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Tucson 2010 2.0 16V Aut. 53.000 km - Barulho por desgaste ocorria ao engatar a marcha à frente e ré


Veja nessa matéria como o defeito foi diagnosticado e a solução do problema. Acompanhe também o passo a passo da substituição do filtro de combustível e cubo da roda

Por: Tenório Júnior - 12 de setembro de 2015

Alguns defeitos, pela sua própria natureza, são difíceis para serem diagnosticados, seja pela pouca expressividade (barulhos discretos), pela intermitência e/ou pela dificuldade que o cliente tem em descrever ou explicar o tipo de ruído e como ele ocorre. 

A interpretação dessas variáveis é importante para minimizar o risco que o reparador corre de errar no diagnóstico, ou mesmo não encontrar o ruído que está incomodando o cliente – foi o caso de uma das oficinas citadas nessa matéria.

 Por isso, é imprescindível que o reparador faça as perguntas para tentar entender qual o barulho que atormenta a vida do cliente e, de preferência dirigir o carro com o cliente ao lado para que ele indique o barulho indesejado no momento em que ele acontece. Adoto esse procedimento como padrão, para identificar de qual barulho o cliente se queixa.

O DEFEITO 

Barulho do tipo “estalo metálico” - O cliente chegou na oficina reclamando de um barulho que eu classifiquei de “estalo metálico”, relatou que seu mecânico de confiança ficou dois dias com o carro e não conseguiu identificar o barulho, outra oficina consultada, após andar com o carro, sem tentar identificar o problema, recomendou que ele levasse o carro para uma concessionária. (procedimentos que levam o cliente a eliminar essas duas oficinas da sua lista...)

Segundo o cliente, o barulho se apresentava nas saídas quando fazia manobras. 

Fazendo aquele teste clássico, de girar o volante até o batente e fazer um círculo com o carro numa rua larga para testar a homocinética, não foi constatado nenhum tipo de ruído.

Procurando condições diferentes de terreno e ângulo das rodas para provocar o barulho, descobri a condição exata em que ele se apresentava.

Circunstância em que ocorria o barulho - Veículo parado, pé no freio, direção a meio curso. Cada vez que engata as marchas “D” ou “R”, ouve-se o estalo único. Desta forma, foi possível isolar todas as possibilidades de suspensão, freio e direção, restando apenas as peças relacionadas ao eixo que liga o câmbio à roda. Retiramos o eixo completo para verificar as duas extremidades; não foi constatado nada de irregular na Trizeta nem na Tulipa (lado do câmbio). Logo, o problema só poderia estar na Homocinética. 

SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Substituição da Homocinética.

Para substituir a homocinética desse veículo é relativamente simples: 

1. Solte o terminal de direção e o pivô;

2. Retire a abraçadeira da coifa;

3. Abra a trava que prende a homocinética ao eixo,  utilizando um alicate de bico para abrir (o mesmo que é utilizado nos outros carros);

4. Com a trava aberta, puxe a homocinética com a mão, se não sair, utilize um martelo de poliuretano dando pequenas batidas diretamente na peça.

Para instalar a nova peça, faça o processo inverso.

Homocinética com defeito. (desgaste interno, natural)

Homocinética nova, instalada

DICA DO CONSULTOR OB

Defeito Recorrente no cubo dianteiro da Tucson - Existem alguns ruídos que desafiam o reparador. São aqueles que estão nítidos, dá pra saber de onde vem o barulho, mas não dá pra identificar o defeito apenas olhando. Descobrir esses defeitos torna-se uma questão de honra para o reparador. No entanto, é importante que o reparador saiba valorizar seu trabalho, porque diagnóstico é trabalho, demanda tempo, responsabilidade e conhecimento, por isso deve ser cobrado.

