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Normativas Euro e Proconve: Evolução e próximas etapas


Sustentabilidade deixou de ser uma meta e passou a ser uma questão de sobrevivência do planeta, e o reparador tem papel relevante na manutenção destes níveis de emissões em baixos níveis

Por: André F. Miura, da Chiptronic - 08 de março de 2016

A emissão de gases poluentes nas últimas décadas tem gerado um fenômeno climático chamado de Efeito Estufa, que tem por consequência o aquecimento global do planeta. Caso continue, nas próximas décadas certamente haverá mudanças climáticas que afetarão o meio ambiente, juntamente com toda e qualquer vida do planeta terra. 

Pensando nisso a EURO (Lei Europeia) e a PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) no Brasil, regulamentada pelo Conama (Conselho nacional do meio ambiente), entre outras normativas de diversos países, adotaram leis que regulamentam gases expelidos na atmosfera por veículos automotores.

As metas principais para a PROCONVE P7 são: 

- Diminuir em até 80% as emissões de matérias particuladas (MP) promovidas pelos veículos da PROCONVE P5 (EURO3);

- Diminuir cerca de 60% das emissões de Óxidos de Nitrogênio (NOx).

Para que tal feito fosse possível, as montadoras tiveram que realizar mudanças em seus veículos. Essas mudanças estão relacionadas ao funcionamento dos motores, que são de dois tipos: 

1° - Os que trabalham com EGR (Exhaust Recirculation / Sistema de Recirculação de Gases), em que o principal objetivo é controlar a temperatura dentro da câmara de combustão. A válvula é colocada em uma posição que, quando entra em funcionamento, libera a passagem de um pouco de gás do escape para a admissão. Embora o volume de gases entrando na câmara de admissão seja o mesmo, haverá menos oxigênio para a queima, fazendo com que a pressão e temperatura no cilindro diminuam, sendo assim, temos menos oxigênio e menos temperatura e então consequentemente menos NOx.

2° - Os que utilizam a tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction / Redução Catalítica Seletiva). Essa tecnologia utiliza uma solução química de ureia diluída em água destilada, chamado de ARLA 32 (32,5% de ureia e 67,5% de água destilada), na qual essa substância é injetada ao gás de escape, reagindo e reduzindo o NOx, fazendo com que o veículo se adapte ao regimento da EURO5.

Para cálculo da quantidade de ARLA 32 que será injetado, a central do motor  se utiliza de dados enviados pelos sensores espalhados em pontos estratégicos. Quando em contato com o ar quente, o Arla 32 se decompõe em forma de amônia e dióxido de carbono:

Ao passar pelo catalizador esses gases passam por novas mudanças e se transformam em nitrogênio (N2) e água (H2O), e ambos são eliminados na atmosfera.

Trabalhando com todas essas tecnologias de forma correta, as montadoras conseguem que seus veículos atinjam as especificações das normas regulamendoras. 

Porém, atualmente a Europa já se encontra na fase da EURO 6, equivalente à normativa PROCONVE P8 do Brasil, que ainda não entrou em vigor, os mais otimistas acreditam que a partir de 2016 esta lei possa ser aplicada, diminuindo a defasagem em relação à Europa.  

As novas exigências farão a quantidade de hidrocarbonetos, que na EURO 5 era de 0,34 g/cv, baixar em 72%, caindo para 0,09 g/cv. O Óxido de nitrogênio (NOx) cairá expressivos 80% para 0,29 g/cv e a emissão de enxofre deverá ser reduzida em 50%, chegando a 0,01 partes por milhão (PPM).

Para que tais especificações fossem atingidas, uma demanda de estudos e testes teve que ser realizada pelas montadoras, tornando necessária a utilização em conjunto de tudo o que foi inventado e utilizado até agora na EURO 5. A EGR, antes usada apenas em sistemas de DIESEL LEVE, começou a compor a estrutura dos veículos DIESEL PESADOS juntamente com o SCR. Além disso, foi necessário o acerto de certos detalhes como a aerodinâmica, distribuição de peso corretamente e certificar que o veículo seja conduzido da forma mais segura e eficiente, para o sucesso dos investimentos dentro da nova legislação.

Motor EURO 6 composto por SCR EGR