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Transmissão variável contínua ou CVT: Dicas e diagnósticos – Parte final


Nesta segunda parte da matéria vamos entender melhor o comportamento do sistema, repassar dicas de manutenção básica e acompanhar alguns dos diagnósticos propostos pelos fabricantes

Por: Paulo José de Sousa - 26 de junho de 2016

 
Na primeira parte da matéria apresentamos o CVT (Transmissão  Variável Contínua), passando o processo de desmontagem do mecanismo e também informamos o período de inspeção do conjunto.
 
Acompanhe na sequência os procedimentos de diagnósticos, dicas de manutenção, sintomas e correção dos principais defeitos.

Entendendo o comportamento do CVT
Entender o funcionamento do sistema de transmissão nas diversas rotações do motor irá facilitar o diagnóstico do funcionamento irregular, conforme a rotação do motor

Marcha lenta (ponto morto, veículo parado):
Durante a marcha lenta a potência do motor não é transmitida à roda traseira, pois não há rotação suficiente para gerar força centrífuga capaz de  fazer o acoplamento do conjunto polia, embreagem centrífuga e roda traseira, nesta condição o veículo não anda.

Baixa velocidade: quando o motor estiver funcionando em baixa rotação há um aumento no diâmetro da polia secundária e uma diminuição no diâmetro da primária e numa dada rotação é gerada a força centrífuga que produz a expansão das sapatas da embreagem  centrífuga, que ao  conectar-se  à sede da polia secundária  transmite  rotação  à roda traseira,  desta forma a força produzida pelo motor   faz a motoneta sair da inércia e  iniciar seu movimento.                                               

Média velocidade: Nesta condição o veículo tem torque e é capaz de subir ladeiras, as polias assumem diâmetros aproximados e há um equilíbrio entre torque e velocidade.

Alta velocidade: Quando a rotação do motor aumenta há uma inversão nos diâmetros das polias e a polia secundária tem seu diâmetro reduzido e a polia primária tem seu diâmetro expandido, nesta condição a rotação que chega à roda traseira é ampliada e o veículo  atinge altas velocidades e sobe ladeiras íngremes.

Dicas básicas de manutenção
Para cada veículo equipado com este modelo de transmissão seja ele motoneta, scooter e até quadriciclos  os fabricantes  recomendam uma manutenção preventiva e determinam um período para verificação de seus componentes como espessura da correia de borracha, aspecto das polias e desgastes das demais partes móveis.

O problema mais comum é quando a correia está patinando, algo facilmente perceptível, pois a rotação do motor sobe e a velocidade do veículo não a acompanha na mesma proporção e as causas deste sintoma   geralmente são as infiltrações  de óleo, graxa,  água e os desgastes do conjunto e, que  provocam   um baixo desempenho do veículo e consumo excessivo de combustível.

Outra dica importante é cuidar bem da manutenção dos filtros de ar da correia para evitar a infiltração de poeira  que por abrasão acelera o desgaste de todo o conjunto.

Também podem ocorrer  com menos freqüência ruídos internos do conjunto, característicos dos elementos que excederam seu limite de uso e por isso estão com folga ex.: roletes, molas  e rolamentos.

Para o sistema de transmissão que foi utilizado de forma imprópria, como por exemplo parar o veículo na subida  e tentar controlá-lo  sem o uso dos freios ou  apenas mantê-lo parado pela rotação do motor, é provável que haja superaquecimento de todo o conjunto e que a sede  da embreagem centrífuga fique com uma cor azulada  e a correia desgaste excessivamente e todo  o conjunto tenha sua vida útil diminuída.

Fique alerta!

É importante manter em dia a bateria (ver edições de manutenção das baterias)  assim como  os sistemas de partida elétrica  e o pedal  de partida, pois  em caso de pane  o usuário ficará impossibilitado de ligar o motor, pois no sistema  CVT  é possível ligar o veículo por meio do tranco, lembrando que a roda traseira vai estar livre.

Principais sintomas de defeitos: 

• Consumo excessivo de combustível;

• Falha no funcionamento;

• Desempenho abaixo do esperado;

• Perda de potência;

• Ruídos na transmissão.


Causas prováveis
Desgastes excessivos  nas faces da polia primária, alguns desgastes possuem aspectos de sulcos profundos.

Correia de transmissão gasta ou contaminada por lubrificante.

Polia secundária com pouca pressão na mola ou conjunto travado por ferrugem.


A rotação do motor não chega à roda traseira

Pressão excessiva nas molas da sapata da embreagem.

Espessura das lonas das sapatas abaixo do especificado.

Correia de transmissão quebrada ou com dimensões abaixo do limite.

Roletes da polia primária gastos ou engripados.

 
Peças que devem ser avaliadas durante uma revisão do sistema

CVT Yamaha Neo, visor de inspeção da correia Acesso à correia Gabarito de inspeção da correia

 

Algumas motonetas possuem acesso facilitado para se verificar a condição da correia do CVT (fig. 1 e 2 ), por meio de um gabarito (fig.3) é possível aferir a condição de desgaste da peça. Outros modelos necessitam a remoção da tampa do CVT para ter acesso à correia e também às polias.

 Sentido de rotação da correia Medição da largura da correia Verificação do aspecto da correia

Face “A” da polia primária (motora)/roletes Conjunto da polia secundária

Verifique:

• Sentido de rotação da correia;

• Largura da correia;

• Condição da correia;

• Espessura dos roletes;

• Espessura da lona da sapata da embreagem centrífuga;

• Comprimento livre da mola;

• Faces das polias primária e secundária;

• Diâmetro interno da sede(carcaça) da embreagem centrífuga;

 

• Comprimento da mola da polia secundária.