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Honda New Civic 1.8 16V: defeitos recorrentes e falta de informação técnica chamam a atenção


Dez anos após sua reestilização, o New Civic 1.8 16v segue firme e bem avaliado pelos Reparadores, que relatam sobre os problemas mais comuns e dão dicas sobre os defeitos crônicos

Por: Tenório Júnior - 24 de fevereiro de 2017

O Civic foi lançado pela Honda em 1972 mas só chegou ao Brasil em 1992 após a abertura do mercado brasileiro para importações. Em 1997, já na sexta geração, o Civic foi nacionalizado, passando a ser produzido na unidade da Honda em Sumaré, no estado de São Paulo. Atualmente na décima geração, o sedã médio é produzido em onze países: Japão, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Paquistão, Taiwan, Turquia, Brasil, Índia, Tailândia e Vietnã.

Em 2006, após uma reestilização o Civic passou a se chamar New Civic. Com o motor SOHC (R18A1) bem diferente das versões anteriores, o modelo foi disponibilizado em três versões: LX com motor 1.6 e 125 cv (exclusivo para deficientes), LXS 1.8 140cv (Foto 2) e a versão top EXS 1.8 140 cv com câmbio automático que disponibilizava um recurso de trocas de marchas através de aletas atrás do volante, recurso este chamado de “Paddle-Shift”.

Foto 2
Ainda em 2006 a montadora japonesa lançou o Civic Si, equipado com motor 2.0 DOHC aspirado, com sistema I-VTEC de 192 cv de potência, câmbio manual de 6 marchas e diferencial autoblocante.

 


Ficha técnica

Honda New Civic 1.8 16V

Potência a 6.200 rpm

140 cv (A) 138 cv (G)

Torque a 4.300 rpm

17,7  kgfm (A) 17,5 kgfm (G)

Taxa de compressão

11,5:1

Comando de válvulas

Duplo no cabeçote, variável na admissão

Transmissão

Manual de 5 velocidades

Suspensão dianteira

Independente tipo Mc Pherson, braços duplos e molas helicoidais

Suspensão traseira

Independente com múltiplos braços, barra estabilizadora e molas helicoidais

Direção

Hidráulica

Freios

ABS com EBD - Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira

 

Dez anos após sua reestilização, supomos que o New Civic já tenha tido várias passagens pelas oficinas independentes. Por isso, consultamos o Guia de Oficinas Brasil e selecionamos três experientes Reparadores, de oficinas e cidades distintas, para compartilhar um pouco de suas experiências acerca da manutenção desse modelo.

Foto 3“Mecânica Vega”, oficina localizada no centro de Bragança Paulista – SP. Quem nos concedeu a entrevista foi o proprietário que também é técnico, Sr. Osvaldo Vega Filho, 54 (Foto 3), 40 anos de profissão. Osvaldo teve sua trajetória iniciada aos 14 anos numa oficina mecânica ajudando seu pai. Por ter crescido dentro da oficina, o gosto pela profissão aconteceu naturalmente e o interesse em se profissionalizar foi crescendo na mesma medida. Com o passar dos anos, fez vários cursos técnicos de: freios, câmbio, injeção eletrônica, ar-condicionado, direção hidráulica, etc. “Fiz vários cursos de especialização, e sempre que houver necessidade, continuarei a me reciclar, sempre pensando em melhorar tecnicamente, bem como a qualidade do atendimento ao cliente e as condições de trabalho na oficina”, diz Osvaldo.

Foto 4

Na zona sul da cidade de São Paulo, encontramos na “Mecânica Giscar”, um Reparador que já está completando meio século de profissão, é o Aldemir Carlos Ferrarini, 62 (o da esquerda, na foto 4). Ele começou na oficina mecânica com 12 anos de idade como faxineiro, depois de um ano passou para ajudante de mecânico e aos 15 anos já se tornava meio Oficial Mecânico. “O primeiro motor que montei sozinho foi um de Variant (VW), eu tinha 17 anos”, diz orgulhoso, o técnico que acumulou experiência trabalhando em concessionárias Ford, Chevrolet e oficinas independentes. Fez cursos de especialização em carburadores e regulagem eletrônica. Em 1982 finalmente, conseguiu realizar um grande sonho, abriu sua própria oficina. “Hoje eu trabalho com o Lúcio Vicente Torres, 50 (o da direita, na foto 4) que, depois de 15 anos como funcionário tornou-se sócio da empresa. Juntos, nós atendemos cerca de 50 veículos por mês. Para acompanhar a evolução tecnológica, ao longo do tempo nós fizemos vários cursos técnicos e de especialização: injeção eletrônica, freios, ABS, suspensão, motores, ar-condicionado e transmissões automatizadas”, conta o Reparador.

