Notícias
Vídeos

Afinal, o que fazem os reparadores na Internet?


REMOVER SUBTITULO MATERIA NÃO PUBLICADA

Por: Marcelo Gabriel e Alexandre Carneiro - 08 de novembro de 2013


Pesquisa realizada pela CINAU - Central de Inteligência Automotiva, junto a reparadores automotivos brasileiros identifica os hábitos e práticas de Internet e aponta caminhos para uma relação produtiva entre a geração e consumo de conteúdo online

regiaoEmbora presente em nossa vida cotidiana, a Internet é um fenômeno recente. Prestes a completar 20 anos em 2015, a utilização comercial da Internet no Brasil se iniciou em 1995 e cresce de forma exponencial desde então. Apenas como referência, em janeiro de 1996 haviam 851 domínios registrados com a extensão “.br” e em agosto de 2013 este número estava em 3.277.650 segundo as estatísticas do registro.br, que é o Domínio de Registros para a Internet no Brasil, mantido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI - cgi.br).

Se do ponto de vista de conteúdo disponível houve uma expansão extremamente robusta, o número de domicílios com acesso a computador também cresceu substancialmente nos últimos anos. A pesquisa TIC – Domicílios e Empresas realizada anualmente pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (CETIC - cetic.br), entidade também mantida pela CGI aponta que entre 2008 e 2012 o percentual de domicílios com computador passou de 21 para 46, totalizando 28,1 milhões de domicílios em todo o território nacional.

Ainda que a mesma pesquisa aponte discrepâncias em relação à distribuição regional e classe econômica, existem motivos para comemorar principalmente em relação ao acesso à Internet. Os dados da pesquisa mostram que 44% da população urbana brasileira possui acesso à Internet contra 10% da população rural. Em números absolutos a pesquisa revela que 40% dos domicílios brasileiros (entre urbanos e rurais) têm acesso à Internet.

Outro dado interessante revelado pela pesquisa é que 56% da população urbana com mais de 10 anos de idade pode ser considerada como usuário de computador e 49% da população urbana com mais de 10 anos é usuária de Internet. Os números ficam ainda mais interessantes quando comparados com os anos anteriores. Em 2008, apenas 34% da população urbana com mais de 10 anos era considerada usuária de Internet, um salto de 15% percentuais em 4 anos. Enquanto em 2008 o percentual de internautas que afirmaram acessar a Internet diariamente estava em 53%, em 2012 o percentual saltou para 69%, o que nos permite inferir que temos mais internautas e que eles ficam mais tempo na Internet.

O acesso à Internet em casa também apresentou um crescimento bastante expressivo segundo a pesquisa da CETIC. Em 2008 apenas 42% dos considerados internautas acessavam desde casa, número que passou para 74% em 2012, em parte devido à popularização da banda larga e dos pacotes conjugados de telefonia e TV a cabo que proliferaram nos últimos anos, além de um barateamento no custo destes serviços quer pela economia de escala, quer pela absorção dos custos iniciais de infraestrutura.

Sem entrar no mérito da questão, o que realmente chama a atenção são os percentuais de domicílios com computador, domicílios com acesso à Internet, número de internautas e hábitos de conexão.

 

Mas... Como é a internet nas oficinas?

 Foi essa a mola propulsora que levou a CINAU a desenvolver a pesquisa que ora expomos, comparando, quando possível, os resultados obtidos no universo das faixaetariaoficinas de reparação com os resultados obtidos pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) ligado ao CETIC.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação), órgão ligado à UNESCO.

De antemão podemos afirmar que há muitas semelhanças entre o perfil geral do internauta comum e o perfil do reparador internauta. Lógico que há particularidades, relacionadas às atividades e interesses profissionais do reparador. Nossa pesquisa guarda semelhanças técnicas com o levantamento do CETIC.BR no que diz respeito à abrangência e precisão: nacional com 95% de confiança e erro amostral igual a 4,7%.

O perfil observado dos participantes fica mais claro ser mostrado por meio dos gráficos abaixo, que tratam dos principais aspectos de qualificação do universo.

