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Cruze LTZ 1.8 AT: Chevrolet mais vendido do mundo passa por um pente fino nas oficinas


Modelo global da GM já superou a marca de 3 milhões de unidades vendidas, mas a versão brasileira está um pouco defasada. Mesmo assim apresenta muitas virtudes e poucos defeitos

Por: Jorge Matsushima - 15 de janeiro de 2016

O Chevrolet Cruze (foto 1) é o modelo que representa a volta por cima da renovada gestão da General Motors, resgatada e revigorada após enfrentar uma grave crise financeira em 2009. Lançado no Brasil em 2011, o modelo já vendeu 171.958 unidades até 30 de novembro de 2015 (dados Cinau). 

Em 2015, o Cruze ocupa a 4ª colocação em emplacamentos no disputado segmento de sedans médios, ficando atrás do tridente nipônico Corolla, Civic e Sentra (dados Fenabrave). Uma parte deste desempenho se explica pelo fato do Cruze nacional ainda ser comercializado na primeira geração, enquanto em outros mercados ele já migrou para a segunda geração. 

A versão do Cruze LTZ 1.8 AT 2015 testada nesta matéria já incorporou algumas novidades, mas ainda é uma versão de transição à espera de seu sucessor, previsto para estrear por aqui em 2016. Porém, o maior desafio do atraente sedan da Chevrolet nos próximos meses será vencer a crise econômica que provocou uma forte retração nas vendas.

Crises à parte, o objetivo desta seção é sempre antecipar as percepções e avaliações de experientes reparadores que em breve receberão este modelo em suas oficinas, e são eles:

Rafael Toledo (foto 2), 32 anos, 17 anos de mercado. Começou aos quinze anos como ajudante em uma concessionária e há quatro anos partiu para um empreendimento próprio montando o Centro Automotivo Nova Aparecida no bairro do Tucuruvi em São Paulo SP. Além de competente técnico em manutenção geral, Rafael tem a fama de ser um exímio exterminador de ruídos em sistemas de suspensão.

Marcos Rogério Giglioli (foto 3), 27 anos com 14 anos de experiência no setor. Começou com o pai aos 13 anos, e em 2004 foi para a Inglaterra, onde trabalhou por 8 anos. Em 2009 montou sua própria oficina em Londres, ganhando muita experiência na área técnica e aprendendo a lidar com as mais diferentes etnias, nacionalidades, culturas e perfis de clientes, cada um com suas peculiaridades. Em 2013 voltou para o Brasil e fundou junto com a esposa a empresa MRG em Pinhais-PR (região metropolitana de Curitiba), especializada em carros nacionais e importados.

Marcos Paulo Andriguetto (foto 4), 41 anos, empresário, 25 anos de ofício. Começou na oficina de um tio ao lado de sua casa e há doze anos é proprietário da GrifyCar, localizada em São José dos Pinhais-PR também na região metropolitana de Curitiba. Marcos preza muito pela organização, produtividade e competência técnica, atingindo um índice de retrabalho próximo de zero.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O sedan Cruze tem um estilo elegante e harmonioso (foto 5) mas que não chega a empolgar. Sua identidade Chevrolet é inconfundível e por essa razão possui uma legião de fãs da marca. Rogério relata que possui muitos clientes que adoram carros GM, e não trocam por nada. 

Rafael elogia a configuração completa do carro e descreve: “tem muita tecnologia e comodidade aqui; comandos no volante, bluetooth, piloto automático, que antes era recurso mais utilizado em estrada, mas agora é muito útil para evitar multas nas ruas e avenidas das cidades, cada dia mais vigiadas por radares de velocidade. Carro para quem gosta de dirigir”. 

Marcos aprovou o face lift da versão 2015 incluindo novos faróis com leds para iluminação diurna e complementa: “Gosto da praticidade da chave presencial que inclusive liga o motor e o ar-condicionado à distância; mas o botão de acionamento da partida fica um pouco escondido atrás do volante. Levei um tempo para localizar”.