Foto 5

“Miki Motors”, oficina localizada na cidade de Campinas – SP. Quem nos concedeu a entrevista foi o Alexsandro Rodrigo Mercadante, 38 (Foto 5), que, aliás, também é um dos nossos colaboradores. A história desse Reparador é um pouco diferente. Aos 17 anos começou executando serviços no seu próprio carro, por hobby, com o tempo, foi gostando ainda mais da profissão e decidiu investir em cursos técnicos para se profissionalizar. “Cheguei a abrir uma pequena oficina onde permaneci por um ano e meio, mas, como ainda não tinha muita experiência, só fazia os serviços básicos, então decidi fechar e trabalhar fora. Trabalhei em oficinas multimarcas já consolidadas no mercado e depois de alguns anos me tornei chefe de oficina. Mas, chegou uma hora que eu queria muito mais, então saí da oficina em que estava, pra abrir a minha própria oficina, onde estou há 4 anos, atendo em média 100 carros por mês”, diz o Reparador.

Agora chegou a hora de sabermos o que eles têm para dizer, de acordo com suas experiências, sobre a manutenção do Honda New Civic 1.8 16v.

SUSPENSÃO DIANTEIRA 
Do tipo Mc Pherson com barra estabilizadora, molas helicoidais, amortecedores pressurizados e bandejas com três pontos de apoio, a suspensão se mostra muito eficiente e simples. As peças que apresentam mais problemas, apontadas pelos Reparadores, são: buchas de bandejas (Fotos 6 e 7), kit dos amortecedores (batente da haste, coxim superior e rolamento do coxim) (Fotos 8 e 9) e bieletas (Foto 10). 

Foto 6
Foto 7
Foto 8
Foto 9
Foto 10
SUSPENSÃO TRASEIRA
De acordo com os técnicos consultados as buchas das bandejas traseiras (Foto 11) comumente apresentam desgaste e provocam barulhos quando o carro é submetido a irregularidades ou buracos na pista. 

Foto 11
O Reparador Aldemir relata que a bucha inferior do amortecedor traseiro (Foto 12) sempre apresenta problemas. “Já peguei carros com baixa quilometragem com a bucha estourada. A bucha genuína é comercializada pela Honda, mas precisa encomendar e é muito cara e frágil. A solução que encontrei para resolver esse problema, de imediato, foi adaptar uma bucha de marca original mas, de outro carro (não me lembro qual era). Só precisei alterar o furo interno da bucha que era de 10 mm para 12 mm, o diâmetro externo era o ideal para entrar prensada no amortecedor, ficou perfeita e muito mais resistente.”

Foto 12

Dica do Reparador Aldemir: Caso seja NECESSÁRIO adaptar uma bucha, leve o amortecedor até a loja de autopeças em que costuma comprar e procure uma bucha que tenha as mesmas características físicas (dê preferência às marcas originais). 


Na Miki Motor as ocorrências de problemas com as buchas inferiores dos amortecedores traseiros também se confirmam, no entanto, o Reparador Rodrigo ainda não teve dificuldades para solucionar o problema. Segundo ele, na maioria das vezes o amortecedor já apresenta problema aparente de desgaste, nestes casos, a substituição dos amortecedores é a solução mais indicada. “Todas as vezes que retiramos um amortecedor, verificamos o estado geral em que ele se encontra, qualquer indício de desgaste ou avaria, recomendamos a substituição da peça, por questões de segurança e prevenção”, reforça o técnico.

FREIOS
O sistema de freio utilizado no Honda New Civic trabalha com discos ventilados na dianteira (Foto 13) e sólidos nas rodas traseiras (Foto 14), e para melhorar a eficiência do conjunto, possui dois sistemas eletrônicos que auxiliam o motorista durante as frenagens de emergência, são os sistemas ABS e EBD.

Foto 13
Foto 14
O sistema ABS (Anti-lock Brake System ou sistema antitravamento dos freios), que equipa o modelo avaliado, é complementado pelo EBD (Eletronic Brake Force ou distribuidor de força de frenagem), com a finalidade de reduzir a distância de frenagem com segurança. Os dois sistemas atuando juntos reduzem a distância de frenagem e permitem manobras para desviar de obstáculos durante a frenagem brusca. 

