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Nova Fiat Strada Adventure Locker promete adrenalina na medida certa


Em tempos onde diferentes modelos de veículos são lançados a cada mês, o preço dos importados cada vez mais “nivelado” em relação às opções nacionais e novas categorias surgindo, percebemos que a concorrência está cada vez mais acirrada quando o assunto é “vender carro”.

Por: Arthur Gomes Rossetti - 19 de novembro de 2009

Pensando nestes novos tempos, o departamento de marketing da Fiat, aliado ao time de engenharia chegaram a um denominador comum: agregar maior valor a um produto já existente, com o mínimo de alterações na parte estrutural.

E a bola da vez é a pick up Strada, que recebeu adereços estéticos e mecânicos, para continuar a atrair a atenção do consumidor.

Para acompanhar esta linha de raciocínio basta ver a imagem das duas primeiras gerações do modelo, lançadas em 1999 e 2001 para 2002.

O desenho seguia um padrão “morno”, sem muitos atrativos. Na época agradou, mas a necessidade pela inovação continuou. O conjunto mecânico também recebeu atenção e o pacato, porém robusto 1.5 mpfi deu lugar a nova família Fire de 1.4 litro e “GM” de 1.8 litro. Segundo o consultor técnico do jornal Oficina Brasil e proprietário da Engin Engenharia Automotiva, Paulo Aguiar, “esta linha possui um excelente acerto, tanto de motor quanto de suspensão e habitáculo”, comenta.

A linha Adventure representou um expressivo sucesso de vendas desde o ano de 2001, e pela primeira vez recebe modificações mecânicas para acompanhar o visual estético: o pacote Locker.

Transmissão

Apesar de o visual remeter a um veículo robusto e “pau para toda obra”, a linha Adventure nada mais era do que o modelo convencional, equipado com “penduricalhos”, que a deixavam esteticamente agressiva e diferenciada.

Como exemplo podemos citar os parachoques, estribos laterais, “mata cachorro” na dianteira, faróis de milha com proteção metálica, pneus do tipo “lameiro” e suspensão elevada. Mas na hora do “vamos ver”...
As limitações mecânicas a deixavam quase que em igualdade a um veículo de tração dianteira comum, quando a condução incluía terrenos difíceis. Sem houvesse lama então, nem se fala.

Para garantir uma melhor capacidade de tração nestas condições sem a inserção da tração 4x4, (o que demandaria uma total reestruturação da parte estrutural do projeto), a engenharia da Fiat, em parceria com a fabricante Eaton, desenvolveu um sistema de bloqueio eletrônico do diferencial, para utilização em situações críticas (sobre lama, por exemplo).

O diferencial serve para distribuir a força e rotação vindas do motor e caixa de marchas para os semi eixos e rodas. Em situações de curvas, como as rodas de dentro necessitam obrigatoriamente girar a uma menor quantidade de vezes em relação à roda que está do lado de fora, o diferencial entra em ação.

O problema é que numa situação em que uma das rodas perca tração, a tendência é a de o diferencial continuar a despejar a força nesta mesma roda, comprometendo e dificultando a movimentação do veículo.

É neste instante que o condutor poderá optar em ativar o sistema Locker através de um botão localizado no painel (botão ELD – Eletronic Locker Differential ou Diferencial de Bloqueio Eletrônico), que será o responsável em “blocar” as duas árvores de saída da transmissão.

Para a ativação do sistema, algumas regras deverão ser seguidas. Antes de tudo o veículo deverá estar parado e o pedal de freio acionado. Após o botão ELD ser pressionado, um sinal sonoro será emitido, indicando a ativação do sistema. Ao sair com o veículo, o sistema estará ativado somente até os 20km/h.

