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Canister não é um item de luxo de motos grandes, ele também está nas de até 150 cilindradas


Motocicleta bem ajustada, sem emissões evaporativas é a combinação perfeita, mas o reparador pode equivocar-se e achar que o funcionamento do motor estando mais ou menos “redondo” significará emissões nulas

Por: Paulo José de Sousa - 11 de dezembro de 2017

Canister, motocicleta Yamaha YZF R3

Mais cedo ou mais tarde o reparador irá se deparar-se com a situação acima, é bom saber que as emissões de poluentes são indicadores fundamentados nos padrões dos fabricantes, portanto são itens importantes para os diagnósticos. Os vapores do combustível formados no reservatório tem que ser controlados.

O controle de emissões de poluentes tem que fazer parte da pauta do reparador, não é uma “moda” sem motivo, a responsabilidade não é só dos fabricantes.

Além das competências relacionadas ao funcionamento da motocicleta, o mecânico tem que ter a consciência que o resultado do seu trabalho pode ou não colaborar com o meio ambiente. Por isso nesta matéria quero desafiar o reparador para a importância do tema: controle de emissões evaporativas.

Os vapores de combustível mesmo não sendo vistos e aparentemente inofensivos, tem impacto negativo na saúde de todos.

Canister em corte

Os hidrocarbonetos são tóxicos, são formados pela mistura de carbono e hidrogênio, tendo em vista o risco à saúde, os fabricantes de motocicletas aos poucos estão desenvolvendo sistemas com o objetivo reduzir a emissão de vapores de combustível, os gases gerados da evaporação concentrados no reservatório das motocicletas são reaproveitados, a ação promove a uma redução considerável na emissão de hidrocarbonetos na atmosfera.

DESCRIÇÃO DO SISTEMA

O sistema de controle de emissões evaporativas do reservatório de combustível é composto por um filtro de carvão ativado conhecido como canister. Faz parte do conjunto os seguintes itens: tubulações e uma válvula de purga.
A válvula pode ser acionada por um comando eletrônico originado no módulo de controle (ECU) (fig.3) ou pelo vácuo do motor (fig. 4)

Figura 3 - Fluxo de vapores do reservatório de combustível

Figura 4 - Fluxo de vapores do reservatório de combustível

Circuito de controle do canister com acionamento eletrônico:
1. Coletor de admissão do motor;
2. Válvula do canister (eletrônico);
3. Bocal de enchimento do tanque de combustível;
4. Canister.

Circuito de controle do canister com acionamento a vácuo
Descrição:

1. Coletor de admissão do motor;
2. Válvula do canister ;
3. Bocal de enchimento do tanque de combustível;
4. Canister.

Na utilização da motocicleta e com a alta temperatura ocorre a formação de gases no interior do tanque de combustível, os vapores são direcionados para o canister, onde são separados os hidrocarbonetos e o oxigênio.
Os vapores de combustível são absorvidos pelo carvão ativado do filtro, posteriormente são reaproveitados, ou seja serão enviados para o motor onde ocorre a queima, já o oxigênio retorna para atmosfera.

VÁLVULA DE PURGA DO CANISTER

Válvula de purga, como é conhecida, atua no controle do fluxo dos gases proveniente do tanque de combustível, a peça pode ser acionada por depressão (vácuo) gerada pelo coletor de admissão ou ter o acionamento eletrônico dado pelo módulo do motor.

ACIONAMENTO ELETRÔNICO

Parte da frota das motocicletas grandes utiliza válvula de purga acoplada a uma solenoide, o comando eletrônico de abertura é dado pelo módulo do motor (ECU), que promove o controle baseado em parâmetros coletados pelos sensores do sistema de injeção eletrônica.

ACIONAMENTO A VÁCUO

Conforme a condição de aceleração do motor, o vácuo formado no coletor de admissão faz a válvula de purga abrir, liberando assim o retorno dos vapores de combustível para serem queimados na câmara de combustão do motor.

Sintomas de defeitos no sistema de controle de emissões evaporativas:

• Emissões HC acima do limite padrão;
• Alterações ou oscilações na rotação de marcha lenta;
• Vazamento de combustível;
• Odor de combustível.

DEFEITOS MAIS FREQUENTES

1. Válvula de purga inoperante, válvula travada aberta ou fechada;
2. Canister saturado ou trincado;
3. Tubulações soltas, trincadas ou dobradas.

DIAGNÓSTICOS DA VÁLVULA MECÂNICA

Válvula de purga de combustível

TESTE DE FLUXO DE AR

Verifique a vedação interna da válvula injetando ar (soprando), o ar deve seguir somente em um único sentido, indicado pela seta gravada na carcaça da válvula, durante o teste a válvula deve estar na posição vertical.
Ação corretiva: Substitua a válvula caso haja passagem de ar nos dois sentidos

DIAGNÓSTICOS NA VÁLVULA ELETRÔNICA

Dependendo da motocicleta o sistema de injeção eletrônica pode identificar o defeito na válvula (solenoide) e o módulo do motor gerar código de falha relacionado à pane do componente.

Sintomas de ruídos também podem ser percebidos e confundidos com defeitos de motor, o som emitido é originado na solenoide da válvula.

CAUSAS PROVÁVEIS:

• Defeito na válvula;
• Falha de contato no conector da válvula;
• Falha de contato na ECU;
• ECU com defeito;
• Fiação danificada.

DIAGNÓSTICOS:

Teste de scanner em modo atuadores.

CANISTER DANIFICADO:

O carvão ativado localizado no interior do canister pode ser deteriorado devido à presença de combustível líquido

CAUSA PROVÁVEL:

Enchimento do reservatório de combustível acima do limite, alto fluxo de combustível líquido para o canister.

AÇÃO CORRETIVA:

Substituição do canister, abastecer o reservatório de combustível seguindo sempre limite máximo permitido.
Obs.: Os fabricantes definem um período de inspeção dos componentes do sistema de emissões evaporativas, por isso é bom estar de olho nos seguintes itens:  
• Tubulações;
• Braçadeiras;
• Canister;
• Válvula de purga;
• Conectores;
• Pinagem da ECU;
• Bocal de enchimento de combustível (tanque).