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O novo normal no Aftermarket


Desde o decreto de pandemia pela OMS em março deste ano, o mundo vem experimentando novos hábitos. Alguns são velhos conhecidos, mas que foram resgatados na lembrança e aplicados no nosso dia-dia por conta da doença

Por: Átila Paulino - 04 de agosto de 2020

Contextualizando este editorial gostaria de refletir um pouco sobre este conceito muito falado nos dias de hoje. Mas afinal, como será o novo normal no Aftermarket? 

Antes de entrarmos no “novo” vamos falar um pouco sobre a palavra normal, no dicionário de latim “normalis” significa “de acordo com as regras ou dentro da norma”. Tanto que no passado “norma” era como se denominava a régua de carpinteiro utilizada para marcar ângulos retos. Sendo assim, e feita essa introdução etimológica da palavra normal, voltemos ao nosso foco Aftermarket. 

O normal e que todos hão de concordar é que a demanda nasce na oficina mecânica e que há uma correlação forte entre oficinas mecânicas e frota, ou seja, onde há frota há oficina. A frota brasileira “reparável”* gira em torno de 36 milhões de veículos, com idade média de quase 10 anos e, de acordo com último censo do setor, há no Brasil cerca de 75 mil estabelecimentos que atendem proativamente toda essa frota de veículos (linha leve e comercial leve). 

De acordo com a CINAU (Central de Inteligência Automotiva), o ticket médio de peças e lubrificantes gira em R$ 380,00, ou seja, estamos falando de um mercado que circula mais de R$ 27 BI, anualmente. Nós, do Grupo Oficina Brasil, somos obcecados por dados e estudamos exaustivamente toda cadeia de suprimentos (supply chain) e podemos afirmar que para uma determinada peça chegar nas mãos do reparador há uma série de fatores que contribuem para essa “hidráulica” funcionar.  

Semanalmente, estudamos o movimento das oficinas e, de acordo com o modelo matemático, podemos dizer que a queda prevista para a demanda no Aftermarket em 2020 será de aproximadamente 8,72% e nesta edição apresentamos a continuação da pesquisa que sintetizou este indicador, entre outras informações do comportamento das oficinas. 

Em nossa atividade como consultores e nas reuniões, agora não presenciais, que participamos , ouvimos quase que diariamente queixas de perda de Market Share e queda na rentabilidade dos negócios na reposição, se isso é quase uma regra, podemos dizer que é “normal”, mas será mesmo que não existe nada que possa ser feito? Passaremos por uma pandemia e o normal permanecerá? 

Nós, do Grupo Oficina Brasil através da área de BI (Business Intelligence), desenvolvemos uma série de ferramentas para auxiliar as empresas que estão considerando seu modelo de negócios esgotado pelo dito “normal” e buscando o novo normal no Aftermarket. Mas esta nova abordagem só será possível para quem estiver próximo à demanda, onde se localiza o oceano azul do mercado de reposição.  Inspirados nesta realidade criamos o conceito de Demand Driven Company (Empresa Dirigida pela Demanda), exatamente para aqueles que quiserem surfar neste oceano de oportunidades e fazer parte deste novo normal, onde queixar-se de baixa rentabilidade, margens cadentes e Market Share são expressões do “antigo normal”.

Curiosidade: vocês notaram que a capa da mala-direta deixou o preto (edição junho) e está tingida de azul? Pois esta coloração tem a ver com a situação do aftermarket de autopeças uma das primeiras indústrias a consolidar a recuperação pós-pandemia, assim não há desculpas é hora de rever conceitos e agir amparados em informações.