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A emblemática Z300 ABS chegou para ficar!


O reflexo de boas vendas da Ninja 300 resultou na Z, uma moto fácil de pilotar e confortável para o dia a dia. Conheça a naked da Kawasaki

Por: Lucas Paschalin - 10 de maio de 2017

Nomes emblemáticos costumam marcar a história. Você pode até não conhecer muito dos mundos a motores, mas certamente já ouviu falar em uma Ferrari Enzo, em um Ford Mustang ou até mesmo em um VW Fusca, não é mesmo? No planeta das motos não é diferente, assim como a Honda já fez muito sucesso com a Sete Galo (CBX 750), a Kawasaki celebra anos de história com a família Z, que surgiu em 1974 com a KZ 400,  motocicleta de dois cilindros e 398 cc.

Apesar da força universal, o maior boom da Z no Brasil aconteceu entre 2008 e 2009 (Z750), quando a Kawasaki inaugurou no pais suas primeiras concessionárias oficiais desde 1973, quando era apenas uma fornecedora de equipamentos e serviços em projetos industriais, navais e aeroespaciais em nossa nação.

A 300

Último lançamento da marca em terras tupiniquins e mais nova integrante da família em todo mundo, a Z300 / Z300 ABS representa o time da marca nas motos de entrada, com um motor de dois cilindros paralelos, assim como a primogênita,  mas com 296 cc e com 29 cv declarados a tardes 11.000 giros. Fácil de pilotar, poderia contar com respostas antecipadas, que facilitariam uma tocada mais suave e com menos esticadas de marcha na cidade. O torque é bom, mas também vem tarde, são 2,8 kgfm a 10.000 rpm. No total, o motor conta com quatro válvulas em cada cilindro auxiliadas por comandos duplos. A taxa de compressão é de 10,6:1, e o diâmentro é de 62 mm por 49 mm de curso. O sistema de alimentação do propulsor é eletrônico, e em percurso misto de cidade e estrada, registrou 25 km/l de consumo, rodando rigorosamente dentro da velocidade em todas as vias. Particularmente, não acho um número muito atrativo, já que uma KTM Duke 390 fez média de 36 km/l.

Entre cinco e seis mil giros, quando você volta o acelerador, é possível ouvir uma ressonância, como se fosse algum metal soltou ou talvez a carenagem do spoiler batendo no bloco pelo lado esquerdo do motor. Verifiquei para ver se havia alguma peça solta, e tudo se encontrava muito bem apertado na moto, inclusive as proteções do sistema de exaustão, primeiros suspeitos que levantei.

O sucesso da Ninjinha 250 deveria ter refletido mais forte nos modelos que vieram depois. Mas a chegada de muitas novas concorrentes ao mercado deixou o seguimento muito mais acirrado e limitado para o desenvolvimento da Z300.  Ela nada mais é do que uma Ninja 300 descarenada, com guidão pouquíssimo elevado - ele tem largura total de 750 mm e 1.025 mm de altura. A Z também quase não esterça, são apenas 35º para cada um dos lados. Inclusive estes são dois pontos fracos que deveriam se mudados, já que esta é uma motocicleta urbana. Por outro lado, o banco da naked 300 é muito confortável (para o piloto), e sua textura cheias de “ZES” dá boa abrasão às calças e gruda o piloto na motocicleta. Ele tem 785 mm de altura para o chão, que permite até mesmo as pessoas de menor estatura tocarem bem o solo. As pedaleiras são recuadas, mas nada que canse demais mesmo em uma pilotagem longa. No caso da garupa, o banco é estreito, sem abrasão e as pedaleiras altas. As alças escondidas sob o banco são lindas, mas nada funcionais. Se ouvir um barulho de plástico na traseira, fique calmo, há uma pequena folga da peça do passageiro que faz um pouco de barulho – nada que um pequeno calço não resolva.

O tanque, além de um desenho muito atraente, assim como o restante de toda moto, tem um desenho muito bem planejado para que você o envolva bem com as pernas. São 17 litros de capacidade de armazenamento, e apenas gasolina pode ser colocado dentro dele.

REGIME

A Z300 tem uma característica peculiar, mas em menor intensidade, de outro modelo naked da Kawasaki, a ER-6n. Em curvas de baixa velocidade, talvez pelo ângulo de cáster (26º) muito fechado, boa parte da massa da moto deslocada para frente e o entre-eixos comprido (1.405 mm e 2.015 mm de comprimento), deixe a moto um pouco cabeçuda. É como se ela se jogasse para dentro das curvas de uma vez e sem avisar. Com ritmo mais intenso, o chassi em formato diamante de tubos de aço não apresenta este comportamento, mostrando uma moto firme, confiável e progressiva. O monoamortecedor traseiro (ajustável na pré-carga da mola em 5 níveis) e a suspensão tubular convencional na frente (sem ajuste e com 37 mm) são muito confortáveis e ignoram quase todos os remendos e buracos do nosso asfalto. A frente possui 120 mm de curso e a traseira da moto 132 mm.

Mas ainda há uma coisa que poderia ser melhorada, inclusive, que multiplicaria a agilidade da moto, que seria um regime. A Z é absurdamente pesada. Os 39 cv de força precisam mover de 168 kg (STD) a 170 kg (ABS), o que pode ser um outro motivo para que o consumo seja tão elevado. A moto calça pneus Pirelli, com 110/70 na frente e 140/70 na traseira, ambos com 17”, O sistema de freio Nissin é muito eficaz, preciso e passa bastante segurança. Tanto o sistema do pé quanto o da mão são altos, e dispensam a aplicação de força para ser eficientes. Basta triscar. O ABS não atua tão cedo como o de uma Honda, dando mais liberdade e autonomia ao motociclista. Cada uma das rodas é equipada com um único disco, de 290 mm com duplos pistões na frente e disco de 220 mm com apenas um pistão na traseira.

Em questão de acabamento não há o que falar. As Kawasaki desde que chegaram impuseram um padrão mais sofisticado, com muitos itens nas cores pretas e linhas mais agressivas, como os modelos de alta cilindrada. Mas, nem tudo que é bonito está completo, e em uma moto de R$ 20 mil, item como indicador de marcha deveria ser obrigatório. Fora o ABS, que não é desconectável – erro comum em todas as japonesas.

A Kawasaki agradou bastante, inclusive despertou vontade de ficar mais uns dias com ela pela praticidade que ofereceu. O preço é salgado, R$ 18.890 com freios comuns e R$ 20.890 com ABS, preço que as motos mais novas, com mais tecnologia e equipamentos de ponta estão oferecendo. Mas, há a questão do gosto, coisa difícil de mudar, ainda mais para o motociclista que sonha com uma moto grande dentro desta família.

Acompanhe abaixo algumas fotos da Z300 ABS:

O motor não recebeu modificações em relação ao da versão carenada. São 39cv e 2,8kgfm de torque

O som do dois cilindros da 300 já é popular nas ruas. O sistema é um 2x1

O banco ajuda a não escorregar sobre a moto

O painel é atraente e tem fácil leitura. Mas já passou da hora da Kawasaki  colocar um indicador de marchas dele

O tanque tem capacidade de armazenamento de 17 litros de gasolina