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Bravo 1.8 Essence: Fiat segue sua sina em busca da fórmula do sucesso para seus modelos top


Hatch médio da Fiat tem muitas virtudes e goza de bom prestígio junto aos reparadores independentes, mas falta um pouco de personalidade diante dos badalados concorrentes

Por: Jorge Matsushima - 15 de novembro de 2015

A Fiat no Brasil é uma marca consagrada e soberana nos segmentos de entrada, liderando o ranking de vendas tanto de automóveis quanto de comerciais leves. Porém, tamanha popularidade nunca garantiu à montadora italiana a mesma performance nos segmentos mais elitizados, seja nos Sedans médios com o Línea; SUVs com a Freemont; e no caso dos Hatchs médios com o Bravo (foto 1), onde perde terreno para o Ford Focus; Chevrolet Cruze; VW Golf; Peugeot 308 e Hyundai i30.

Segundo dados da Cinau (Central de Inteligência Automotiva), desde o seu lançamento em 2010 foram comercializados 39.137 Bravos (até Set/2015), e como de costume, boa parte de seus proprietários já confiam as rotinas de manutenção junto aos reparadores independentes.

E para avaliação desta versão de entrada do Bravo, convocamos 4 experientes reparadores selecionados do Guia de Oficinas Brasil, e são eles:

Sílvio Ricardo Cândido (foto 2), 45 anos, 28 de profissão. Fez o Senai dos 13 aos 17 anos, seguido de um estágio de 6 meses em uma oficina independente, e confiante, partiu para um empreendimento próprio fundando a Peghasus Powered Motors no Bairro Lauzane Paulista em São Paulo SP, que completou recentemente 26 anos no mercado. 

Josemar da Silva Feitosa (foto 3), 37 anos, trabalha desde os 12 anos em oficinas independentes, sempre se atualizando em diversos cursos no Senai e fabricantes do setor. Trabalha na Peghasus há 3 anos. 

Marcos Brazioli (foto 4), 50 anos, técnico em mecânica, 30 anos no segmento automotivo. Começou a carreira profissional na área de mecânica industrial, e após breve passagem nas empresas da família, em 1999 fundou a Osasgás GNV, empresa especializada em manutenção automotiva e instalação de kit GNV.

Rogério Caixeta Gomes (foto 5), 48 anos, 25 anos no segmento. Na empresa Carbofreio, localizada no Bairro Sumarezinho, São Paulo SP, trabalhou durante 10 anos como técnico mecânico, e foi promovido junto com outro colega de trabalho para se tornarem sócios da empresa, pelo critério da meritocracia.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O design (foto 6) é considerado bonito pelos técnicos, e sua aparência esportiva também agrada. Mas se comparado aos seus concorrentes diretos, o Bravo parece não conseguir despertar paixões, entusiasmo ou admiração, passando despercebido pelas ruas e avenidas.

Rogério observa atentamente os detalhes deste carro e valoriza: “Eu vejo muita evolução da Fiat ao longo do tempo, principalmente nas questões de acabamento interno, calibragem da suspensão e robustez do conjunto mecânico. Os modelos antigos eram muito ruins, duros e desconfortáveis. Hoje, além do conforto e bom acabamento, são carros bastante confiáveis, e se a manutenção preventiva for feita periodicamente, é um carro que não quebra e não costuma deixar o dono na mão”.

Rogério aprova e descreve a configuração interna (foto 7): “O volante revestido em couro tem ótima empunhadura e conta com as duas opções de condução; o kit multimídia tem múltiplas funções, conectividade, conexão USB e controles no volante; o acabamento interior é diferenciado e de bom gosto, sensor de ré com opção de desativação sonora, ar-condicionado digital duo, piloto automático, computador de bordo, sensor de proximidade, sensor de chuva, enfim, muitos recursos para uma versão de entrada. O banco é bem confortável, mesmo para pessoas altas, e proporciona uma ótima posição para dirigir, com bom encaixe e boa altura livre até o teto, e a visibilidade para frente e pelos retrovisores é bem ampla”. 

Rogério considera o espaço no banco traseiro bastante limitado e desconfortável (foto 8) para entrar e sair, mesmo para pessoas de estatura média; mas pelo menos há um duto de ar-condicionado dedicado, porta-objetos e bolsa canguru.

