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Climatização Automotiva: sistema funciona com a circulação do fluido refrigerante


Como funciona o Compressor de Ar-condicionado, os cuidados com a manutenção preventiva e os principais modelos aplicados nos veículos

Por: Ernesto Miyazaki - oficina.ernestomiyazaki.com.br - 23 de março de 2017

Basicamente, o compressor tem a função semelhante a de um coração. Isto mesmo, ele tem a função de fazer o fluido refrigerante circular no sistema assim como um coração faz o sangue circular pelas veias e artérias.

Os indícios de problemas no compressor surgem através de ruídos provocados por desgaste prematuro, interferência externa, falta ou excesso de fluido e até entupimento no sistema.

MANUTENÇÃO NO COMPRESSOR
Alguns cuidados antes de iniciar a manutenção são fundamentais:

• tipo de óleo lubrificante (geralmente PAG [polyalquilenoglicol]); 

• quantidade específica de óleo lubrificante e tipo e sua viscosidade (geralmente determinada pelas montadoras e sistemistas).

Obs.: muito cuidado ao manusear o óleo lubrificante do compressor, pois ele é altamente higroscópico, (absorve umidade com muita facilidade) e no ar-condicionado a umidade é o inimigo número 1. 

Todos os compressores de ar-condicionado automotivo possuem uma polia externa com rolamento, geralmente este rolamento acaba necessitando de substituição por idade (desgaste natural) ou por desgaste prematuro ou até por uma agressão externa (batida). 

Neste caso é extremamente recomendável a substituição da polia do compressor e do rolamento. Importante analisar o eixo e verificar se houve algum dano e não esquecer de substituir o selo retentor.



Visão do Selo retentor do compressor vazando
Este selo é um dos grandes causadores de vazamentos devido a situações como a falta de uso do ar-condicionado, que provoca o ressecamento ou pelo tempo de uso e desgaste. Quando surge o vazamento, o fluido refrigerante vai ser lançado na atmosfera e também o óleo lubrificante será perdido e os rolamentos serão danificados.

Cubo ou embreagem do compressor derretido


INSPEÇÃO
Utilizando um instrumento de medição (estetoscópio) ou a famosa chave de fenda, colocando a ponta metálica sobre o local do rolamento e o cabo plástico da chave deve ser encostado no ouvido, assim será possível identificar a fonte de ruído que indica o mau funcionamento


Não sendo possível ouvir ou distinguir os ruídos, é necessário desmontar a embreagem ou o cubo da frente do compressor até alcançar o eixo da polia do compressor, facilitando a visualização de manchas ou indícios de vazamentos de óleo lubrificante pelo eixo e retentor do compressor. 

O ruído pode ser externo, na polia, como pode ser interno, no compressor, se for interno, na maioria das vezes não há o que fazer em termos de conserto devido à ausência de reposição de componentes internos fornecidos pelos fabricantes de compressores. 

A parte externa deve ser inspecionada, desmontando-a para ter certeza que os componentes como rolamento, selo retentor e a base do rolamento (pescoço) do compressor estejam fisicamente sem desgaste, ou com indícios de problemas. 

Obs.: Se o retentor ou o eixo do compressor tiver mancha ou resíduos de óleo lubrificante, substituir o rolamento externo do compressor até como preventivo, pois quando vazar o fluido refrigerante, vaza junto o óleo lubrificante, 

Especificamente na polia externa, em alguns casos deve-se substituir o rolamento externo da polia, pois será a mesma mão de obra, de substituir o selo retentor do compressor.

FALTA DE COMPRESSÃO
No caso de compressores de deslocamento fixo de fluido refrigerante, podemos fazer o teste com o manômetro.

Com o manômetro, podemos visualizar e comparar pelas pressões de baixa e alta pressão. Se o sistema tiver a quantidade de fluido refrigerante especificada pelo fabricante, e o compressor não comprimir e não realizar a sucção, é necessário examinar por dentro do compressor.

Com o compressor na bancada, tampar com o polegar a sucção e girar com a outra mão a polia da embreagem do compressor no sentido horário ou no sentido da compressão para efetuar um teste. 

Após alguns giros ao soltar o polegar e perceber que o compressor está succionando, significa que a compressão está boa, caso contrário, o compressor está com algum problema interno.