Mesmo assim, quando a velocidade do veículo atingir 15km/h, outro sinal sonoro é emitido, para alertar que a “velocidade de corte” está próxima. Vale lembrar que a captação do sinal de velocidade do veículo nesta condição provém da roda traseira, para evitar que o sistema seja desativado assim que haja patinação das rodas dianteiras sem o veículo ter transpassado o piso de baixa aderência.

Veja no Box o passo a passo técnico sobre o funcionamento do sistema Locker

Na imagem temos a vista explodida dos componentes do diferencial Locker.

Atrás da caixa do diferencial (que abriga as engrenagens satélites e planetárias), existe uma bobina eletromagnética, que ao ser energizada, provoca o giro do anel rampa, que por sua vez empurra os pinos trava. Estes pinos avançam horizontalmente em direção ao anel trava, que está interligado as planetárias. Desta maneira há o “travamento” de todo o conjunto e as duas rodas receberão a mesma força, favorecendo a tração em condições ruins de aderência.

Após o desligamento do sistema (seja pelo botão no painel, ou automaticamente devido a velocidade do veículo ter ultrapassado os 20km/h), a bobina eletromagnética deixa de receber alimentação elétrica, passando a não ficar mais energizada, o que provoca o fim do travamento, pois a mola de retorno faz com que os pinos trava retornem a posição de repouso.

Apesar do trabalho árduo da engenharia em desenvolver o sistema, a caixa de marchas não está isenta de vazamentos. Vide na imagem da unidade avaliada, a união entre as carcaças externas.

Motor

Após o término da aliança com a General Motors, a FPT (Fiat Powertrain Technologies) com todo o know how adquirido no período, passou a produzir a família 1.8 e utilizá-la obrigatoriamente nesta versão, ou seja, não é possível o consumidor querer ter o pacote Adventure Locker em uma Strada equipada com o motor Fire de 1.4 litro.

O conjunto já é um velho conhecido do reparador, assim como os componentes agregados (injeção Delphi, tanquinho de partida a frio, disposição das peças, etc).

Suspensão

Aqui está a grande novidade. As melhorias foram feitas tanto na dianteira, como na traseira.

Devido à elevação da altura da suspensão e a adoção de pneus 205/70 R15, a tendência a inclinação/rolagem excessiva da carroceria tornou-se realidade. Para sanar este problema na dianteira, a engenharia da Fiat em parceria com a Magneti Marelli Cofap, desenvolveu o amortecedor batizado de “Powershock”. Internamente ele possui molas do tipo “anti-roll”, responsáveis por auxiliar as molas helicoidais quando o veículo está em curvas acentuadas, a garantir maior estabilidade.

Na traseira o eixo tipo “ômega” está empregado em união as molas parabólicas (feixe). Esta configuração permite que a capacidade máxima de carga seja de 685kg (incluindo ocupantes). Para a troca dos amortecedores traseiros, cerca de 5 minutos são o suficiente!

Freios

O conjunto adotado pela Fiat na versão Adventure Locker é a disco na dianteira e tambor na traseira. Opcionalmente ela poderá vir equipada de fábrica com o pacote HSD (High Safety Drive), que engloba o ABS e air bag duplo.

Conforto

O interior da cabine garante alguns mimos, tais como os três mostradores localizados acima do console central. Eles informam a direção através de uma bússola, à inclinação lateral da carroceria e os ângulos de inclinação frontal e traseiro, (ambos em relação ao horizonte).

Mesmo assim ao conduzi-la fica claro que o peso da idade do projeto está aparecendo. Como exemplo podemos citar a regulagem de altura do volante, que é a menor já vista em veículos de série, que está ali “mais para inglês ver” do que para ser funcional... O mesmo ocorre com a disposição dos pedais (parece que se está a bordo de um Fiat Uno 1991), assim como a alta alavanca de marchas.

Preços e ficha técnica

O modelo é comercializado inicialmente por R$ 44.850, podendo chegar a R$ 54.484 com todos os opcionais (cabine estendida, idêntica a avaliada).

Confira também a matéria no OB Digital!