Na figura 01, note que a predominância dos reparadores internautas ocorre em São Paulo e na região sudeste do país.

Quando falamos em termos de faixas etárias, o gráfico da figura 02 mostra o perfil etário dos reparadores internautas que participaram da pesquisa, cuja idade média gira em torno dos 39 anos.

Se o interesse é conhecer o perfil da escolaridade dos participantes, o gráfico da figura 03 mostra que 86% dos participantes apresentam bom nível de escolaridade.

Por último, na figura 04 vemos o perfil relativo aos cargos dos participantes, que mostrou destaque a proprietários de oficinas de reparação.

Com base no perfil exposto, todas as nossas análises foram realizadas e, com a segurança estatística que os resultados nos dão, podemos chegar às conclusões e comentários a seguir.

Enquanto no país a média de domicílios que possuem computador é de 46% e 40% acessam internet segundo a CETIC.BR, nas oficinas a média chega a 93% que possuem o equipamento e 84% com acesso à rede. Esse número alto também se relaciona às necessidades técnico profissionais das oficinas, pois hoje em dia sem esse recurso não há como executar algumas verificações e serviços devido à informática embarcada nos modelos atuais.  Em relação ao tipo de conexão, verificamos que 31% informaram utilizar banda larga de 1GB para acessar a internet nas oficinas. Em relação à tablets, 29% das oficinas informaram possuir  esse equipamento com 72% acessando a internet através de WiFi.

89% dos reparadores acessam a internet todos os dias, com 64% ficando entre 1 a 4 horas diárias navegando. Busca de informações é o objetivo de 35% dos reparadores.  Fóruns técnicos ligados à atividade são os lugares por 37% dos que navegam.

escolaridadeEm relação a redes e mídias sociais, os respondentes da pesquisa afirmaram:

• ter perfil no Facebook 33%

• ter perfil no Linkedin 17%

• ter perfil no Google+ 13%

• ter conta no Twitter 10%

• acessar o Youtube 88%

Em relação ao You Tube, 34% informaram acessar todos os dias, 14% possuem algum canal, 19% assinam canais e 25% informaram realizar upload de vídeos. Ainda sobre You Tube, 71% dos que responderam informaram acessar em busca de vídeos técnicos e vídeos ligados à aprendizagem.

Quando voltamos a atenção para a questão compras pela internet, 84% dos reparadores que responderam à pesquisa informaram já haver comprado alguma coisa. Outro dado interessante é que 69% afirmam já ter comprado alguma peça ou acessórios para os próprios carros e 59% fizeram o mesmo para carros de seus clientes da oficina. 92% fazem pesquisa de preços de peças pela internet, o que deve alertar os fabricantes, distribuidores e varejistas sobre as oportunidades e ameaças deste canal, que também pode ser acessado pelos clientes das oficinas, gerando um adicional conflito nos nossos canais de comercialização.

Quando olhamos os números, vemos que o reparador está engajado na internet. Seja por vontade própria ou por necessidade profissional. Mas, à parte o motivo, observa-se que ele utiliza as ferramentas disponíveis para otimizar todas as suas ações e atividades. Isso o difere do perfil padrão do internauta, pois o
reparador é mais focado e objetivo no uso da rede.

Mas até que ponto os reparadores são iguais e diferentes do internauta padrão?  Resposta: Não há grandes diferenças exceto, certamente, pelo objetivo prático dos reparadores quando navega pela rede. O reparador usa a internet para buscar informações técnicas, sejam elas dicas sobre veículos, vídeos ensinando algum macete, catálogos eletrônicos de montadoras ou fabricantes de peças ou participando de grupos de discussões técnicas sobre carros e tudo relacionado a veículos. O uso da internet é, prioritariamente, profissional.

Vamos exemplificar com o caso do You Tube. Tanto quanto o internauta comum, os reparadores acessam o serviço, mas com o foco na busca de informações práticas e necessárias ao dia a dia nas oficinas. Ou seja, os reparadores usam o You Tube como canal de informações técnicas, vídeos sobre mecânica, vídeos sobre como reparar veículos.

cargoE o acesso ao You Tube acontece, em 33% dos casos, diariamente. Seja assistindo a vídeos e/ou fazendo upload de vídeos técnicos, pois 19% dos reparadores que participaram da pesquisa informaram possuir canal e 25% dos participantes informaram subir vídeos.