ABS – sistema que impede o travamento das rodas durante frenagens bruscas, independentemente do tipo e estado do piso.

EBD – Esse sistema distribui a pressão hidráulica nas rodas dos eixos dianteiro e traseiro, de acordo com a necessidade de cada uma.

Na prática do dia a dia, na hora da manutenção, essa “sopa” de letrinhas não altera a reparabilidade em termos mecânicos, no entanto, à medida que cresce a tecnologia embarcada nos veículos, aumenta também a exigência de qualificação técnica para repará-los.  

Segundo os reparadores, não há novidades nas peças que compõem o conjunto mecânico dos freios, é o mesmo sistema conhecido por todos que, por sinal, não apresenta defeitos recorrentes nem dificuldades para efetuar os reparos corriqueiros. Veja na (Foto 15) a central eletro-hidráulica do freio ABS, na (Foto 16) o cilindro mestre, na (Foto 17) o sensor dianteiro do ABS e na (Foto 18) o sensor traseiro do ABS, todas as peças com fácil acesso para efetuar possíveis reparos.

Foto 15
Foto 16
Foto 17
Foto 18
Os Reparadores consultados não relataram problemas crônicos nem dificuldades para reparar o freio do New Civic, apenas fizeram duas observações: o técnico Osvaldo relata que já pegou casos de barulho oriundo do cavalete da pinça e a solução foi substituir as buchas do cavalete onde ficam alojados os pinos deslizantes. E o técnico Rodrigo destacou o desgaste excessivo das pastilhas traseiras. Segundo ele, elas desgastam mais rápido que as dianteiras. 

Dica do Consultor OB Tenório Junior – Muito cuidado quando for substituir as pastilhas, sobretudo, se o veículo possuir sistema ABS. Na hora de recuar o êmbolo da pinça, ABRA O SANGRADOR para descartar o fluido “velho” que está no interior da pinça, impedindo-o de retornar e danificar a central eletro-hidráulica do ABS. Após a substituição das pastilhas faça uma sangria simples para eliminar possíveis bolhas de ar. E não esqueça! Se for o caso, substitua todo o fluido de freio.

ARREFECIMENTO
No sistema de arrefecimento há uma peça que é fundamental para o ótimo funcionamento do motor, a válvula termostática. Ao contrário do que pensam algumas pessoas, essa peça tem um tempo de vida útil, por esse motivo, deve ser substituída preventivamente com o propósito de evitar sérios danos ao motor por superaquecimento (se travar fechada), bem como consumo excessivo de combustível e consequentemente poluição acima do normal (se travar aberta). 

Os técnicos consultados relataram apenas problemas comuns, como vazamento nas mangueiras, tampa do radiador e inoperância da válvula termostática. Na oficina Miki Motor a recomendação para a substituição da válvula termostática é a cada 60 mil km e do líquido de arrefecimento a cada 12 meses. 

Dica do Reparador Osvaldo - Fazer a verificação do líquido de arrefecimento com o Termodensímetro a cada 12 meses, e se houver necessidade, indicar a limpeza do sistema e troca do líquido de arrefecimento, pois a montadora recomenda somente a cada 100 mil km ou 5 anos.


INJEÇÃO ELETRÔNICA
As falhas comuns no sistema de injeção eletrônica, relatadas pelos três Reparadores, foram: bobinas, bicos e sensor de nível do combustível. Mas, o que chamou a atenção do Técnico Osvaldo foi o travamento dos bicos. Segundo ele, aquele pequeno filtro que fica dentro do bico, com o passar do tempo fica ressecado, quebra e os pedacinhos provocam o travamento dos bicos.

Por esse motivo, ele recomenda: “sempre que fizer a limpeza dos bicos substitua os filtros internos e o filtro de combustível”, alerta o Reparador. 

Nota: No modelo New Civic movido a gasolina o filtro de combustível está dentro do tanque junto à bomba (Fotos 19 e 20).

Foto 19

E nos modelos Flex, o filtro está localizado na parte inferior, traseira, externa do veículo (Foto 21) - bem mais barato e mais fácil pra substituir.

Foto 21
MOTOR
Rodrigo da Miki Motors relata um problema crônico no alojamento do filtro de óleo. “A rosca que fixa o filtro de óleo (em alguns carros) apresenta problema (Foto 22), se não for observado corre o risco de vazamento pelo filtro de óleo após a substituição”, alerta o técnico.

Foto 22
 

Dica do Reparador Rodrigo – Cada vez que for substituir o filtro de óleo, verifique minuciosamente se a rosca está boa e não coloque filtro de qualidade duvidosa. Se houver problema na rosca que fixa o filtro ao cárter, o cárter deverá ser substituído. 