Rogério aprovou o sistema multimídia Mylink, que inclui conectividade para o smartphone, navegador, sensor e câmera de ré com guias virtuais dinâmicos; muitos acessórios, e observa: É preciso aprender a usar todos estes recursos, afinal o cliente pagou por tudo isso e precisa explorar ao máximo toda esta comodidade que o carro oferece”. 

O belo design do painel e bom gosto no acabamento interno (foto 6) são unanimidades entre os reparadores entrevistados, e transmitem uma sensação de bem estar. Bancos, volante e manoplas do câmbio e freio de mão receberam acabamento em material premium (couro sintético) e a combinação de cores brown storm (marron) e dark ashtray (cinza escuro) em toda parte interna confere um toque de sofisticação e requinte ao modelo.

DIRIGINDO O CRUZE

O conforto é a primeira virtude percebida pelos técnicos, passando pela facilidade com que encontraram a posição ideal para dirigir, a boa visibilidade e a correta ergonomia, com destaque para o banco do motorista que segura muito bem o corpo, mesmo em manobras mais radicais. Rogério faz uma pequena ressalva sobre os retrovisores externos, que poderiam ser um pouco maiores para aumentar a visibilidade. A suspensão recebe elogios dos 3 reparadores, e é considerada um dos pontos fortes da marca, e no Cruze atinge um elevado grau de eficiência.

Rafael: “o ponto forte da Chevrolet é a suspensão. Mesmo com roda grande (aro 17) e pneu com perfil relativamente baixo (225/50 R17) (foto 7), é um carro confortável e macio, e está absorvendo muito bem as irregularidades do piso. Este carro está com 13.000 km rodados e ainda está muito bem ajustado. O volante tem empunhadura e diâmetro muito adequado, e em conjunto com a direção elétrica, a dirigibilidade fica muito boa!” 

Rogério: “em trechos bem ondulados, a suspensão absorve muito bem as imperfeições e mantém o carro estável, sem grandes oscilações. É uma calibração muito boa, pois consegue também uma boa performance em curvas e estradas”.

Marcos: “como não poderia deixar de ser, os carros da GM oferecem um conforto muito bom, começando pela suspensão muito equilibrada e que não transmite vibrações para os ocupantes, com boa absorção de impactos. Mesmo em lombadas, o sistema amortece suavemente no final de curso, com muita eficiência e sem batidas secas. Para completar, a direção elétrica progressiva (EPS) é leve e precisa, bem adequada.”

ACÚSTICA E RUÍDOS

Rogério elogia o excelente nível de conforto acústico, e Marcos ratifica esta virtude apontando que o sistema de vedação das portas é triplo (foto 8), duas na porta e uma na carroceria, muito eficiente para barrar ruído, água e poeira.

Por outro lado, Rafel e Marcos detectaram dois problemas relacionados a ruídos, e os laudos são exatamente os mesmos.

O primeiro ruído é interno, na região do painel de instrumentos, provavelmente na carenagem dos mostradores, e aparentemente é de simples solução.

Já o segundo ruído vem de fora, provocado pela rolagem dos pneus no asfalto. Tanto Rafael quanto Marcos já haviam apontado o problema durante o percurso em estrada, e explicam: 

Rafael: “este pneu da linha Turanza da Bridgestone apresenta desgaste irregular somente nesta faixa da banda de rodagem (foto 9). É nítido a presença de ressaltos e deformações, e com isso temos a ocorrência de ruído. Muitos clientes reclamam deste inconveniente, e a única solução é a troca por pneus de outra marca. Neste caso, recomendo Michelin ou Continental”.

Marcos tem a mesma experiência negativa em dois veículos próprios diferentes (Corolla e Space) e também em carros de parentes e clientes, e relata: “estes pneus da linha Turanza são problemáticos em relação ao ruído que provocam. Eu ficava tão incomodado com o barulho que praticamente me livrei deles, ainda novos, e troquei por outros da marca Hankook, que zeraram o problema. Mudei também porque este pneu não tem proteção na borda, que poderia evitar pequenos riscos e amassados nas rodas. Enfim, não aprovo e nem recomendo este item.”

