Notícias
Vídeos

Ford Focus 1.6l 8v Zetec RoCam flex


As características mais citadas em relação ao Focus são: confortável e com ótimo comportamento dinâmico. As-sim, embora tenha diversos pontos fracos, é altamente recomendado aos clientes, mas há quem diga que não vale a pena, visto o alto custo de manutenção

Por: Marco Antonio Silvério Junior - 20 de abril de 2011

O motor 1.6l Zetec utilizado no Focus a partir de 2004 e que passou a ser flex em 2007, equipa também os modelos de entrada da marca e por isso é até bem conhecido do reparador, principalmente quanto aos problemas de corrosão do sistema de arrefecimento, mas o Focus apresenta algumas particularidades, além de mais três motorizações: 1.8l 16v Zetec, 2.0l 16v Zetec, e 2.0l 16v Duratec.

Mesmo o 1.6l sendo o escolhido para a avaliação, os membros do Conselho Editorial deram dicas e apontaram algumas diferenças para os outros modelos que ajudarão no diagnóstico.

Injeção eletrônica
Nota: 6,3

O Focus com motor 1.6l flex é equipado com sistema de injeção FoMoCo (Ford Motor Company) EEC VI ou Marelli IAW 4CFR. Esse sistema apresenta alto índice de queima da bobina de ignição, que muitas vezes também danifica o módulo de ignição, por isso o ideal é na revisão conferir se velas e cabos estão em ordem, para preservar o sistema.

Segundo André Bernardo, especialista em reparação de módulos, da Design Mecânica, a recorrência de queima da central devido a falha na bobina nesse modelo é muito grande, por isso, sempre recomenda a troca da bobina antes da instalação da central reparada, pois caso haja algum problema, a peça irá se danificar instantaneamente.

Nesses casos, o Conselheiro Fábio Cabral também recomenda a troca de velas e cabos preventivamente, já que a bobina pode ter sido danificada por falha destes itens.

O sistema de alimentação de combustível trabalha com pressão de 3,8 bar e vazão deve estar 115 l/h, caso não esteja em ordem pode haver problemas de vedação, feita por o’ring, no corpo da bomba. Isso acontece muitas vezes após a troca do refil da bomba de combustível, então fique atento ao efetuar essa operação e aproveite para trocar também os anéis de vedação e o pré filtro, assim evita a necessidade de nova remoção do tanque de combustível.

No fórum do site Oficina Brasil, os reparadores discutiram um problema sobre problemas de afogamento quando o motor estava frio e funcionando na gasolina, causado por perda do A/F, que passava para o álcool. O problema pode estar relacionado a uma queda de tensão por falha nos aterramentos ou até por um motor de arranque puxando muita corrente durante a partida.

Motor e câmbio
Nota: 6,4

Novamente, como em todos os veículos da linha Ford equipados com motor Zetec, o vilão é o sistema de arrefecimento. O grande problema está relacionado à falta de resistência dos componentes internos do motor à corrosão, por isso a troca do líquido precisa ser feita com rigor e com aditivo orgânico a base de etileno glicol.

Quando esta corrosão começa a se desprender dos componentes começam os problemas de entupimento das pequenas tubulações que podem provocar superaquecimento e para evitar, só reduzindo o tempo de troca do líquido de arrefecimento, o conselho recomenda a cada seis meses.

O conselheiro Danilo Tinelli recomenda atenção caso aconteça um superaquecimento já que o cabeçote é de alumínio e trinca com facilidade. O reservatório costuma apresentar trincar quando o sistema passa a operar em temperaturas elevadas.

Quanto ao sistema de lubrificação, a atenção fica por conta do óleo, que o conselho recomenda utilizar o original da linha Motorcraft, sob o risco de perda de rendimento e aumento do consumo de combustível. O uso de lubrificantes com viscosidade diferente do original também pode causar o travamento dos tuchos hidráulicos com o motor frio, dificultando a partida.

Na corrente de distribuição, o conselheiro Eduardo Topedo informou que a atenção deve ficar por conta da guia de plástico do esticador, segundo ele já reparou diversos casos por este motivo.

Suspensão e freios
Nota: 7,1
O Focus possui suspensão exemplar com um ótimo sistema multi-link na traseira, que lhe deu fama de ter um ótimo comportamento em curvas, porém o conselheiro Paulo de Aguiar criticou a fragilidade da suspensão e o alto custo das peças de reposição, como no caso dos batentes superiores que precisam ser originais.

Os modelos equipados com ABS, os sensores de velocidade da roda dianteiros estão instalados nos rolamentos de roda que possuem encoder magnético, por isso atenção no lado de montagem. Na traseira, cuidado, pois o sensor é frágil e pode ser até confundido com um retentor.

O que muda?
os modelos com motor 2.0l 16v Duratec o sistema de alimentação trabalha sob demanda, ou seja, a quantidade de combustível enviada para os injetores é controlada de acordo com o regime do motor, e isso é feito controlando a rotação da bomba.

Embaixo do banco traseiro existe um módulo que recebe as informações da central eletrônica para então acionar a bomba de combustível por sinal pwm. Neste sistema, o sinal é enviado por pulsos e a largura de cada pulso enviado do módulo para a bomba é modulado.

Assim, quanto maior for o regime do motor, maior será a largura de cada pulso enviado para a bomba e maior será a sua rotação e consequentemente a pressão do sistema. Em regime máximo, o sinal é mantido de forma direta e a bomba atinge a rotação máxima de trabalho.

O regime do motor é interpretado pela central através dos sensores de rotação, posição da borboleta e velocidade.  A pressão da linha de combustível é monitorada por um sensor na flauta de distribuição.

O Focus equipado com motor 1.8 16V utiliza tuchos mecânicos e exigem regulagem das pastilhas. A folga das válvulas de admissão devem estar entre 0,11 e 0,18 mm, já as de escapamento devem ter entre 0,27 e 0,34 mm de folga.