O Reparador Aldemir ressalta a importância da regulagem de válvulas (Foto 23), “devem ser reguladas a cada 60 mil km em média, podendo variar de acordo com as condições de operação do veículo e sua manutenção”, observa o experiente técnico.

Foto 23
Fique atento - Devido ao desgaste natural, as válvulas tendem a sofrer alterações nas folgas, para maior ou para menor. Quando a folga é maior do que a especificada pelo fabricante, o barulho característico denuncia a necessidade de regulagem. Entretanto, se a folga ficar menor não há o ruído, mas, a válvula ficando “presa” certamente provocará irregularidades no funcionamento do motor. 

CORREIA DE SERVIÇO
O Honda New Civic não utiliza correia dentada, no lugar dela está a corrente de comando, que não requer manutenção específica, a não ser a troca de óleo do motor no tempo correto. Contudo, ainda há a correia de serviço/acessórios, que deve ser substituída preventivamente por tempo de uso e/ou conforme necessidade. De acordo com o técnico Rodrigo, a troca preventiva deve ser a cada 60 mil km, juntamente com o tensor hidráulico (Foto 24) que, aliás, costuma dar defeito. “O defeito no tensor é crônico. Ele perde pressão hidráulica, deixa a correia frouxa e começa a fazer um barulho feio no motor”, diz Rodrigo.

Foto 24
CÂMBIO
Na opinião do Reparador Osvaldo a manutenção do câmbio manual não é difícil. Para manter o bom funcionamento e aumentar a vida útil, o técnico recomenda fazer a troca de óleo nas revisões periódicas.

De acordo com o Reparador Rodrigo, tanto o câmbio manual quanto o automático possuem durabilidade muito boa e a reparação não é difícil. A recomendação comum dos técnicos é a troca do óleo lubrificante, entre 40 e 50 mil km.

SEMIEIXO
Outro problema recorrente no New Civic apontado pelos Reparadores é o desgaste das Trizetas e Tulipas. O problema torna-se perceptível quando o veículo começa a vibrar durante as acelerações. Segundo o técnico Rodrigo, “quando apresenta desgaste na tulipa (que é a maioria dos casos) é preciso trocar o conjunto completo (Foto 25). E pra ter garantia do serviço, apesar do preço elevado, o melhor é comprar a peça original”, afirma o técnico.

Foto 25
REPARABILIDADE
 
A reparabilidade do veículo avaliado pelos técnicos consultados foi classificada como média, ou seja, não encontram grandes dificuldades para executar os reparos. Aldemir faz uma ressalva: “substituir as buchas da suspensão traseira não é uma tarefa difícil, mas é muito trabalhosa e necessita ferramentas especiais”. 

PEÇAS
Como Reparador posso afirmar que o fator “peças de reposição” é de extrema relevância para a qualidade e confiabilidade dos serviços executados.

Reparadores conscientes aplicam ou recomendam só peças originais ou genuínas. No entanto, muitas vezes isso não é possível devido à falta de disponibilidade da peça original nas autopeças e nas concessionárias (chamadas de peças genuínas) e/ou pelos preços exorbitantes praticados pelas concessionárias. Vejamos como é a realidade de cada Reparador entrevistado:

Aldemir da “Mecânica Giscar” – “Aqui nós damos preferência às peças originais ou genuínas, somente quando não encontramos substituímos pelas paralelas de marcas confiáveis e já reconhecidas por nós, Reparadores. Aquelas que só têm na concessionária, nem sempre estão disponíveis no estoque, precisa encomendar e esperar de dois a cinco dias para chegar.”

Rodrigo da “Miki Motors” Peças – “A maioria das peças de grande giro eu encontro de ótima qualidade em autopeças. Algumas peças só encontra na concessionária mas, normalmente precisa encomendar.”

Osvaldo da “Mecânica Vega” – “Na concessionária da minha cidade (Bragança Paulista) é difícil de achar, só mesmo encomendando nas concessionárias da região, demora em média três dias pra chegar. Nas autopeças da região também não encontramos à pronta-entrega, precisa fazer a encomenda. Como o custo é um pouco mais caro que o das peças para veículos populares, eles não mantêm no estoque”.

INFORMAÇÃO TÉCNICA
Com a evolução tecnológica os veículos ficam cada vez mais sofisticados e complexos para reparar. Neste sentido a informação técnica torna-se uma ferramenta imprescindível para a manutenção eficiente e eficaz. Vamos ver o que os nossos entrevistados dizem a esse respeito.