SEGURANÇA

O sistema de frenagem do Cruze atua com diversos controles, que são:  anti-bloqueio ABS, distribuição eletrônica de frenagem EBD, frenagem de emergência PBA, controle de estabilidade ESP e controle de tração TSC. E os reparadores aprovam o resultado prático:

Rafael: “o ABS/EBD funcionou muito bem em uma frenagem muito forte e repentina, sem travar as rodas e sem desviar a trajetória. O freio é eficiente e progressivo, não estanca de uma vez”.

Rogério: “gostei da eficiência do sistema de freios ABS/EBD com ação suave no pedal (vibração), que provavelmente não vai assustar o condutor leigo quando entrar em ação”. 

Marcos: “este freio é muito bom para um carro com transmissão automática! O conjunto ABS/EBD atua muito bem, com eficiência e total controle, e sem desconforto no pedal. No teste de frenagem em curva os controles ABS/EBD/ESP atuaram perfeitamente, com manutenção da trajetória. Isso transmite muita segurança para o condutor! Na arrancada forte, o controle de tração TSC não deixou as rodas patinarem. O resultado disso tudo é uma estabilidade e um controle excelente para um sedan.”

Fechando o pacote de segurança, o Cruze LTZ conta com 6 airbags (frontais, laterais e cortina), barra de proteção lateral nas portas e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas para crianças e bebês.

PERFORMANCE

A transmissão automática de 6 velocidades com Active Select GF6-2 de segunda geração (foto 10) roubou a cena nos testes de performance, e o motor 1.8 16V Ecotec 6 Flex se tornou um mero coadjuvante.

Com trocas suaves, rápidas e precisas, o sistema se autoajusta para uma condução mais econômica, esportiva ou de uma ultrapassagem de emergência. Com um reescalonamento de marchas muito bem sucedido, a percepção dos reparadores é de que a transmissão foi capaz de extrair o máximo de desempenho do esforçado motor Ecotec 6:

Rafael: “gostei muito do escalonamento das 6 marchas. O câmbio não dá tranco, e a troca é bem suave. As retomadas também são bem interessantes e aproveita bem a potência e o torque do motor 1.8. Um carro muito confortável e gostoso de dirigir. A transmissão me parece a grande inovação e evolução desta versão do Cruze!” 

Rogério: “as retomadas são muito interessantes, sem trancos, progressiva e sem queda de rotação nas transições. Gostei muito desta transmissão, e para quem gosta de dirigir, dá muito prazer!”

Marcos: “este carro tem uma boa aceleração e retomada; a troca de marcha em emergência é com o giro ‘lá em cima’ no torque máximo. Em ritmo normal a troca de marchas é bem rápida, privilegiando a economia. Em marcha lenta nas áreas urbanas proporciona uma condução muito confortável, pois as trocas de marchas são feitas sem socos, e a aceleração é suave e progressiva. Nas trocas manuais em condução mais esportivas, o motor responde muito bem e as trocas acontecem imediatamente após o comando.”

MOTOR

O propulsor Ecotec 6 1.8 Flex (foto 11) com 4 cilindros e 16 V entrega uma potência de 140/144 cv (G/E) a 6.300 rpm, e um torque de 17,8/18/9 kgf.m a 3.800 rpm. E é gerenciado por um sistema de injeção sequencial multiponto.  

Rogério considera boa a evolução do motor 1.8 da GM do Brasil, mas comparado ao que acontece lá fora afirma: “estamos nitidamente atrasados em eficiência (consumo). Lá fora as atualizações e evoluções são mais rápidas e perceptíveis. Modelos similares deste motor já contam com Injeção direta, que pode aumentar um pouco o preço, mas gera muito benefício, sem contar que concorrentes diretos no país já possuem esta tecnologia.”

Olhando para o cofre do motor, Rafael, Rogério e Marcos ficam muito satisfeitos com os amplos espaços disponíveis para as rotinas de manutenção, e registram muitas dicas:

Rafael: “Muito boa esta inciativa da GM em gravar a especificação do óleo na tampa (foto 12). Protege o consumidor e vai evitar muito erros nas trocas ou reposições. O filtro de óleo é o tipo refil, mais ecológico e muito bem posicionado (foto 13). E para completar estas boas soluções, o cárter é em alumínio, que é mais leve e dissipa melhor o calor, e contém gravado o torque de aperto do bujão (14 Nm - foto 14)! Esta medida deveria ser um padrão em todos os veículos!”

