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Sem grandes surpresas, New Fit 2018 é muito bem visto nas oficinas pela confiabilidade adquirida ao longo dos anos


Mantendo os padrões japoneses de “em time que está ganhando não se mexe”, o novo modelo da Honda chega ao mercado brasileiro com o visual reestilizado, mas com pouquíssimas mudanças em relação aos modelos anteriores

Por: Caique Silva - 16 de janeiro de 2018

Com quatro versões disponíveis, o novo Fit traz algumas novidades em seu visual, mas sem grandes surpresas em sua parte técnica. O para-choque dianteiro foi remodelado, assim como a grade dianteira, com maiores aberturas de ar. Na parte traseira, o para-choque foi alongado, protegendo agora o porta-malas em caso de colisão no trânsito.

O novo modelo vem equipado com o motor 1.5 i-VTEC FlexOne de até 116 cv e 15,3 kgfm de torque, o mesmo da versão anterior, com as opções de câmbio manual de cinco marchas ou automático CVT. Em suas versões EX e EXL há a simulação de até sete marchas. O reparador e proprietário da oficina Carbumarc Multicenter, Marcelo Mendes Sanches, que avaliou o carro, falou sobre essa novidade dos modelos: “Quando se usa o shift pad você sente a troca de marcha, apesar do câmbio CVT. É uma troca muito sutil, afinal o carro nunca foi e não tem o objetivo de ser um esportivo”.

O que também chama a atenção no Fit 2018 são os controles de estabilidade e tração, além de assistente de partida em rampa em todas as versões e limpadores do para-brisa do tipo “flat blade”. “O que eu vi desse carro de novidade é que eles mudaram o motor do limpador de para-brisa, ficando com menos ruído e com mais potência, além do grande destaque, que é o controle de estabilidade. É muito interessante pra esse carro, porque como ele é alto, não é aquele veículo esportivo bom de curva. Se o motorista der qualquer vacilo, o controle de estabilidade consegue ajudar bastante. Você sente o carro muito na mão quando está com o controle ativado”, disse Marcelo.

O New Fit possui cinco versões. São elas: a versão de entrada DX 1.5 MT, com câmbio manual; LX 1.5 CVT, que possui os mesmos componentes da versão de entrada, mas já com o câmbio automático; EX 1.5 CVT, que traz as luzes de led inferior como novidade e a versão top de linha EXL 1.5 CVT. Há ainda a versão Personal CVT, para pessoas com deficiência (PcD).

O contato com o reparador

Levamos a versão topo de linha do novo Fit até a oficina Carbumarc Multicenter, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

Assim que o carro chegou na oficina o reparador e proprietário Marcelo Mendes já adiantou de que conhecia o modelo e ele não havia passado por grandes mudanças, o que é bom, afinal trata-se de um carro bastante confiável desde suas gerações mais antigas. “Esse é um carro que manteve um padrão, muito bom por sinal. Não tem grandes novidades que chamem tanto a atenção. O maior detalhe é a presença do controle de estabilidade. É um carro altamente confiável”.

Marcelo ainda citou que a confiabilidade do carro não trata somente do modelo avaliado, mas sim de toda a linha Honda: “Se o reparador depender de Honda para ganhar dinheiro ele está na roça, porque é só manutenção básica, como óleo, pastilha de freios e com 70 a 80 mil km tem os amortecedores. De resto, esses carros não possuem nada de anormal. Para se ter ideia eu nunca precisei mexer na parte de arrefecimento desses carros por problemas de precisar trocar uma mangueira que estourou, uma válvula termostática ou bomba d’água. Os primeiros modelos do Fit, aqueles 1.4 e 1.5, mais antigos, tinham defeitos bem característicos na época, que com um tempo a Honda resolveu. Por exemplo, os modelos 2008 quebravam a orelha do amortecedor onde vai presa a bieleta, sempre do mesmo lado. Eles corrigiram isso e nunca mais voltou a ter problema. Outro grande problema era o ronco do rolamento traseiro, que também foi corrigido e não apresentou mais defeito”.

 Assim como os carros recém lançados, o New Fit é adepto da chamada partida assistida, com a ausência do reservatório de partida a frio. Essa retirada do “tanquinho” mostra que o motor reage prontamente em qualquer temperatura ao ser acionado, além de contribuir para a redução da emissão de poluentes. E por falar em emissões, uma das novidades do New Fit é a presença de dois catalisadores bem próximos do motor, que trabalham com reações químicas para eliminar os gases nocivos.

Outra mudança no veículo é a nova postura da direção, notada pelo reparador Pedro Luis Casson, também da Carbumarc. “A Honda trocou o sistema da direção elétrica para um motor mais firme, que dá para sentir melhor o carro na mão, como a gente diz popularmente. A antiga era muito mole. É boa, legal de andar, mas muito mole. Essa é uma das modificações interessantes do carro”.

Marcelo critica a falta de espaço para trabalhar no veículo, já característica dos modelos da Honda, mas nada que atrapalhe tanto na hora da reparação. “Como de costume, ao abrir o capô você percebe que não mudou praticamente nada, é o mesmo conjunto. Os carros Honda costumam ter pouco espaço para trabalhar porque os componentes são bem compactados, mas compensa na facilidade para se trabalhar com a parte técnica. A mecânica em si dos carros da Honda é diferente. Às vezes você repara um carro de uma outra linha e pega um simples parafuso duro, engripado, que não vai. Em um desse aqui até o aperto do parafuso é diferente. Um estalo e já era. A troca de óleo e filtros é bem simples, não tem nenhuma novidade. A vela também está sossegado de trocar. O que mais complica é o acesso para a troca de lâmpadas que é um pouco estreito, mas nada de absurdo. Apesar da diferença externa, do aumento do para-choque, esse carro não mudou quase nada”, afirma o reparador, que ainda garante que o veículo não irá assustar os reparadores quando chegar na oficina.

Por fim, o veículo que já está sendo comercializado pela marca japonesa mostra que já caiu nas graças ao menos do reparador independente, deixando agora para o consumidor aprová-lo ou não. “O cliente que vier na minha oficina e me perguntar sobre qual carro pegar, se ele disser que tem condições de pegar um Fit, eu indico o Fit”, finaliza Marcelo Mendes Sanches.