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Fox com motor 1.6 VHT “BlueMotion”: uma nova aposta em veículos ecológicos


O novo Volkswagen que estreou no cenário nacional há pouco tempo, logo estará na oficina independente. Como não poderia deixar de ser, o Jornal Oficina Brasil traz essa “novidade” para você, reparador.

Por: Da Redação - 10 de agosto de 2012

A primeira impressão que tivemos ao observá-lo é que, aparentemente, não possuía nada de novo, nenhuma característica que o destacasse perante o restante da linha Fox, como ocorre com a série Cross. Mas, ao nos aproximarmos do modelo, começamos a notar os primeiros detalhes: grade dianteira menos vazada que na versão “comum”, pintada em preto brilhante; aerofólio traseiro e inscrições “BlueMotion” espalhadas pelo veículo. Esses pequenos detalhes dão ao Fox um visual mais “europeu” que seu irmão “normal”.

ECONOMIA EM FOCO

A versão cedida gentilmente pela Volkswagen era básica, contando apenas com a direção hidráulica (que é um item de série em toda a linha Fox), além do sensor de estacionamento. Não possuía ar condicionado, travas e vidros elétricos.

Houve ainda a redução de peso total do veículo. Segundo a montadora, a versão convencional 1.6 VHT possui 1046 kg enquanto a ecológica BlueMotion, de mesma motorização, possui 1009 kg. Em números, essa diferença não parece ser tão significante, porém, 37 kg de redução de peso em um mesmo modelo representam uma grande vitória da engenharia da fabricante alemã.

Apenas com essa condição, poderíamos afirmar que o veículo já se tornaria mais econômico, sem ter a perda de eficiência do motor costumeiramente gerada por ter que comandar outros acessórios, como por exemplo, o ar-condicionado. Porém, a Volkswagen alega que em uma comparação de ambos os Fox equipados com a mesma série de equipamentos, no BlueMotion, a economia se dará em torno de 10%.

TREM DE FORÇA

Baseados nessa informação, andamos com o veículo em diversas condições de tráfego e, realmente, o Fox BlueMotion economiza combustível. Este apresenta um consumo médio, em ciclo urbano de 14 km/l, enquanto o VHT Flex obtém 10,5 km/l em média, também no mesmo tipo de circuito.

Segundo a Volkswagen, a relação de marchas foi otimizada para economizar combustível. A 5ª marcha, por exemplo, ficou 21% mais longa, condição esta que permite que o motor mantenha sempre rotações mais baixas em uma mesma velocidade, principalmente em ciclo rodoviário.

Podemos destacar também que, no computador de bordo do BlueMotion, há um indicador que demonstra qual marcha deve ser utilizada na condição de rodagem do momento. Embora, por muitas vezes, seja praticamente impossível de segui-la, principalmente em condições de ultrapassagens e em subidas íngremes.

O módulo que gerencia o funcionamento deste é o Bosch ME 7.5.30, reprogramado para otimizar acima de tudo o consumo, mas sem deixar de lado o bom desempenho do motor.

Surpreendentemente, a potência e o torque deste VHT permaneceram iguais, 104 cv a 5250 rpm e 15,6 mkgf a 2500 rpm, respectivamente. O diâmetro do pistão é de 76,5 mm e o curso é de 86,9 mm onde a taxa de compressão está em 12,1: 1.

A FAVOR DO MEIO AMBIENTE

As mudanças não param por aí, os pneus 175/70 R14 utilizados são daqueles chamados “verdes”, ou então, tecnicamente, de baixa resistência à rolagem. De acordo com a montadora alemã, essa resistência cai 23% em relação aos pneus convencionais, devido à maior quantidade de sílica em sua composição e, ainda, ao aumento da pressão de calibragem dos pneus (de 29/28 PSI para 36/34 PSI no conjunto dianteiro/traseiro, respectivamente). Nos modelos convencionais do Fox, os pneus utilizados são 195/55 R15, que, por serem mais largos e macios, apresentam uma resistência ao movimento bem maiores que no BlueMotion. 

SUSPENSÃO E DIREÇÃO

Para evitar que isso afetasse diretamente no conforto, a Volkswagen precisou realizar mudanças na suspensão, recalibrando os amortecedores e deixando a rodagem, na prática, um pouco mais macia. Nessa alteração, a frente do veículo foi rebaixada em 9 mm, permitindo assim também que o coeficiente de arrasto fosse reduzido, de 0,353 cx para 0,33 cx no BlueMotion. Isso colabora também para que o veículo encontre um pouco menos de resistência com o ar, situação esta favorece a redução no consumo.