Algo que chama a atenção é a quase indiferença ao Twitter. Apenas 14% dos participantes da pesquisa informaram acessar esse serviço e de maneira esporádica, pois nenhum desses participantes informou acessar diariamente para receber ou enviar posts. A forma mais comum de comunicação utilizada é e-mail. Em média, os reparadores informaram receber 30 e-mails por dia e enviam 15.

Um uso muito frequente da internet é a participação em fóruns técnicos. Nesse ponto, o perfil dos reparadores internautas é bem nítido e definido. O acesso é necessário, até como consequência da necessidade de informações técnicas sobre veículos e suas manutenções, pois a maioria das montadoras não dá esse acesso nem patrocina espaços para os reparadores poderem encontrar informações sobre os veículos nem como repará-los. Nesse aspecto a internet se assemelha a um oásis no meio do deserto de informações por parte das montadoras. Dentre os fóruns mais acessados destaca-se o Fórum do Jornal Oficina Brasil com 37% de preferência dos participantes da pesquisa, comprovando, mais uma vez, a liderança do Jornal Oficina Brasil junto à comunidade de reparadores independentes do país.

Isso demonstra que o reparador está preocupado em conseguir soluções para os seus clientes, pois estes entregam seus veículos aos reparadores e depositam confiança que seus veículos serão bem tratados e bem reparados. O reparador não se deixa deter pela impossibilidade ou dificuldade imposta pela maioria das montadoras e vai em busca da solução técnica. A internet, nesse ponto, é uma aliada importante e, nela, os fóruns são a principal ferramenta para conseguir informação.

Outra coisa que se observou nos resultados da pesquisa foi o engajamento dos reparadores em mídias sociais genéricas, sejam elas o Facebook ou o Google+, com maior adesão ao primeiro. Entretanto, a participação do reparador nas mídias sociais é idêntica à participação dos internautas em geral, usada para relacionamento, círculos de amizade, registro de eventos pessoais, fotos da família e amigos, etc. Fica evidente que este ambiente (Facebook e Google+) não é usado para busca de informações técnicas, mas um amplo espaço de convivência virtual. Apostar no Facebook ou no Google+ para despertar o interesse do reparador ainda é precoce, pois ainda não há evidências de uma real percepção destes círculos como ambiente propício à propagação e recepção de conteúdo essencialmente técnico, ainda é uma área de uso pessoal e não profissional.

Falando em informações, o reparador também utiliza a rede como ferramentas na busca por informações sobre fabricantes de peças, fornecedores e preços de peças e componentes. Esse uso é declarado por 61% dos participantes, em média, com forte frequência quanto a procura de informações sobre fabricantes de peças.

A internet também se destaca na procura de treinamentos e cursos. É online que 62% dos reparadores informaram procurar algo. Palestras técnicas e treinamento técnico são os pontos que mais se destacam.

Até agora falamos dos hábitos de internet do reparador via computador, mas em termos de telefonia móvel o reparador também apresenta um perfil bem destacado no uso de meios móveis de acesso à rede. Dos reparadores que informaram possuir meios móveis, 48% acessam a rede via celular e dos que declararam possuir esse tipo de aparelho informaram tê-los do tipo smartphone.

Em resumo, o reparador é um ser informatizado. Por estarem atualizados com os recursos de acesso à informação digital disponibilizados bem como em consequência de suas atividades profissionais.

Nesse aspecto, o uso da tecnologia da informação, o reparador está tão ou mais mergulhado na rede. O reparador mecânico é e está tão antenado e plugado na internet quanto qualquer ser humano atualmente. Difere, apenas, no foco de seu interesse que, basicamente, muito técnico e específico à sua atividade.

Neste artigo revelamos apenas os pontos principais desta pesquisa e que não está limitada a esses dados. Para conhecer mais sobre os resultados e como essas informações podem ajudar na sua estratégia digital para o reparador, entre em contato com a CINAU (cinau@cinau.com.br).