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Chevrolet Spin Active não possui muitos segredos de reparação na avaliação de três profissionais


Os experientes técnicos que atuam na metrópole paulistana comentam o grau de reparabilidade do modelo, e mostram pequenos detalhes e dicas muito importantes

Por: Da Redação - 10 de agosto de 2015

Lançada em 2013, a Chevrolet Spin veio para substituir os modelos Meriva e Zafira simultaneamente. No Salão do Automóvel de 2014 foi apresentada a versão com visual aventureiro do modelo, que possui rodas aro 16”, pneus de uso misto, para-barros e o estepe externo na tampa do porta-malas. Vamos conferir o que os reparadores acham do modelo em geral. 

As oficinas escolhidas para a avaliação do Spin Active foram as Auto Mecânica Express, Peghasus e RTR Autocenter, selecionadas através do Guia de Oficinas Brasil, que permite fazer uma seleção “pente-fino” de Estado, Cidade, Bairro e o tipo de serviço que o cliente procura em todas as oficinas cadastradas no site. 

MOTOR

O conhecido motor GM 1.8 Econo Flex 8V MPFI já é familiar para todos os reparadores, devido à sua simplicidade e facilidade de acesso para reparação ele é bastante elogiado.

Everton, da oficina Auto Mecânica Express, localizada no bairro do Ipiranga, disse: “Não gosto dos modelos da Chevrolet. Mas em termos de reparação, eles são os meus preferidos, pois a facilidade e o bom espaço para a reparação facilitam muito na hora da manutenção”. (Fig.1).

Segundo ele, o sistema de coxim do motor era complicado na Zafira por conta da localização na parte interna da longarina. No Chevrolet Spin ele foi para a parte superior da longarina, ficando, assim, muito mais prático e rápida a sua troca. (Fig. 2).

Josemar, da Oficina Peghasus do Lauzane Paulista, também elogiou muito o famoso motor GM 1.8 8VEcono Flex. Josemar afirmou que em “time que está ganhando não se mexe”.

Para Josemar, o motor não tem segredos e é garantia de sucesso na reparação. “Além da facilidade de manutenção, o mercado de reposição de peças é farto tanto no paralelo quanto no original em concessionárias. Porém, é necessário ficar atento a pequenos detalhes com a evolução do projeto que, ao invés de facilitar a vida do reparador, acabou dificultando. Ele justifica chamando a atenção para o caso do engate rápido do filtro de combustível, que é necessário remover as travas azul e branca (Fig. 3 e Fig.4) para poder desconectar a mangueira. Caso essas travas estraguem, não há opções delas junto com o filtro de combustível e a sua venda na concessionária é somente com a linha de combustível inteira”.

Germano, da oficina RTR Autocenter que fica na Saúde, apontou pontos positivos no modelo, como o espaço do cofre do motor e sua reparabilidade. Entretanto, disse sobre alguns detalhes que poderiam ser melhores. 

“Os motores GM 1.0 8v, 1.4 8v, 1.8 8v e 2.0 8v, são muitos parecidos. Eles poderiam colocar um decalque no cabeçote indicando a cilindrada do motor (fig.5). Assim não seria preciso ficar procurando no documento a cilindrada”, disse Germano.

Um ponto negativo apontado pelo reparador é a falta de acesso da bomba de combustível pelo banco traseiro (Fig.6). Germano reclama: “é necessário remover o tanque para fazer a remoção da bomba de combustível ou o sensor de nível. Isso torna a manutenção mais demorada”.

TRANSMISSÃO

O acesso para reparação da transmissão automática de 6 velocidades é bastante trânquila para os três reparadores, por conta da evolução do quadro da suspensão (Fig. 7), o espaço para a retirada e instalação da transmissão facilitou muito. “Não é necessário rebaixar o quadro de suspensão para poder tirar o câmbio.” Afirma Germano.

A exemplo do que ocorre na grande maioria das oficinas independentes, quando há um defeito na transmissão automática, a melhor opção é remover cuidadosamente a caixa e enviá-la ao especialista neste tipo de sistema, e uma vez feito o reparo, basta recolocá-la no lugar e refazer as configurações originais.