NA OFICINA

Para desvendarmos, na ótica do reparador, o que o Fox tem ainda de diferenciado, levamos o veículo na Auto Mecânica Scopino, onde os reparadores Pedro Luiz Scopino e Ítalo Alberto Silva Dias, avaliaram o modelo em comparação com sua versão convencional, o Fox 1.6 Flex.

“Uma das medidas que a Volkswagen deve ter adotado para a economia de combustível, é a redução do peso das partes móveis do motor, provavelmente por utilizar um composto mais leve na fabricação dos itens, permitindo que haja menor atrito interno e consequentemente redução do consumo”, comentou Ítalo.

O sistema de partida a frio também é do tipo convencional, com tanquinho de gasolina. Segunda a montadora, não foi adotada a tecnologia de aquecimento de bicos, pois, essa causaria um aumento de custo do projeto e, repassá-lo ao consumidor, não seria viável.

Ainda falando sobre o sistema de partida a frio, o Consultor Pedro Luiz Scopino fez o seguinte comentário: “Assim como em outros modelos da marca, a Volkswagen é a única fabricante preocupada em possuir cânister no sistema de partida a frio, sendo interligado com o sistema de cânister convencional do veículo. Em outras montadoras isso não é feito. A tampa do reservatório possui uma válvula de pressão, onde, quando esta ultrapassa a pressurização nominal no ato da partida, a válvula se abre e é liberado o vapor de combustível para a atmosfera, poluindo o meio ambiente. A Volkswagen é a única que tem preocupação ambiental à esse ponto”. 

O suporte do reservatório da direção hidráulica foi reduzido em tamanho e alterado o ponto de fixação em comparação aos Fox da primeira geração. “Isso permite uma maior facilidade de acesso às correias de comando e ajuda no trabalho do reparador, além de reduzir o peso do componente, já que este ficou menor. Embora essa não seja uma medida adotada somente no BlueMotion, mas em todos os novos Fox de 2010 em diante”, completou o reparador Ítalo Alberto Silva Dias 

“O veículo também possui acelerador eletrônico e utiliza de duas sondas e dois catalisadores, recursos esses para atender as normas de emissões atuais”, acrescentou Ítalo. 

EMISSÕES


Como o veículo tem o apelo ecológico, o Consultor Pedro Luiz Scopino nos sugeriu realizar a medição de gases do veículo com motor frio, para assim, analisarmos se este possuía algum controle de emissões nessa fase.

Nesta condição, a mistura está rica e o catalisador não está na temperatura de trabalho adequada. Geralmente, quando existente esse sistema, no veículo há uma bomba que comanda a passagem de ar para o coletor de admissão.

Essa injeção de ar à parte para câmara, permite uma melhor queima com o motor ainda frio, o que caracterizaria este Fox como um verdadeiro veículo construído com preocupação com o meio ambiente.

Porém, após as medições, percebemos que o veículo não é dotado deste sistema. Na marcha lenta, os resultados apontaram alto índice de HCc e CO, que nada mais é do que uma ineficiência da queima do combustível. 

Já na aceleração a 2500 rpm com o veículo, a medição apontou nível de emissões dentro do padrão estipulado para seu ano de fabricação. Embora os índices estejam bem baixos e o veículo seria aprovado na inspeção veicular, não houve um destaque positivo que o colocasse bem a frente do 1.6 VHT Flex, podendo dizer então que, pelo menos neste quesito, estes são realmente gêmeos. 

MERCADO DE PEÇAS

Com relação ao mercado de peças, o reparador Ítalo comentou: “Com exceção do motor, os outros componentes do veículo são os mesmos do restante da linha Fox. Suspensão e direção possuem itens no mercado de reposição em uma boa disponibilidade”.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Sobre a disponibilidade de informações técnicas para o BlueMotion, Ítalo fez o seguinte comentário: “Até o momento, a Volkswagen não disponibilizou informações técnicas sobre o modelo, se fez alguma alteração de motor ou algo do tipo, então, estamos dependendo das informações deles para atuar com uma reparação segura neste Fox”.

PROBLEMAS RECORRENTES

Sobre o assunto, o reparador Ítalo disse: “na linha Fox, o único problema recorrente que atendemos foi relacionado a barulhos na dianteira. Quando retiramos o para-choque do veículo, percebemos que no painel frontal da carroceria havia um componente com fixação deficiente, o que, apenas com um reaperto, soluciona o problema. Já em outros sistemas do veículo, como transmissão, suspensão e freios, ainda não tivemos nenhum caso de manutenção causada por má qualidade do item, apenas por desgaste natural”.