A capacidade do porta-malas é razoável (foto 9), e abriga um subwoofer que confere uma boa qualidade sonora. Além do encosto traseiro bipartido, há uma rede para fixar pequenos objetos no interior do compartimento de bagagem, e o estepe (que fica mais protegido contra furtos) com roda de aço e pneu da mesma medida que os rodantes. 

DIRIGIBILIDADE E CONFORTO

Sílvio considera a dirigibilidade muito boa, e comenta: “Gostei do volante com revestimento em couro e ajuste de carga (modo city ou normal – foto 10), torque do motor é bom, interior silencioso, sem barulho de carroceria e troca de marcha bem suave e precisa. Percebo também que o motor E-torQ teve a curva de avanço modificada, e agora ele despeja a potência de forma mais suave e progressiva; mas mesmo assim ele continua com muito torque em baixas rotações, o que é muito bom para quem mora em regiões com muitas subidas; mas se acelerar muito forte na ladeira, ele vai patinar bastante. Seria interessante a Fiat implementar um controle de tração”.

Marcos aprovou a posição de dirigir, sem cobrir a visão do painel e anota: “Este motor E-torQ tem um bom desempenho, mas como a maioria dos carros com motor flex, é um pouco beberrão. Mas para este problema de consumo, a instalação de um kit GNV de 5ª geração vai muito bem no Bravo, e na Osasgás temos muitos clientes satisfeitos com esta solução”. 

E Marcos prossegue com sua avaliação: “O nível de ruído transmitido para o interior melhorou em relação aos outros motores da Fiat. Gostei muito deste navegador que alerta sobre a localização dos radares de controle de velocidade. É um carro bem confortável, e os ajustes do volante são bem adequados para a cidade (modo city) - bem suave e progressivo, e modo normal para estrada, mais firme e com reações mais rápidas. Os modelos mais antigos da Fiat apresentavam muitos ruídos na suspensão, mas neste carro está bem solucionado”.

Rogério gostou da rodagem macia e silenciosa e observa: “As opções do volante ajudam o condutor a encontrar uma regulagem mais adequada para cada situação, ou conforme o gosto pessoal. O carro ficou com um toque esportivo, mas é meio pesadão. Mesmo assim, a aceleração é forte, e as resposta ao acelerador é muito boa, com bastante torque e sem falhas. A aceleração não abre muito rapidamente, mas é bem progressiva e uniforme. Em rotações mais altas, o motor fica barulhento e pode incomodar um pouco. A suspensão trabalha muito bem e absorve as imperfeições do piso sem barulhos ou batidas secas de final de curso, mantendo uma ótima estabilidade, tanto em curvas de baixa ou alta velocidade. E em casos de emergência, os eficientes freios ABS param o veículo em espaços curtos, sem travamento das rodas ou desvio de trajetória”. 

MOTOR 

O motor FPT E-torQ 1.8 16V Flex (foto 11) é derivado dos motores 1.6 da Tritec Motors, uma joint venture formada pela BMW e Chrysler nos anos 90 (leia mais sobre esta história na edição Junho 2015, seção Em Breve na sua Oficina). O robusto propulsor entrega uma potência de 130/132 cv (G/E) a 5.250 rpm e torque de 18,4/18,9 kgfm (G/E) a 4.500 rpm. 

Segundo o fabricante, a aceleração de zero a 100km/h é de 10,3 s (G) ou 9,9 s (E), e a velocidade máxima fica em 191,0 km/h (G) e 193,0 km/h (E).  

Por unanimidade, os reparadores elogiam os amplos espaços e acessos para as rotinas de manutenção, e aprovam os cuidados da engenharia da montadora, que a cada modelo novo se preocupa em facilitar e agilizar a reparabilidade de seus carros.

Porém, alguns itens são questionados por todos os entrevistados: 

Primeiro, o sistema de partida a frio com o antiquado tanquinho de gasolina (foto 12A), fonte de muitos problemas devido ao descuido da grande maioria dos usuá­rios de carro flex que esquecem de reabastecê-lo. Sílvio e Marcos consideram uma defasagem tecnológica dentro da categoria, pois os concorrentes já estão bem à frente, com injeção direta, sistemas de pré-aquecimento e outras soluções que eliminam o tanquinho. Como atenuante, Marcos observa que o quinto injetor (foto 12B) administra melhor o uso da gasolina nas partidas, e reduz a ocorrência de problemas.

