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Conheça o Golf 1.4 TSI, um dos automóveis mais premiados da atualidade


A Volkswagen deseja alcançar a liderança mundial na venda de automóveis até 2018, para tanto, uma das principais armas é o Golf, seu principal produto

Por: André Silva - 11 de dezembro de 2014

Beleza sem afetação: linhas seguem a atual identidade estética da marca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ele percorre mais de quinze quilômetros com um litro de combustível, leva oito segundos e quatro décimos para chegar aos cem quilômetros por hora e é absolutamente adorável de se dirigir. O Golf, na sua sétima geração, é um carro soberbo.

A forma é decidida, e embora siga o padrão estético dos atuais carros da Volkswagen, possui identidade própria, que remete às gerações passadas. Foi concebida por Walter de Silva, responsável pelos traços de carros como Alfa Romeo 156 e Audi R8. O interior é tão harmônico quanto o exterior, a ergonomia é impecável e os materiais são de alta qualidade. É simples, mas sofisticado.

Toda a tecnologia também está lá, ainda que algumas sejam opcionais, como o câmbio de dupla embreagem (DSG) ou o assistente de estacionamento eletrônico. Mas seus principais trunfos são “de série”: o motor 1.4 turbinado com injeção direta (de 140 cv e 25,5 kgfm) e o monobloco rígido e leve sobre uma suspensão eficiente e confiável. Esta combinação - aliada à transmissão manual de seis marchas ou à DSG - o torna um carro muito prazeroso, seja em uso urbano ou na estrada.

Bomba mecânica da injeção direta exige cuidados por parte do reparador

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A fim de conhecê-lo melhor, o levamos até a Mecânica Calegari, oficina tradicional, especializada em transmissões automáticas, fundada em 1962, localizada no bairro do Jardim Brasil, em São Paulo-SP. Lá, Marcos Calegari, especialista em sistemas mecatrônicos, começou suas considerações sobre o carro mencionando uma característica que se torna cada vez mais comum na indústria automotiva: a vinculação eletrônica de componentes, que só pode ser realizada em uma concessionária. É um procedimento, feito pela Internet, que habilita o novo componente, e o torna “visível” ao sistema de multiplexagem. Com isso, de acordo com Marcos, deverá haver diminuição no número de roubos de veículos com esta característica, uma vez que é impossível a reutilização de componentes eletrônicos.

Pequeno motor 1.4 é referência no consumo e no desempenho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aliás, a eletrônica embarcada no Golf é equiparável a veículos de segmento superior, o que, segundo Marcos, requer o uso de sistemas modernos de diagnóstico, sem os quais os reparos e regulagens tornam-se mais complicados, ou mesmo impossíveis de serem realizados. O sistema de diagnóstico utilizado na Mecânica Calegari para veículos Volkswagen e marcas associadas é o VAS/ODIS, que, segundo Marcos, proporciona precisão e assertividade no diagnóstico e na realização de ajustes. O nível da interface é tão elevado que permite alterar até mesmo as características do motor e do sistema de transmissão através da tomada OBD-II.

Bom espaço no cofre do motor facilita a manutenção

Marcos também ressalta a importância da bateria e do sistema de carga neste veículo, pois a instabilidade na tensão enviada aos módulos de controle pode causar sérios problemas, inclusive ao câmbio e ao motor. Portanto, ele recomenda a troca da bateria em no máximo dois anos, bem como a aferição do alternador sempre que for possível. Com estes cuidados é possível evitar diversos problemas mecânicos que têm origem na instabilidade elétrica. Marcos também ressalta que quando for substituir a bateria é imprescindível utilizar um auxiliar de partida ou outra bateria ligada em paralelo, caso contrário, após a substituição o painel do carro vai parecer uma “árvore de natal” de tantas luzes de advertência acesas, além de causar a desprogramação dos parâmetros do câmbio (quando automático), entre outras complicações.