E Rafael continua: “este motor 16V tem duplo comando com variador de fase (Dual CVVT – foto 15) e é acionado por correia dentada, que exige ferramental específico para o sincronismo. Os espaços disponíveis para a troca são adequados e bem mais livres do que nos motores antigos (Vectra e Astra). A caixa do filtro de ar é bem grande, poderia ser menor. Nas trocas do filtro de ar a dica é não deixar nenhum parafuso solto, senão provoca um ruído muito alto.”

Marcos demonstra a facilidade com que é feita a manutenção de bobinas, velas e injetores: “Primeiro se retira a capa (foto 16), o conector com trava e contratrava, e dois parafusos para soltar a bobina integrada (foto 17), com eficiente sistema de vedação. Retirada a bobina, as velas de ignição (foto 18) podem ser removidas por uma chave de velas padrão. Os injetores também são acessados pela parte de trás do motor (foto 19). Tudo muito simples e muito rápido. Um excelente projeto do ponto de vista da reparabilidade!” Rafael compartilha da mesma opinião e complementa: “os conectores, tampas e travas são todos de plástico, e com o tempo ressecam e ficam frágeis. É sempre bom tomar cuidado no manuseio destas peças para não danificá-las”!

Rogério acrescenta: “este motor é bem diferente da linha powertech pois além do cabeçote e cárter, o bloco do motor também é em alumínio. Isso ajuda muito na redução de peso e dissipação de calor. Por outro lado, a versão flex, que só deve rodar por aqui, ainda adota o velho tanquinho para partida a frio (foto 20). Poderiam ter adotado os injetores com aquecimento né?”

Ainda pela parte de cima do motor na parte frontal, Marcos observa que é possível remover o sensor de oxigênio pré-catalisador sem nenhuma interferência (foto 21). Da mesma forma é possível acessar com bom espaço o radiador, ventoinha e outros componentes, mas faz uma ressalva: “o tubo guia da vareta de nível do óleo tem uma inclinação para trás, exigindo um movimento contrário ao natural, que seria puxar a vareta para cima ou para a frente, e com o tempo isso pode quebrar a vareta”.

Na parte de baixo do motor, as boas notícias continuam quanto aos amplos espaços disponíveis para manutenção. Componentes como motor de arranque, alternador (equipado com polia do tipo catraca que reduz ruídos e vibrações), compressor do ar-condicionado (foto 22) e correia poly V (foto 23) podem ser removidos de forma isolada, sem a necessidade de remoção de outros componentes.

Marcos, Rafel e Rogério consideram os coxins muito bem dimensionados para sustentação do powertrain. Marcos considera o protetor de cárter um item dispensável e argumenta: “os componentes principais ficam acima da linha do eixo (foto 24), e portanto protegidos. Mas a principal razão é por questões de segurança, pois em caso de colisão frontal com impacto muito forte, o powertrain é projetado para cair no chão, para não invadir o habitáculo.” 

TRANSMISSÃO

A transmissão automática GF6 de 2ª geração (foto 25) possui módulo integrado que eliminou o chicote de comunicação entre o módulo e a caixa. Uma atualização do projeto e adoção de novos componentes otimizaram o desempenho e a eficiência hidráulica do conjunto, ampliando a gama de possibilidades para obtenção de uma afinada calibração, que inclui o gerenciamento autoadaptativo para trocas de marchas, estratégia de freio motor e o active select que permite intervenções manuais para trocas de marchas. 

Rogério constata que para a remoção e reinstalação da caixa de transmissão é necessário remover o agregado da suspensão e comenta: “isso é padrão na linha Chevrolet, mas aqui no Cruze está bem tranquilo. No Vectra era bem pior e muito mais trabalhoso.”

UNDERCAR

A suspensão dianteira (foto 26) é independente do tipo Mc Pherson, com amortecedores telescópicos pressurizados, mola helicoidal, barra estabilizadora, bandejas em alumínio e bieletas plásticas. As buchas são bem reforçadas e podem ser substituídas, mas o pivô é prensado e deve ser substituído junto com a bandeja. Segundo os reparadores, à exceção da bucha da barra estabilizadora, a substituição de todos os demais componentes é bem simples e tranquila. O freio utiliza discos ventilados.