FREIOS

“Não houve mudanças”, afirmaram os três mecânicos. O sistema continua bem simples e de fácil reparação.

“O único detalhe é sobre a localização do reservatório do fluido de freio (Fig. 8), devido à capa do painel do cofre do motor ficar bem próximo. Torna-se mais difícil o acesso para colocar a máquina de sangria do sistema de freios”, comenta Germano.

SUSPENSÃO

Em relação ao Chevrolet Spin normal, a versão aventureira não sofreu nenhuma mudança na suspensão. 

“A suspensão é muito simples e semelhante aos demais modelos Chevrolet. Geralmente a parte da suspensão que mais ocasiona barulho são as bieletas (Fig. 9 e Fig.10), que quando originais são de materiais de plástico e, com determinada quilometragem, começam a criar folgas. Eu prefiro as de ferro que vendem no mercado paralelo”, explica Everton.

Para Josemar, “alguns barulhos que parecem ser da suspensão são, na verdade, de outros componentes do motor próximos à suspensão que fazem barulho e acabam transmitindo para o interior do veículo. É o caso do suporte da ventoinha (Fig. 11) e o flexível do escapamento”. (Fig. 12).

Germano relata que “O Chevrolet Spin tem um problema crônico de desgaste excessivo da banda de rodagem dos pneus dianteiros, certamente decorrente da geometria da suspensão, distribuição de pesos e sistema de tracionamento. Mesmo nessa versão com pneus aro 16 e com menos de 10.000 km rodados, já é possível ver que o pneu dianteiro (Fig. 13) já sofreu um desgaste mais acentuado em relação ao traseiro”.

Outro item que Germano apontou como causador de barulho é o suporte do estepe (Fig.14) que, embora tenha um coxim de borracha aveludado, com o tempo, começa a fazer um rangido extremo.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Os três reparadores comentaram sobre a grande dificuldade em obter informações técnicas mais detalhadas direto com a fábrica. A única solução é ter uma boa relação com outros reparadores. 

Josemar, da oficina Peghasus, apontou duas dicas muito importantes para quem se deparar com alguma situação dessas: a primeira é o código 128 (Fig. 15) que aparece no painel do veículo. Muita gente acha que é um problema no sistema de injeção eletrônica, mas nada mais é do que o capô aberto. 

A segunda é o acionamento voluntário do Modo de Transporte que faz acender a luz de bateria no painel sem o veículo ter nenhum problema no alternador ou bateria. Para apagar esse Modo de Transporte, Josemar explica os procedimentos a seguir:

“Ligue o pisca alerta (Fig. 16), dê a partida no veículo e segure a chave durante 15 segundos (Fig. 17). O Modo de Transporte se desativa e a luz da bateria se apaga no painel”.

FILTRO DO AR-CONCICIONADO

Germano e Josemar costumam fazer muitas trocas de filtro de cabine e a higienização do ar-condicionado. Para obter o acesso ao filtro de cabine é necessário fazer os seguintes procedimentos:

• Remover a luz do porta-luvas (Fig. 18)

• Remover a bandeja do porta-luvas (Fig. 19)

• Remover a tampinha do filtro de cabine (Fig. 20)

Para a nossa surpresa o veículo testado veio sem o filtro de cabine!

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Nesse quesito cada oficina tem uma estratégia na hora da compra de peças de reposição para o Chevrolet Spin Activ, por conta da grande oferta de peças de qualidade no mercado paralelo e preços acessíveis em peças originais para esse modelo. Diante desse impasse, cada reparador opta pelo que é mais prático.

Everton (Fig.21) disse que usa somente peças paralelas de primeira linha, que além de mais baratas apresentam qualidade muito boa.

Josemar (Fig. 22) utiliza, para os modelos da Chevrolet, 90% de peças originais. Ele diz que além de terem preços bastante acessíveis, existe uma concessionária da marca muito próxima à oficina e que atende às necessidades que precisa.

Germano (Fig.23 Esq.) utiliza peças paralelas e originais em veículos da Chevrolet: “de acordo com o perfil do cliente”, ou seja, acaba-se optando pelas peças paralelas quando o cliente faz muita questão de preço baixo; mas sempre que possível, procura convencer os clientes a optarem pelas peças genuínas.