Segundo o Reparador Osvaldo, “as concessionárias dificultam o acesso à informação para o reparador, creio que eles nos veem como concorrentes e não como parceiros. Desta forma, quando precisamos de informações técnicas recorremos ao Sindirepa-SP, fóruns de internet, grupos de Whatsapp, cursos particulares, programas produzidos por empresas especializadas, etc.”, diz o técnico.

Para o Reparador Aldemir, “o caminho mais fácil e rápido é a troca de informação com os amigos, se não conseguir recorro à internet. Nunca precisei pedir informação na rede concessionária da marca”.

O técnico Rodrigo diz: “A Honda não dá informações técnicas e não oferece nenhum canal para auxiliar os Reparadores de oficinas independentes. Pra conseguir alguma informação é preciso conhecer alguém que trabalha na oficina da concessionária, ou recorrer à internet, pesquisando inclusive fora do Brasil, através de parcerias com outros profissionais do mesmo segmento.”

RECOMENDAÇÃO
O Reparador, devido à confiança que lhe é depositada, acaba se tornando um “Doutor” dos carros da família, logo, sua opinião na hora da aquisição de um veículo novo é imprescindível. Praticamente a palavra final. Vejamos o que esses experientes Reparadores dizem a respeito do veículo avaliado nesta matéria.

Aldemir – Sim! Com exceção das buchas inferiores dos amortecedores traseiros (já relatado anteriormente), de forma geral, posso dizer que as peças genuínas são bastante resistentes. A maioria das manutenções corretivas que nós fizemos foi por desgaste natural condizente ao tempo de uso. A reparabilidade é boa, mas vale a ressalva da dificuldade de encontrar algumas peças originais.

Osvaldo – Sim! Eu recomendo porque é um carro que tem um motor muito bom, dificilmente apresenta problemas fora do normal; se fizer as manutenções preventivas com peças originais, não terá problemas. O ponto negativo que eu ressalto é a suspensão. Por ser mais dura, transmite ruído e desconforto em pisos irregulares. 

Rodrigo – Sim! Recomendo pela durabilidade das peças, baixa manutenção e boa reparabilidade. Mas, deixo o cliente ciente de que o modelo Flex tem alto consumo de combustível, todos que possuem reclamam! 

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O dia-a-dia das oficinas mecânicas retrata a realidade da manutenção e as dificuldades encontradas pelos profissionais para realizá-las. Sendo assim, pode se dizer que os depoimentos dos experientes Reparadores, fundamentados em suas próprias experiências, são de suma importância aos Stakeholders.

Os Reparadores apontaram alguns pontos positivos e outros negativos que merecem destaque, são eles:

Durabilidade e confiança – A durabilidade das peças genuí­nas, relatada pelos Reparadores, chama a atenção e, ao mesmo tempo, inspira a confiança na marca, isso ficou claro. 

Reparabilidade – A reparabilidade, que é o grau de dificuldade encontrado para efetuar os reparos, foi classificada como média. Levando em consideração o porte do carro e a tecnologia embarcada, é um ótimo indicativo.

Peças – Neste quesito, podemos perceber que apenas as peças de grande giro são fáceis de encontrar. Porém, quando partimos para as peças que fogem da “cesta básica”, a coisa muda de figura. Isso porque o mercado de reposição independente não fabrica algumas dessas peças e outras que eles comercializam não possuem qualidade confiável. Logo, o Reparador fica refém das concessionárias, que nem sempre possuem as peças em estoque, isso é um grande problema, tanto para o proprietário do carro quanto para a oficina. 

Defeitos crônicos – O desgaste prematuro das buchas dos amortecedores traseiros, das tulipas e trizetas e o problema na rosca de fixação do filtro de óleo foram os principais defeitos crônicos que merecem uma atenção especial.

Informação técnica – Eis um problema de ordem política que, mais cedo ou mais tarde, terá que mudar para adequar-se à realidade. Afinal, é sabido que após o período de garantia (quando muito), os proprietários deixam de levar os carros para as concessionárias e passam a levar às oficinas independentes de sua confiança. Assim, se o fabricante do veículo não fornece informação técnica para as oficinas independentes, como será avaliada pelos Reparadores? Por outro lado, se houver um canal de comunicação para tirar dúvidas, cursos e palestras oferecidas pelo fabricante, os Reparadores sentir-se-ão mais seguros, passando a figurarem como multiplicadores de clientes para a marca.