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A minha primeira BMW: G 310 R Já possui Hotsite para os que querem ser os primeiros proprietários


A BMW mais barata da marca está prestes a ser lançada. Conforto promete ser o grande diferencial do modelo em relação a outras motos da categoria

Por: Lucas Pachoalin - 24 de maio de 2017

Ser proprietário de uma BMW ficará mais fácil a partir do fim de 2017, com a chegada do modelo G 310 R. A moto vem para ser a versão de entrada da marca e deverá ser apresentadao em sua versão final até o Salão Duas Rodas, no próximo semestre. Há muitas pessoas se questionando do que está por vir e, se você também faz parte deste grupo de abelhudos, vamos cessar suas dúvidas agora.

DE QUEM É O PROJETO?
A parceria entre empresas européias e orientais está cada vez mais comum. Depois da KTM se unir à Bajaj e lançar as pequenas Duke,  o matrimônio do momento é entre BMW Motorrad e TVS, fabricante que já passou pelo Brasil com a Dafra Apache. Mas o projeto é alemão ou indiano? Essa é aquela resposta que só conseguiremos dar quando realmente estivermos diante da motocicleta final, mas a BMW garante que participou de tudo junto com a TVS, deixando a produção com os indianos para os custos ficarem mais em conta. A união entre as marcas aconteceu em abril de 2013, e o primeiro protótipo da 310 apareceu no Brasil em 2015.


Antes de finalmente falar dos dados técnicos da 310 R, uma curiosidade: a sigla G se refere ao tipo de motorização da moto, assim como nas outras versões o “R”, “F”, “K” ou “S”. Neste caso, a marca está mencionando o motor de um cilindro, que é arrefecido por líquido e tem exatas 313 cc. O 4T conta com comando duplo no cabeçote para as quatro válvulas, diâmetro de 80 mm para 62,1 mm de curso do pistão e taxa de compressão de 10,6:1. Alimentada por injeção eletrônica, a moto irá trabalhar apenas com um tipo de combustível, a gasolina.

São declarados certeiros 34,47 cv (34 hp) a 9.200 rpm e 2,85 kgfm de torque a 7.500 rpm. As cifras não me parecem muito empolgantes se compararmos a uma KTM 390, que com uma diferença de 60,2 cc a mais, extrai 43,5 cv do seu também monocilíndrico. 9,03 cv é uma diferença muito bruta.

A caixa de câmbio conta com 6 velocidades, e a transmissão secundária é feita via corrente. Um vídeo em que aparece por relance o pinhão me chamou atenção na internet. Como é bonito e bem feito, todo furado, para aliviar peso. Chega a parecer uma peça de moto de competição. A embreagem é acionada por cabo, mas os multidiscos banhados em óleo operam com mecanismo deslizante, evitando que a roda traseira trave com o freio motor em reduções bruscas. Ponto para a BMW! Ou TVS?


Esperamos que esta BMW não descarregue bateria rápido como as outras. Mas se isso acontecer, já anote aí as especificações: 12V/8 Ah para alternador de 330W.

UM PASSO PARA TRÁS!
Algo me diz que esta BMW G 310 R (158,5 kg) tem uma ciclística muito divertida, mesmo ela sendo mais de 12 kg mais pesada que a Duke 390, ambas em ordem de marcha. Talvez seja a opção da marca em seguir os passos da concorrência e lançar uma chassi tubular de aço com suspensão invertida na dianteira e balança traseira duplo braço em alumínio. Não acredito que exista uma combinação melhor para motos com esta faixa de peso e cilindrada. O conjunto dianteiro de amortecimento possui 140 mm de curso, enquanto o traseiro monoamortecido com regulagem na pré-carga da mola tem 131 mm. Os 64,9º de cáster e os 102, 3 mm trail, que determinam a abertura do ângulo das bengalas da moto, podem desmentir minha teoria inicial de agilidade, junto ao entre-eixos comprido de 1.374 mm. Mas ainda sigo minha aposta.

As rodas também são de alumínio, e, particularmente falando, não me agradam muito. Sou fã de desenhos mais discretos. Ambas possuem 17”, com largura de 3.00” na frente e 4.00” na traseira. Sei que a moto irá usar pneus Michelin na Ásia (bastou olhar as primeiras fotos), mas pelas medidas (110/70-17 e 150/60-17), tudo indica que serão Pirelli Diablo Rosso II no Brasil. Com isso, a KTM deixa de ser a única com pneu de 150 mm na traseira.

Sempre elogiei e admirei a BMW por lançar motos com ABS desconectáveis. A liberdade de escolha do uso em algumas situações fazem toda a diferença para alguns motociclistas, principalmente os mais experientes e que gostam de extrair mais diversão das motos. Porém, pelo  que tudo indica, esta versão não contará com ABS comutável. Que passo para trás! Mas, por outro lado, já tenho plena convicção da eficiência do sistema, que é praticamente idêntico ao das KTM. Com um disco de 300 mm na frente e pinça de duplos pistões e um disco de 240 mm na traseira (10 mm maior que as KTM) com pistão simples, a dupla promete intensas frenagens.


O DIFERENCIAL
As KTM são motos muito legais, mas pouco confortáveis para passar um dia rodando. E aí está o diferencial da BMW, já que a marca deixou claro desde o começo que manteria esta tradição. E não precisamos nem sentar na moto para já imaginarmos que ela realmente deve ter uma postura e um acomodamento melhor que outras adversárias. Repare na largura do banco, em dois níveis mas em apenas uma peça. Ele está a 785 mm de distância do solo, com um tanque de meros 11 litros diante das pernas. Esse foi outro fator que acho que a BMW errou. Não sei ainda a autonomia da moto, mas está me parece uma capacidade muito enxuta para quem gosta de pegar estrada e parar o mínimo possível. Segundo a marca, aproximadamente 1 litro está destinado à reserva.

A G aparenta ser uma moto maior do que uma mera 300 cc, com 1.988 mm de comprimento, 896 mm de largura e 1.227 mm de altura. É uma naked projetada para dar conforto até a pessoas maiores, com curvatura para pernas em 1.785 mm e carga total de 186,5 kg.

PARA QUANTOS?
Ali no começo mencionei um Hotsite que a BMW criou para os mais interessados no modelo e aí vai: www.bmw-motorrad.com.br/br/pt/fascination/g310r_webspecial/nightwatcher/main.html. O link é grande, mas para quem estiver disposto a pagar R$ 23.000 na moto, vai ser necessário correr lá. R$ 23.000? Sim, não está errado. Este é o valor aproximado que estimaram que a moto virá a custar. Dê um bom zoom nas fotos e aproveite para babar um pouco mais na 310, como no painel totalmente digital que aparenta ter fácil leitura e boas informações. Ele não permitirá ajustar o conta-giros, mas dá de velocidade média a todos os tipos de consumo.

Que chegue logo a BMW G 310 R e que possamos torcer o cabo dela e aproveitar os seus 34 cv e 2,85 kgfm de torque do seu motor monocilíndrico.