A suspensão traseira (foto 27) é semi-independente com eixo tubular, molas progressivas tipo barril e amortecedores telescópicos pressurizados. O freio traseiro usa discos sólidos, e o freio de estacionamento é acionado por cabos que atuam na pinça de freio, que contam ainda com um contrapeso que é um abafador de ruído da pinça. Os reparadores afirmam que as trocas de componentes e a manutenção na parte traseira são ainda mais tranquilas, incluindo o amortecedor traseiro, que possui um inteligente sistema de fixação por fora da carroceria (foto 28), ou seja, não é necessário desmontar coberturas ou acabamentos internos para acessar a parte superior do amortecedor.

A direção com assistência elétrica (foto 29) conta com um conjunto acoplado motor elétrico e caixa de direção, e sua remoção e reinstalação é bem tranquila.

O filtro de combustível fica alojado ao lado do canister, dentro de um dispositivo de proteção. Marcos chama a atenção para o conector de engate da mangueira no filtro, e que é composto por uma trava branca e uma contratrava vermelha, e alerta: “já pegamos casos de veículos vindos de outras oficinas ou concessionárias, incluindo este aqui do teste, que chegam sem a contratrava vermelha (foto 30), pois provavelmente foi perdida ou quebrada na revisão anterior.” 

A bomba de combustível fica dentro do tanque, e este por sua vez não tem acesso por cima pois não há tampa de acesso pelo assoalho do carro. Em resumo, é necessário remover o tanque de combustível para o reparo ou substituição da peça. Marcos relata que na Grify Car já houve o procedimento de troca da bomba de combustível de um Cruze, e de fato foi necessário baixar o tanque. E comenta: “é um item recorrente na linha GM (troca da bomba de combustível), e temos relatos de casos similares em outros modelos Cruze.”

Complementando a análise pela parte de baixo do veículo, os reparadores elogiaram a boa distribuição que favorece os acessos aos componentes da exaustão, que possuem flanges na junção que facilitam as trocas; as tubulações de combustível e fluido de freio bem protegidas ao lado e acima da linha das longarinas (foto 31); 

ALGUMAS FALHAS

O veículo testado apresentava uma forte corrosão no semi-eixo (foto 32), e um olhar atento dos reparadores detectou que outras peças metálicas de aço ou ferro também foram atingidas. Teria sio algum vazamento? Ou uma lavagem indevida com produtos químicos?

Outra falha simples, mas que ao longo do tempo pode causar danos sérios por corrosão, pois o dreno do ar-condionado foi cortado curto, e não traspassava o furo da longrina (foto 33), e com isso despeja constantemente água por dentro da longarina. Apesar de uma boa parte dessa água drenar pelos furos, sempre haverá umidade por dentro da longarina, que é uma peça estrutural importante.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

O movimento crescente de montadoras oferecendo informações técnicas aos reparadores através de canais de comunicação dedicados é muito bem visto pelos reparadores, pois ajudam a reforçar a imagem positiva da marca junto ao cliente final. O portal www.reparadorchevrolet.com.br contém diversas dicas e informações relevantes, mas compreensivelmente ainda não disponibiliza material de modelos mais recentes como o Cruze, ainda restrito à rede concessionária.

Para estes casos, Rafael sempre investiu em informações através de literatura técnica do setor. E para os casos mais difíceis, recorre à internet, incluindo o Fórum do Jornal Oficina Brasil, e comenta: “lá tem muita gente boa e competente. Quando o problema das transmissões automatizadas começou a ‘pipocar’ no mercado, a troca de informações entre os reparadores esclareceu muita coisa e até hoje é um dos temas em que mais nos evolvemos, tanto para ajudar quanto para receber novas dicas.”

Rogério também investe em informações técnicas e comenta: “é um processo que a gente preza bastante, estar atualizado sobre os novos modelos e tecnologias do mercado, mesmo naqueles carros que ainda estão por chegar. Trocar informações no Fórum, manter contato com outras oficinas amigas e técnicos dentro de algumas concessionárias também são fontes importantes de atualização, tudo isso para atender bem o cliente final e mantê-lo satisfeito com o seu carro.”