O segundo item criticado é o acesso ao filtro de óleo, bem ruim nos motores E-torQ (foto 13). Josemar comenta que na Peghasus eles já adaptaram uma chave somente para remoção do filtro destes motores. Marcos considera que embora o acesso continue ruim, no Bravo ficou um pouco melhor pois tem um pouco mais de espaço. Rogério lembra que em decorrência deste reduzido espaço, por questões de segurança é preciso esperar o esfriamento do óleo, e o que poderia ser um serviço simples e rápido, acaba sendo mais demorado para o cliente.

Outro item questionado é a fragilidade dos componentes de fixação da caixa do filtro de ar (foto 14), e todos os reparadores recomendam cautela no manuseio porque os pinos plásticos e as buchas de borracha costumam quebrar ou cair, e aí a folga entre as peças provoca ruídos desagradáveis. A dica é lubrificar o pino e as borrachas para facilitar a remoção e recolocação. 

Em contrapartida, a robustez e durabilidade do motor E-torQ é comprovada nos verdadeiros campos de prova da vida real, que são as oficinas independentes. Rogério lembra de apenas um cliente com motor E-torq que teve problemas de desgaste prematuro do motor, mas que foi atendido dentro da garantia de fábrica, e um outro que o injetor apresentou vazamento mesmo desligado. Fora isso, apenas manutenções de rotina. Marcos atende muitos taxistas, e um de seus clientes já rodou 300.000 km sem sequer abrir o cabeçote, e destaca: “O comando por corrente demanda menos manutenção e é bem eficiente. Aqui na Osasgás é frequente a passagem de taxistas com motor E-torQ com quilometragem  bem elevada, e não há sequer barulhos, desgaste ou folga na corrente e nos esticadores. Isso se reflete também na durabilidade de todo o conjunto, e temos pouquíssimo casos relatados de problemas neste motor”. 

Como não poderia deixar de ser, os atentos reparadores detectaram um discreto princípio de vazamento de óleo (foto 15), ilustrando que mesmo os carros mais novos devem efetuar regularmente as revisões e manutenções preventivas, e Rogério explica: “A remoção do protetor de cárter é bem simples, mas nesta operação, detectamos que havia muito óleo sobre a peça, e em uma análise superficial, constatamos que a origem do vazamento está na junta entre o pré-carter e o bloco do motor (foto 16). Nada grave, e muito simples de corrigir; mas se deixar muito tempo, pode provocar outros problemas”.

Outras características técnicas positivas apontadas pelos reparadores foram: cabeçote, pré-cárter e cárter em alumínio, que alivia peso e dissipa melhor o calor; motor de arranque muito bem posicionado com fácil acesso (foto 17), assim como o compressor e itens do ar-condicionado (foto 18); bomba d´água compacta, externa ao motor, e de fácil acesso (foto 19); alternador com gerenciamento eletrônico de carga e sistema simples para troca da correia (foto 20); sistemas de coxim robustos e procedimentos simplificados de troca, e capô sustentado por mola a gás, que facilita o acesso ao motor.

TRANSMISSÃO E DIREÇÃO

A transmissão mecânica de 5 marchas (foto 21) conta com embreagem monodisco a seco e acionamento hidráulico.

Josemar alerta que nos serviços de manutenção da transmissão e embreagem é recomendável baixar o quadro para facilitar a remoção e reinstalação.

Rogério e Marcos avaliam que a manutenção destes itens é tranquila e similar aos demais modelos da Fiat, com destaque neste modelo para o espaço e acessos livres disponíveis.

Rogério observa ainda que:  “O semi-eixo com tulipa (foto 22) é mais eficiente e menos sujeito a vazamentos. Para a remoção da caixa de direção (foto 23), é precisa baixar o quadro da suspensão, e o motor elétrico fica na coluna de direção, mas são itens que não costumam apresentar problemas”.

SUSPENSÃO, FREIOS E PNEUS

Na dianteira (foto 24), a suspensão é independente, do tipo Mc Pherson com braços oscilantes em aço estampado ligados a uma travessa auxiliar, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos telescópicos de dupla ação. Os discos de freio são ventilados com pinça flutuante.

