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Renault Duster: utilitário-esportivo de grande sucesso é analisado por reparadores independentes


Confira as características mecânicas deste SUV compacto, derivado do Logan, que conquistou o consumidor brasileiro nos últimos anos

Por: André Silva - 19 de janeiro de 2015

Forma "musculosa" é a principal característica do modeloO Duster começou a ser produzido em 2010, pela Dacia, subsidiária romena da Renault, que, além do Duster, também concebeu o Logan, do qual derivam o Sandero e o próprio Duster, que em diversos países, inclusive no Brasil, são vendidos e produzidos sob a marca Renault.

Terceiro utilitário esportivo mais vendido no mundo, no Brasil o Duster começou a ser produzido em 2011, instantaneamente ganhou a simpatia do consumidor e hoje é o atual líder de vendas na categoria.

Com o intuito de conhecer melhor suas características técnicas, consultamos alguns reparadores que ao longo da matéria expõem suas opiniões sobre o SUV compacto da Renault. 

Problemas comuns
Henrique José Barbosa, 46, reparador na Auto Elétrico Jozi, fala sobre alguns problemas de suspensão do Duster: segundo ele, os amortecedores do veículo tendem a apresentar desgaste prematuro. O reparador, inclusive, diz que já teve de efetuar a troca desses componentes em veículos com quilometragem inferior a 20.000 km. Henrique também ressalta que a suspensão traseira do Duster possui fixação frágil e diz que já atendeu um caso em que a roda chegou a cair por conta deste problema de fixação.

Motor 1.6 possui manutenção simples, mas exige atenção / Suspensão traseira frágil, de acordo com reparadoresContudo, um ponto favorável ao Duster, de acordo com Henrique, é o fato de não possuir mais o sistema de semieixo em que o óleo do câmbio é retido pela coifa de borracha, que, quando rasga, provoca o vazamento de todo o óleo do câmbio, danificando-o seriamente.

Michel Iaras, 33, proprietário do Auto Elétrico Jozi, relata também a ocorrência de fortes estalos no sistema de embreagem do Renault Duster. De acordo com o reparador, estes estalos são decorrentes do empenamento da haste que liga o pedal ao atuador hidráulico. Michel diz que caso este componente não seja realinhado ou substituído há o risco de quebra, e subsequente impossibilidade de efetuar as trocas de marchas.

Outro problema comum no Duster, de acordo com Michel, é na bomba d´água: “Reparo com frequência alguns vazamentos da bomba d’agua e corrijo barulhos nos tensionadores, tudo isso ocorre sempre a partir dos 50.000km e próximos à época de troca da correia de distribuição. Isso não é bom para o cliente, pois torna o reparo muito caro. A Renault fornece para esse serviço um kit que contém um anel, correia, rolamentos tensores e a bomba d’agua”.


Detalhe da suspensão traseira do Duster / Eliminação da coifa de retenção no câmbio: sem vazamentosReparabilidade
No que se refere às dificuldades enfrentadas no processo de reparação do Renault Duster, Michel diz que, “apesar de ser um veículo relativamente novo e despertar dúvidas naqueles que ainda não tiveram nenhum contato com ele, o carro possui, na prática, muitos sistemas parecidos com os que já conhecemos: o simples que funciona, mas com algumas estratégias de funcionamento diferentes”.

Henrique, por sua vez, elogia o amplo espaço disponível no cofre do motor, que facilita a manutenção e os reparos dos principais agregados, porém, o reparador diz que a remoção e instalação do cabeçote neste carro é um procedimento relativamente complexo, e exige cuidado e atenção a fim de não danificar os componentes.

Henrique José Barbosa, 46, da Auto Elétrica Jozi / Michel Iaras, 33, destaca supostos estalos na embreagemPeças
Michel revela que comprar peças para o Duster não é uma tarefa difícil. “No caso deste modelo, não tenho dificuldades em encontrar as peças no mercado de reposição. Consigo muitos itens de fabricantes renomados a um preço competitivo. Portanto, hoje posso dizer que adquiro 75% das peças do mercado de reposição independente e somente 25% em concessionárias”.

Michel acrescenta que, mesmo não sendo seu principal meio de compra, as concessionárias Renault oferecem bons descontos para oficinas que estejam ‘dentro da lei’. “Oficinas que têm CNPJ recebem ótimos descontos e algumas vezes com preço inferior ao mercado independente, mas às vezes compro no mercado independente pelo fato de que as autopeças dão um melhor prazo para pagamento dentre outras facilidades, como entrega imediata, por exemplo”.

Quanto às informações técnicas, Michel diz não ter dificuldade em obtê-la, e que a internet oferece muito material, mas o agravante é o tempo necessário para encontrar aquilo que é preciso: “se queremos informação técnica confiável, devemos dedicar um tempo a isso. Não dá para deixar para depois, e se você se preocupar em querer tudo na mão e na hora, você não vai conseguir reparar nenhum veículo. Vivemos em um momento no qual a tecnologia que está nos veículos se renova a cada dia, então a informação que temos hoje, amanhã já é ultrapassada e quem realmente entender isso estará um passo à frente dos demais. É lógico que nada vem de graça e sem esforço, mas a informação esta aí e é trabalhoso garimpá-la. Quanto antes entendermos isso, melhor. No caso do Duster, sempre que precisei de algo, não foi através da montadora que consegui, mas encontrei o material que necessitava com empresa e precisei pagar por ela. Mas conhecimento, para mim, não tem preço e digo que o investimento valeu cada centavo”, finaliza.

Imagem à direita: Suspensão dianteira em detalheRecomendação
Os reparadores consultados destacam a aparência e a robustez geral do Renault Duster, além do preço competitivo. Porém, devido a alguns problemas pontuais, como a durabilidade dos amortecedores e o sistema de embreagem que gera ruído, eles recomendam o veículo com ressalvas.