utilizar óculos de proteção, pois o sistema mantém pressurizado, situação que pode causar esguicho de combustível em direção ao reparador. Atente-se quanto a seta indicativa de direção de fluxo presente no filtro, pois, montando-o ao contrário, causará obstrução na passagem do combustível para os bicos injetores.

“O sistema de partido a frio fica em torno do conjunto amortecedor/mola, onde o defeito mais comum é a boia engripar, tornando necessária a sua substituição”, relatou Rodrigo.

SUSPENSÃO

Nos modelos dotados de transmissão manual, o reparador observou que o quadro de suspensão foi modificado, facilitando a remoção da transmissão no caso de substituição de embreagem, por exemplo. “Nos modelos anteriores esse serviço era bem mais difícil, sendo necessário remover o quadro da suspensão para tal”, relembra.

O sistema de suspensão dianteira continua sendo McPherson, com uma novidade: neste modelo existe uma barra de torção entre as duas longarinas, logo atrás do quadro de suspensão. Na traseira o sistema adotado é o semi-independente com barras de torção e molas.

Segundo o reparador Rodrigo, houve ainda uma modificação do semieixo direito, onde a massa de balanceamento agora está um pouco mais para baixo e com formato diferente. Onde antes era redondo, agora é cilíndrica. 

“Na traseira não notei alterações e posso dizer que não há dificuldades para realizarmos manutenção”, comentou Rodrigo que fez uma ressalva: “Em algumas ocasiões foram necessárias a troca do cubo de rodas, pois os parafusos de roda estavam espanados devido ao excesso de aperto, assim, oriento que o aperto deste seja de no máximo 108Nm. 

AR CONDICIONADO

O sistema de ar condicionado nesta versão vem com o climatizador manual , diferente da versão New Fit EXL que possui o sistema automático digital.

No caso da substituição do filtro antipólen, este fica localizado atrás da caixa do porta-luvas em todas as versões, oferecendo um fácil acesso.

PEÇAS E INFORMAÇÕES

“Tenho grandes dificuldades em achar peças no mercado, sendo necessário recorrer na maioria das vezes às concessionárias da marca”, relatou Rodrigo que informou comprar 95% das peças em concessionárias e 5% em autopeças. “As peças de reposição não possuem a mesma qualidade que as originais, infelizmente, e acredito que neste modelo em específico não vai ser diferente, principalmente nas peças de acabamento que no Fit Twist são específicas”, acrescentou.

“É muito difícil conseguir informações técnicas com a montadora, que costuma ser muito “fechada” na divulgação ao mercado independente, assim, só consigo ter uma boa noção das características dos modelos por ter experiência no dia a dia”, complementa.

Para Rodrigo, desde que os proprietários sigam as recomendações de manutenções periódicas, o modelo não será um frequentador das oficinas.

“Uma dificuldade que o reparador encontrará está relacionada à utilização do scanner pois, os que são oferecidos no mercado nacional não reúnem condições necessárias para aplicar um diagnóstico adequado, somente o scanner M.V.I.C da Honda é capaz de fazê-lo. Este só pode ser adquirido no mercado americano”, finaliza Rodrigo.