Na traseira (foto 25) a suspensão é semi independente, com barra de torção de seção aberta, barra estabilizadora e amortecedores hidráulicos telescópicos de dupla ação. Discos de freio sólidos e freio de serviço com acionamento por cabos.

Sílvio observa que não há inovações significativas nos componentes da suspensão, e as rotinas de manutenção são simples, e o desgaste natural dos componentes como buchas e bieletas acontece em intervalos normais. 

As rodas de aro 16” são calçadas com pneus 205/55 R16 91V (foto 26). Porém, o olhar experiente do Sílvio detectou uma avaria: “alguém rodou com este pneu murcho por um intervalo grande. A lateral está gasta e a banda de rodagem com desgaste irregular (foto 27)”.

Rogério observa que para tirar os amortecedores, é preciso remover algumas coberturas para acessar as porcas superiores. Para troca das buchas da barra estabilizadora não há necessidade de se baixar o quadro da suspensão.

Sílvio avalia: “O sistema de freio também não apresenta nada de novo. O acionamento do freio de mão ainda é por cabo, mas deveria ser elétrico dentro desta categoria. Já o conjunto ABS/EBD é de 5ª geração, e tem como vantagem a grande intercambiabilidade de componentes na reposição. Como exemplo, observem que a peça instalada é da Alfa Romeo”.

OUTROS ITENS

Rogério alerta que os spoilers laterais, embora ajudem na estética do veículo, nem sempre são bem vindos na oficina, e recomenda redobrar os cuidados na hora de levantar o veículo no elevador para não danificar a peça (foto 28).

Josemar observa: “A troca do filtro de combustível é fácil, mas a cobertura poderia ter protegido melhor o parafuso de fixação do filtro, que ficou exposto (foto 29), e pode representar um risco razoável, pois se ele enroscar em algum obstáculo, vai vazar muito combustível. Outra dica é em relação à troca de óleo, pois aqui na Peghasus, a cada troca de óleo substituímos o selo do bujão, ou o próprio bujão, para evitar vazamentos futuros, que são recorrentes”.

Os reparadores sugerem que alguns acabamentos na parte de baixo do veículo, sobretudo no arremate da junção do assoalho poderiam ser melhorados, bem como algumas tubulações que estão excessivamente expostas, dando um aspecto de “gambiarra” (foto 30). A questão é que em outras partes do assoalho, estes mesmos itens estão com um padrão bem superior de acabamento e proteção.

Sílvio elogia a facilidade de acesso ao módulo (híbrido) da injeção (foto 31); e o BCM que também tem fácil acesso (foto 32), embora sem a identificação dos componentes na tampa.

Marcos lembra que a troca do filtro de cabine é muito simples, atrás do porta luvas, e o procedimento não leva mais do que 5 minutos.

Rogério destaca ainda o sistema isofix para fixação de cadeirinhas de bebê; a beleza das linhas das lanternas traseiras e conjunto óptico dianteiro, que embora utilizem lâmpadas convencionais, podem ser substituídas com facilidade. E finaliza apontando que o sistema de exaustão todo em inox terá longa vida útil (foto 33), reduzindo os gastos com manutenção. 

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Sílvio classifica o fornecimento de peças Fiat como padrão, dentro da média de outras montadoras grandes e explica: “As peças da curva A, B e C você encontra com relativa facilidade; mas as D e E já fica bem difícil. O tempo de entrega para itens por encomenda, fica entre 3 a 4 dias. Na Peghasus o nosso mix de compra fica em 65% no Varejo (política comercial e logística ágil); 25% em Distribuidores (itens de alto giro) e 10% nas Concessionárias (peças cativas e qualidade).

Marcos relata: “A Fiat melhorou a logística de fornecimento, e na região de Osasco temos concessionárias e uma empresa especializada em peças Fiat, onde geralmente encontro os itens de manutenção mecânica, elétrica e eletrônica à pronta entrega. Nosso mix de compra fica em 30% no Distribuidor (itens de giro); 30% em Concessionárias (preço e peças cativas); e 40% no Varejo (logística e itens avulsos).

Rogério tem facilidades na região, pois tem várias concessionárias e distribuidores próximos. Na Carbofreio as compra de peças se dividem em 50% nas concessionárias (preço e qualidade); 30% no Distribuidor (itens de giro); e 20% no Varejo (logística e política comercial).

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Sílvio e Rogério consideram o acesso ao conector OBD-Br2 um pouco difícil (foto 34), ao contrário de outras marcas. 