Compressor Scroll quebrado
SUBSTITUIÇÃO:
Caso a inspeção visual do compressor apresentar contaminação do óleo lubrificante, ou por indícios de desgaste de partes internas como palheta de válvulas, pistões riscados, com folga, camisas dos pistões riscadas, placa de deslocamento com desgaste e sapatas com folga, será necessário realizar a limpeza completa do sistema, com o produto especial de limpeza, fluido R-141b, (limpeza muito conhecida como “flushing”). 

Esta limpeza tem o objetivo de lavar as tubulações internamente para evitar que a sujeira ou contaminação volte para o compressor novo, diminuindo a sua vida útil ou até criando um problema de desgaste prematuro. 

Vale lembrar que será imprescindível a substituição do filtro secador ou filtro acumulador, em alguns casos será necessário até a substituição do condensador, devido a sua construção “de microfuros”. 

Sempre verificar o tipo de óleo lubrificante quanto ao tipo, geralmente utiliza-se o PAG (polyalquilenoglicol), a sua viscosidade (na maioria das vezes 46) e também quanto a sua quantidade especificada pelo fabricante.

TIPOS DE COMPRESSORES:
Existem vários tipos de compressores de ar-condicionado automotivo no mercado brasileiro.

De deslocamento fixo: São os compressores de deslocamento fixo do fluido refrigerante, isto quer dizer que a taxa de compressão do fluido refrigerante é sempre a mesma. Nestes casos o sistema terá um sensor de temperatura, podendo ser um termostato de liga e desliga, ou um sensor eletrônico de temperatura que informa uma central eletrônica para ativar ou desativar o compressor. 

Isto significa que todos os compressores de deslocamento fixo precisam ter termostato para ligar e desligar o compressor, para evitar que o mesmo seja danificado. Quando o fluido refrigerante atinge temperatura abaixo de 0 ºC, começam a retornar ao compressor “microgotículas de líquido”, e o mesmo é um grande “sequestrador” de óleo lubrificante do compressor. Começa aí o efeito “dominó”, a falta de lubrificação no compressor provoca o desgaste prematuro do mesmo. 

Em resumo sempre verifique a temperatura de corte e acionamento e tempo de ciclagem, isto evitará o desgaste prematuro do compressor. 

De deslocamento variável: São os compressores de deslocamento variável do fluido refrigerante. Neste caso, os compressores podem estar “correndo” ou “andando”, isto significa que praticamente nunca para de comprimir, sempre deixa o fluido refrigerante em circulação.

A grande dificuldade é quanto ao diagnóstico neste tipo de sistema pois pode-se confundir com a falta de fluido refrigerante e eficiência de compressão e até entupimento no sistema. 

Alguns exemplos de compressores com deslocamento fixo:

- Modelo com pistões de deslocamento de ida e volta.

- Denso 6p

- Santana \ Versailles \ Monza \ Kadett \ Fiesta \ Ka

- Denso 10p08

- Gol 1.0 G2, G3, G4 \ Palio 1.0 

- Denso 10p15

- Palio 95 1.5 e 1.6

- Delphi H6  

- Blazer \ S10 antiga \ Silverado

- Modelo Scroll (caracol) compressão de forma com eixo excêntrico. 

- Sanden Scroll TRS090 

- Honda civic

- Sanden Scroll TRSE07

- Honda Fit

- Sanden 7H15

- Land Rover

 

- Modelo Palheta compressão com palhetas móveis.

- Calsonic

- Palio alguns Fire

- Nissan Frontier

- Zexell

- Audi

 

Alguns exemplos de compressores com deslocamento variável:

- Modelo com pistões de deslocamento variável e com embrea­gem magnética.

- Delphi CVC

- Astra, Celta, Meriva \ Gol G5, G6 \  

- Denso 7SBU

- Zafira

- BMW

- Mercedes

- Audi

 


- Modelo com pistões de deslocamento variável e com embreagem magnética e válvula de controle eletrônico.

- Sanden

- Peugeot 307

- HCC 

- KIA Sportage

- Hyundai Azera

 

- Modelo com pistões de deslocamento variável e sem embreagem magnética e válvula de controle eletrônico.

- Denso 6SEU

- Polo 2002

- Mercedes Classe A

- BMW

- Audi

- Denso 7SEU

- BMW

- Mercedes

- Audi