Marcos considera que entre as montadoras que se relacionam bem com os reparadores, a Chevrolet é a melhor, tanto em informações quanto em peças, e comenta: “a informação técnica vinda da montadora ajuda o reparador a manter os clientes da própria marca mais satisfeitos. Para os carros mais novos em que ainda não temos acesso aos manuais, é preciso recorrer ao mercado de literatura técnica, contatos com outras oficinas, internet, fabricantes de equipamentos (scanner), sistemistas, enfim, de uma fonte ou de outra, conseguimos a informação necessária.”

PEÇAS

Rafael: “por mim compraria tudo genuíno, mas em alguns casos quando o orçamento do cliente é limitado, recorremos ao mercado paralelo com qualidade original. A política de preços da Chevrolet para o reparador é muito boa, e uma das melhores. A disponibilidade é boa para os itens de giro, e eles trabalham com logística de entrega. Aqui no Centro Automotivo Nova Aparecida, nosso mix de compra de peças fica em 40% na Concessionária (disponibilidade, qualidade e preço);  40% nos Distribuidores (itens de giro) e 20% no Varejo (compras avulsas).”

Rogério: “tenho comprado bastante itens na concessionária Chevrolet, pois eles praticam uma política comercial diferenciada entre o consumidor final e o aplicador. Com isso o preço fica competitivo para nós reparadores. Na MRG nosso mix geral de compras de peças fica em 30% nas Concessionária (qualidade, disponibilidade e preço); 60% nos Distribuidores e Importadores especializados (itens de giro e peças específicas para importados); e 10% no Varejo (miudeza).”

Marcos: “a política de peças genuínas Chevrolet para o reparador independente é excelente. Além do preço diferenciado para as oficinas; nos itens básicos de revisão temos uma boa disponibilidade aqui na região de Curitiba. Na Grify Car temos uma mini autopeças, que nos permite trabalhar bem com as disponibilidades entre peças genuínas (concessionária) e qualidade original (paralelo) e o nosso mix de compras fica em média, 20% Concessionária (qualidade e preço) 78% Distribuidor (itens de giro) e 2% Varejo (miudeza).” 

RECOMENDAÇÃO

Rafael: “o Cruze é um excelente carro. O motor tem um bom torque e desempenho, e a troca de marchas é o ponto forte, e isso significa um carro muito gostoso de dirigir. O consumo deveria ser um pouco melhor, e dependendo da marca do pneu, o ruído pode incomodar. Tirando isso, recomendo sim pois no futuro as manutenções aqui em nossa oficina serão tranquilas.”

Rogério: “eu sou bastante cauteloso ao indicar um carro, principalmente se for lançamento ou versão nova, pois podem apresentar problemas de ajustes ou componentes, mas que serão corrigidos ao serem detectados. Vamos esperar um pouco para ver o histórico dele no mercado.”

Marcos: “para o caso de uma recomendação, dá para dar uma nota muito boa para este carro, e quem comprar certamente ficará satisfeito. O perfil do cliente Chevrolet é característico, e quando ele gosta, compra pela confiança na marca. O que nos dá tranquilidade na recomendação é saber que teremos uma rede de concessionários e uma montadora que nos dão suporte e nos tratam como parceiros de mercado.”

CONCLUSÃO

O cliente Chevrolet sempre foi muito bem acolhido na oficina independente, e para ele, nada melhor constatar que o seu reparador de confiança aprova a sua escolha, e não enfrenta maiores dificuldades para efetuar as rotinas de manutenção e reparos em seu veículo. Esta sintonia de mercado entre montadora, concessionárias e oficinas independentes já deixou um grande legado no mercado automotivo, pois até hoje orgulhosos proprietários de veículos como Opala, Veraneio, Monza, Chevette, Astra e Vectra entre outros, continuam rodando graças aos milhares de reparadores independentes espalhados pelo país. E na visão de nossos entrevistados, o Chevrolet Cruze reúne todos os atributos para escrever mais um capítulo de sucesso nesta bem sucedida parceria.