Mas a boa notícia é que Sílvio conseguiu ler diversos parâmetros com um scanner multimarcas (foto 35), e relata:  “temos aqui um código de sinal do pedal da embreagem (um pouco acima do limite); consigo ler os circuitos para a bateria; reconhecimento de todos componentes conectados à rede como ABS, Air Bag, ar-condicionado digital, bcm, teto, carroceria, retrovisor. Ele só não faz a recodificação de chave e painel, que são protocolos exclusivos da montadora”.

Fora do scanner, Sílvio considera o site do Reparador Fiat muito bom, com muitas informações e catálogo de peças. Para localização de peças genuínas, ele utiliza o OIC. Sua visão é de que é relativamente fácil trabalhar com a linha Fiat, pois a engenharia aplicada é conhecida e padrão de mercado. Para problemas mais avançados (esquema elétrico, esquema de carroceria) em modelos muito novos como esse, e que ainda não constem no portal do fabricante, pode ocorrer um pouco mais de dificuldade para obtenção da informação correta.

Marcos não encontrou, até hoje, maiores dificuldades quanto às informações técnicas para trabalhar nos modelos Fiat, pois as literaturas técnicas do setor fornecem os dados básicos necessários, pelo menos para os serviços que surgiram até o momento na Osasgás.

Rogério avalia que a grande maioria dos modelos Fiat que frequentam a Carbofreio não são problemáticos, pois se resumem a rotinas de manutenção preventiva. Quando surge alguma necessidade específica, recorrem ao Sindirepa SP, onde conseguem as informações necessárias.

RECOMENDAÇÃO

Sílvio: “Recomendo a versão com câmbio manual porque é um carro muito bom, embora precise melhorar em alguns aspectos (pequenos detalhes). O carro é confiável, sem problemas crônicos, manutenção fácil e com facilidade de localização de peças de reposição. Minha ressalva fica para as versões com câmbio automatizado, que eu não recomendo”.

Marcos: “Se o cliente está disposto a comprar o modelo, eu não vejo nenhum problema na questão técnica e de manutenção. Eu mesmo compraria um veículo da Fiat tranquilamente. Porém, pela faixa de preço, eu indicaria modelos tecnologicamente mais avançados, como por exemplo o Honda HRV”.

Rogério: “Eu recomendaria pelo padrão de acabamento, conforto (para motorista e acompanhante), por ser um carro com um belo design e ótima reparabilidade. Mas é preciso considerar outras opções dentro da categoria, pois pela faixa de preço, há muitas opções interessantes no mercado”.

CONCLUSÃO

Pelo depoimento dos experientes reparadores, é notória a evolução técnica e de qualidade dos modelos Fiat no Brasil, embora como todo produto, ainda restem aspectos a serem aprimorados.

E se a Fiat hoje é líder de mercado no país, grande parte deste sucesso se deve à dedicação e competência de milhares de reparadores independentes espalhados pelo país, que sempre encontraram soluções competentes para manter milhões de veículos Fiat rodando pelo país, alguns deles com problemas crônicos, diga-se de passagem, mas sempre transformando a experiência dos clientes Fiat em uma história com um final feliz, gerando a satisfação pela compra, e o desejo de repetir a experiência com novos modelos da marca, pois uma segurança o cliente Fiat tem: O seu reparador de confiança não terá dificuldades para fazer as manutenções e reparos em seu veículo!

A iniciativa da montadora em disponibilizar informações aos reparadores independentes através do portal Reparador Fiat (www.reparadorfiat.com.br) é bastante louvável; mas ainda há um importante trabalho de conscientização a ser feito junto aos concessionários no quesito disponibilidade imediata de fornecimento de peças genuínas. O reparador independente é um grande consumidor de peças e soberano na decisão sobre a marca da peça a ser aplicada; mas precisa acima de tudo de agilidade no fornecimento. Trabalhar com o estoque da montadora pode ser conveniente para a concessionária, mas não atende às necessidades do independente, que certamente optará por fornecedores mais ágeis com produtos de qualidade equivalente. 

Quanto ao Bravo, é um belo e afinado carro, mas que ainda se mostra incapaz de sensibilizar o exigente público deste segmento, que não se emociona a ponto de ovacioná-lo e aplaudi-lo de pé!