Turbina compacta proporciona torque desde 1500 RPM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora o veículo testado possua câmbio manual de seis marchas (preciso e bem escalonado), Marcos diz que a transmissão DSG é um dos pontos fortes dessa nova geração do Golf, pois é extremamente rápida e possui um sistema de gerenciamento eletrônico “inteligente”, que, quando no modo automático, considera diversos parâmetros para efetuar as trocas de marcha, proporcionando conforto e economia de combustível (comparada a uma caixa automática convencional). Já no modo manual, a velocidade das trocas permite uma condução esportiva, com desempenho superior ao de uma transmissão mecânica. Contudo, ele diz que o custo de reparação de uma transmissão de dupla embreagem ainda é superior ao de uma automática convencional. Marcos também destaca a importância, especialmente no caso de embreagens que operam secas, como a utilizada na versão 1.4 TSI, de não “segurar” o carro só no acelerador em ladeiras, pois isso aquece a embreagem e encurta consideravelmente sua vida útil. O procedimento correto, segundo ele, é frear completamente, e só acelerar quando for possível colocar o carro em movimento. A recomendação também vale para as DSG que operam banhadas em óleo, como a da versão GTI, apesar destas serem menos sensíveis à alta temperatura, diz Marcos.

Amplo espaço e disposição inteligente dos componentes 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MOTOR
O pequeno motor 1.4 do Golf é um dos mais premiados da história. Trata-se de um integrante da nova família EA-211, a mesma do motor três cilindros do up! e do 1.6 MSI, recentemente lançado aqui no Brasil. Porém, no caso do Golf, ele é equipado com turbo-compressor e injeção direta de combustível, o que eleva o desempenho e a economia de combustível a patamares superiores e o coloca entre os motores mais eficientes do mercado automotivo brasileiro.

A preocupação com o peso está presente em cada detalhe do carro

A utilização de motores compactos de alto rendimento é uma realidade na Europa, onde a legislação ambiental é mais rígida que aqui. Diante dos limites de emissão de dióxido de carbono (CO²) e da necessidade de torque e potência para impulsionar os veículos, o turbo-compressor se tornou um componente quase obrigatório nos novos motores europeus. Com ele, e com a utilização da injeção direta, a economia de combustível pode chegar a até 20% comparada a um motor com a mesma potência sem turbo-compressor.Suspensão dianteira McPherson e pinça de freio de construção delgada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Brasil, o programa Inovar-Auto prevê redução de impostos a veículos mais econômicos, o que deverá provocar uma maior utilização de turbo-compressores também por aqui. É esperar para ver.

No que se refere ao motor do Golf, Marcos salienta que é importante utilizar combustível de boa qualidade, já que os bicos da injeção direta possuem orifícios menores que os dos bicos convencionais e tendem a entupir mais facilmente. A utilização do lubrificante correto e a atenção aos prazos de troca também são de vital importância neste motor, principalmente por conta da turbina, que é compacta e alcança rotações altíssimas, diz Marcos. Ele também diz que é preciso tomar cuidado ao efetuar reparos no sistema de injeção, pois a pressão após a bomba mecânica é muito alta e pode causar ferimentos graves, portanto é preciso efetuar a despressurização da linha antes de qualquer outro procedimento.

Suspensão traseira independente garante segurança nas curvas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora seja um hatchback médio, o novo Golf possui tecnologias normalmente encontradas em carros de segmento superior, que permitem obter um alto nível de desempenho e de eficiência energética, além de aumentar a segurança dos ocupantes. Sobre este aspecto, Marcos lembra que em caso de colisão iminente, quando há uma freada muito forte ou um princípio de capotamento, o módulo corta o fornecimento de combustível, fecha os vidros e pisca as luzes traseiras.

Além da evolução eletrônica, é possível notar que, estruturalmente, também houve avanços no sentido de torná-lo um carro leve e resistente, o que se percebe ao dirigi-lo. O pesado protetor de cárter da versão anterior, por exemplo, agora é uma capa de plástico e fibra, que, se por um lado não é difícil de remover, por outro não oferece grande proteção ao cárter, que pelo menos não é de alumínio. Outros pontos notáveis nos quais houve preocupação com a redução do peso são as mangas de eixo, as pinças de freio e os componentes da suspensão, assim como o quadro dianteiro, estampado em chapa fina. Esta carroceria leve, associada ao motor leve, de apenas 108 kg, permite um comportamento dinâmico envolvente e um baixo consumo de combustível.

Por outro lado, finaliza Marcos, é um automóvel com um custo superior de manutenção devido ao preço das peças, à eletrônica embarcada e à necessidade de equipamentos específicos. Uma simples troca de pastilha de freio precisa ser feita com auxílio de um aparelho que possa recolher o freio de mão elétrico (que a Volkswagen promete eliminar na versão nacional), além da necessidade de levar o veículo num guincho até a concessionária para fazer o reconhecimento de componentes, nos reparos mais complexos. Todavia, Marcos recomenda o modelo: “pra quem gosta de Volkswagen, é um prato cheio”.