Características e descrição do defeito - O ruído é um estalo metálico, como se houvesse folga entre as pastilhas e o cavalete da pinça. Ele se apresenta quando dá o arranque em primeira marcha e ao frear; basta movimentar para frente ou para trás e frear em seguida. (Apenas um estalo por vez)

PROCEDIMENTO DE TESTES

1. Confira os apertos da suspensão, assim como possíveis folgas. (apenas para desencargo de consciência)

2. Retire o conjunto, cubo e rolamento, prenda-o na morsa para visualizar a parte de trás do cubo. 

3. Segure com a mão a parte interna do rolamento e gire o cubo, verifique se a ponta do cubo está girando dentro da parte interna do rolamento. (lembre-se, o cubo entra no rolamento sob pressão, portanto não pode girar).

Cubo novo

Local exato onde ocorre o desgaste

4. Se o cubo estiver girando dentro do rolamento, substitua o cubo e o rolamento.

Esse defeito foi constatado e solucionado por vários colegas. A causa desse defeito, provavelmente, se dá por dois motivos: torque insuficiente da ponta de eixo, ou material do cubo com baixa resistência térmica e/ou mecânica.

Substituição do filtro de combustível da Tucson

O filtro de combustível tem a função de eliminar quaisquer impurezas que, porventura passem pelo pré-filtro da bomba de combustível. Com o passar do tempo, esse componente tende a entupir, não necessariamente por sujeira, mas por saturação do elemento filtrante. A obstrução do filtro pode causar defeitos de funcionamento no motor e até a queima da bomba de combustível. Portanto, a substituição preventiva dessa importante peça é fundamental para a longevidade da bomba de combustível e segurança dos ocupantes do veículo. 

A Hyundai recomenda a substituição preventiva a cada 30.000 km. 

Na grande maioria dos veículos, o filtro de combustível encontra-se sob a carroceria, protegido e de fácil acesso. Na Tucson, ele foi instalado em um local, digamos... bem escondido, dentro do tanque de combustível junto à bomba. Nesse veículo, o filtro de combustível é a “caneca” que aloja a bomba.

Acompanhe o procedimento para a substituição do filtro

1. Remova o assento do banco traseiro, que está fixado por parafusos na parte dianteira;

2. Remova a tampa do assoalho que está no lado esquerdo do carro;

Assoalho sem a tampa: Vista do conjunto da bomba

3. Remova a bomba de combustível completa;

Conjunto da bomba de combustível fora do tanque

Os procedimentos a seguir requerem atenção e delicadeza, pois as peças são de plástico e podem estar ressecadas. 

4. Primeiro retire o sensor de nível para não danificá-lo;

5. Separe a tampa do conjunto, que é de metal, do filtro de combustível (plástico);

6. Retire a bomba juntamente com o pré-filtro; retire o regulador de pressão e os demais componentes móveis – o filtro novo vem sem nada. Atenção com os anéis orings e separadores, que estão na carcaça do filtro de combustível, em que se encaixam a bomba, regulador de pressão e cano de retorno. 

Atenção! Todas as peças são apenas encaixadas.

Tampa do conjunto

Filtro de combustível. (Velho)

Regulador de pressão

7. Filtro de combustível sem os agregados

Filtro de combustível novo visto por cima

Filtro de combustível visto de lado

8. Para a montagem, faça o inverso.

Filtro novo com regulador de pressão

Bomba de combustível

Filtro novo com regulador de pressão, bomba de combustível e sensor de nível

Conjunto completo, montado

9. Antes de colocar a tampa do assoalho, funcione o veículo e observe se não há vazamentos nas conexões de saída e retorno de combustível, na tampa do conjunto.

10. Verifique a vedação dos orings internos, com a utilização de um manômetro, medindo a estanqueidade do conjunto. Se um dos vedadores não estiver vedando, a pressão na linha de combustível irá cair assim que desligar o motor – esse problema irá dificultar a partida quando o veículo ficar por algumas horas desligado. 

Atenção!

Se algum anel oring estiver danificado você terá duas opções: 

1. Encontrar um anel que tenha as mesmas dimensões e que seja apropriado para trabalhar com o combustível.

2. Trocar o conjunto inteiro da bomba. Porque a concessionária não tem esses anéis nem na foto do catálogo.